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Anulação de prova reabre discussão sobre avaliação

A possibilidade de fraude do 134º Exame de Ordem da OAB paulista, que seria feito no domingo passado, colocou em xeque a credibilidade da prova. A lista de suspeitos é grande. Nela, constam representantes da Vunesp, responsável pela coordenação do Exame, representantes de cursinhos, in­tegrantes da Comissão de Exame de Ordem e os próprios bacharéis em Direito. Seja quem for o autor da ilicitude, a punição será severa, segundo Luiz Flávio Borges D´Urso, presidente da OAB de São Paulo, que é elogiado pelos advogados por ter agido rapidamente no caso.
A Polícia Federal já foi convocada a instaurar inquérito.

D’Urso também quer que o procurador-geral de Justiça, Rodrigo Pinho, designe um promotor para acompanhar as investigações. Uma sindicância interna ainda será constituída para apurar a responsabilidade pelo suposto va­zamento das questões.

A diretoria da OAB paulista soube da possibilidade de fraude na tarde do sábado. D’Urso recebeu um telefonema em que se afirmou que alunos de um cursinho, cujo nome foi mantido em sigilo, já tinham conhecimento de algumas questões da prova. Ele pediu que as questões lhe fossem repassadas por e-mail. Das oito que recebeu, duas constavam na prova. Imediatamente, comunicou o cancelamento do Exame.

Na noite de sábado, a notícia foi dada no Jornal Nacional, da TV Globo, e estava disponível nos principais sites de notícias do país. A OAB nacional também emitiu um comunicado. A intenção foi levar a informação pa­ra o maior número de candidatos possível e diminuir os transtornos no domingo. Somente 10% dos candidatos compareceram ao local da prova. Essa é a primeira vez que um Exame de Ordem da OAB-SP é suspenso por sus­peita de fraude, de acordo com D’Urso. O Exame é aplicado aos bacharéis em Direito desde 1970.

A atitude da OAB paulista foi elogiada por advogados, professores e diretores de cursinhos. O advogado Luiz Flávio Gomes, dono de uma rede de ensino do mes­mo nome, que prepara can­didatos para concursos e Exame de Ordem, acredita que a OAB agiu corretamente. Ele defende que deveria ser divulgado o nome do cursinho preparatório.

E mais: o responsável deve ser punido com pena de prisão.

Para ele, a suspeita de fraude mostra que está na hora de mudar as regras.

Segundo Luiz Flávio Go­mes, o exame tem de ser nacional para di­minuir o risco de fraude. “Quanto mais local, maior o risco”, garante. Além disso, professores de cursinho deveriam ser proibidos de atuar como fiscais, por entender que existe “um jogo de interesses”. “O que a OAB/SP deve fazer é apurar a responsabilidade e levar o caso para a Polícia”, afirmou.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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