Neste momento político em que o país passa a limpo seus governantes, em todas as esferas (federal, estadual e municipal), e com a proximidade das eleições municipais começa a ficar escassa a lista de nomes para o pleito em outubro. Foi neste cenário que o Jornal do Commercio questionou o político brasileiro, ex-governador do Amazonas, ex-prefeito de Manaus, Amazonino Mendes. “Eu vejo com muita apreensão, muito preocupado. Eu moro aqui, meus filhos e meus netos também”, disse.
Segundo Amazonino, houve uma ruptura entre as três esferas administrativas que prejudica diretamente os municípios. “Administrei a cidade, sei o que é isto e percebo que houve um divórcio da administração de um modo geral, o país inteiro. E aqui, muito claramente, os políticos falam mais do que trabalham, do que produzem e se estão louvando dos gastos excessivos de propaganda”.
Hoje, munido de anos de experiência na política, Amazonino alerta para a falta de planejamento e para o excesso de falácia na política, divulgada pelos veículos de comunicação, que só servem para desorientar os eleitores. “Já não dão atenção devida ao verdadeiro ato de dirigir, de governar que é administrar os serviços. É lutar para apresentar serviço, isso é o mais difícil da administração. Ninguém faz. Não procuram factoides, pretendem impressionar o povo com entrevistas que não tem nexo, que não tem nada a ver. E com isso, o povo desinformado pode continuar errando na hora de votar”, afirma.
Candidato ou expectador
Sobre se candidatar para as próximas eleições ou apoiar algum candidato à prefeitura de Manaus, Amazonino diz que no momento prefere ocupar o tempo que lhe resta com a família. Mas como na política nada é definitivo, quem sabe os manauaras terão a presença do “Negão” nos palanques durante as campanhas eleitorais. “Não, quero crer que não. Eu não tenho esse projeto, não penso e estou tentando resgatar o que eu perdi com relação a minha família, minha vida”, disse.
Para concluir, Amazonino Mendes, reitera que desde que se afastou da vida política, logo após ter vivido um episódio com tratamento de saúde, passou a ter uma vida simples. “Eu sou um homem que tem uma vida muito modesta. Não é o que dizem, minha vida é modesta porque dediquei a parte mais importante – quando eu estava todo cheio de energia e tudo mais -para as minhas missões (políticas) e agora eu tenho que correr atrás e, agora me resta pouco tempo”, revelou ao Jornal do Commercio.