Depois de prorrogar a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) sobre veículos até junho, o governo deve se concentrar em reduzir o custo das exportações para manter as vendas de automóveis, afirmou o presidente da Anfavea (Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores), Jackson Schneider.
Na saída da reunião do Grupo de Acompanhamento da Crise, ele afirmou que o crescimento de 3,1% nas vendas de veículos no primeiro trimestre em relação aos três primeiros meses do ano passado foi motivado principalmente pelas vendas domésticas. À exceção da China, o Brasil talvez tenha sido o único país a apresentar crescimento no mercado interno, afirmou.
A principal dificuldade no momento, ressaltou Schneider, é a retomada das vendas para o exterior, em queda por causa da retração no comércio internacional. Acho importante o governo olhar para tudo o que pode ser considerado custo para o exportador. Seja tributos, custo de logística, procedimentos administrativos. Este é o momento de melhorar a condição de competitividade do produto brasileiro nos mercados externos, disse Schneider.
Em relação ao mercado doméstico, o presidente da Anfavea afirmou que a alta nas vendas não se deve apenas à redução do IPI, que entrou em vigor em dezembro e recentemente foi prorrogada até o fim de junho. Segundo ele, a recuperação do crédito nos últimos meses também impulsionaram o setor.
A redução do IPI, sem dúvida, foi um fator importante no primeiro trimestre, mas o desempenho do setor também está aliado a promoções das montadoras e ao retorno do crédito, que tem voltado ao mercado e está cada vez mais próximo do consumidor, acrescentou.
Para outros setores da economia, a recuperação ainda não chegou. O presidente da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), Luiz Aubert Neto, afirmou que as medidas tomadas pelo governo até agora não surtiram efeito sobre as vendas de bens de capitais (máquinas usadas para a produção).
“Saí daqui sem nenhuma perspectiva, do mesmo jeito que saí da primeira reunião, disse Aubert. Segundo ele, o faturamento real do setor caiu 30,8% no primeiro bimestre na comparação com o mesmo período do ano passado e as indústrias de bens de capitais, que emprega 250 mil pessoas, demitiu 20 mil trabalhadores de outubro a fevereiro.
O presidente da Abimaq cobrou do governo que zere o imposto sobre os investimentos e acelere a redução dos juros básicos. Enquanto não resolvermos a maior carga tributária e os maiores juros do mundo, vamos ser sempre o país do futuro, criticou.
De acordo com os participantes da reunião, a redução de IPI para produtos da linha branca, como geladeiras, fogão e máquinas de lavar, chegou a ser reivindicada pelos empresários. Nenhuma decisão, no entanto, chegou a ser tomada.
Anfavea pede barateamento das exportações
Redação
Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
Compartilhe:
Qual sua opinião? Deixe seu comentário
Notícias Recentes
Shopee ultrapassa Shein em downloads, à espera da Temu
24 de abril de 2024
Governo facilita crédito e renegocia dívidas de pequenos negócios
23 de abril de 2024
Entrada de turistas no Brasil foi recorde em março, diz Embratur
23 de abril de 2024
Transporte marítimo de carga vive incertezas após caos logístico na pandemia
23 de abril de 2024
Marco Civil da Internet celebra uma década em meio a deb
23 de abril de 2024
Produção de bicicletas ainda em queda
23 de abril de 2024
Intenção de Consumo das Famílias de Manaus em abril fica acima da média nacional
23 de abril de 2024