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Antidumping sobre alto-falantes onera linhas de aúdio de indústrias

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Parte das linhas produtivas de áudio da Sony Brasil está paralisada há cinco dias, como resultado do antidumping provisório aplicado pela Camex (Câmera de Comércio Exterior) sobre a importação de alto-falantes produzidos na China, que determinou o valor de US$ 2,75 a ser pago por quilo de produto importado.
Atendendo a solicitações de fábricas instaladas nas regiões Sul e Sudeste, o governo federal adotou a medida contrária ao PIM (Pólo Industrial de Manaus), sem receber oposição prévia das empresas e dos órgãos ligados à indústria local.
Ontem pela manhã, representantes da Sony e da Semp Toshiba comunicaram à diretoria do Decex (Departamento de Operações de Comércio Exterior) que a medida protecionista está inviabilizando a fabricação dos equipamentos de áudio na ZFM (Zona Franca de Manaus).
Segundo o diretor do setor de importação e compras da Sony, Paulo Yamada, as linhas de áudio pararam por falta de insumo. Mesmo não sendo importadora de alto-falantes chineses, a empresa está tendo sérios prejuízos com as novas exigências alfandegárias.

Dutra defende medida rápida

O diretor-executivo da Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas), Flávio Dutra, observou ainda que a situação das duas empresas requer medidas urgentes por parte da Camex, já que as fabricantes não podem perder competitividade no momento em que aumentam o ritmo produtivo para atender a demanda do Natal e fim de ano.

Especialistas comentam

A Resolução Camex n° 25 foi publicada no DOU (Diário Oficial da União) no dia 29 de junho deste ano e é válida até 29 de dezembro de 2007. O assunto fomentou uma das principais discussões no encontro que reuniu especialistas do Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial) e dirigentes da indústria e do comércio local, no auditório da Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus).
Na reunião, os empresários receberam orientações sobre a utilização de mecanismos de defesa comercial, como a avaliação de conformidade feita por organizações certificadoras e laboratórios credenciados pelo Inmetro, as licenças não automáticas e o direito antidumping estabelecidos pela Camex.

“Apesar de importarmos o componente da Malásia, a fábrica precisa agora apresentar um certificado de embarque para que as cargas sejam liberadas. Só que para ter esse documento, precisamos de uma licença de importação prévia, que o país de origem não quer conceder porque quando a resolução foi publicada já tínhamos embarques em trânsito”, explicou o executivo.
De acordo com Paulo Yamada, a paralisação ocorreu na linha de um novo modelo de microsystem. Até ontem, mais de dez carregamentos da Sony aguardavam liberação nos portos e no Aeroporto Internacional Eduardo Gomes.
Além da indústria japonesa, a Semp Toshiba também manifestou a sua insatisfação diante do aumento dos custos de produção. O representante da corporação, Miguel Reis, enfatizou que a cobrança de US$ 2,75 por quilo de alto-falante importado torna inviável a fabricação dos aparelhos de som.

Interesses políticos

Conforme cálculos do diretor-executivo do Cieam (Centro da Indústria do Estado do Amazonas), Ronaldo Mota, a resolução n° 25 da Camex, que trata dos alto-falantes, pode onerar em até 15% a produção dos equipamentos de áudio, dependendo do tipo de produto.
“Durante o processo de investigação de dumping, os técnicos do Mdic consultaram a Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica), entidade que sempre foi contrária aos interesses da Zon Franca de Manaus. Em contrapartida, os representantes do PIM não foram procurados para opinar sobre a medida”, argumentou Mota.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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