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Amazônia, rios de riqueza

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Costumo dizer, e já o disse em um dos meus escritos, que o ser humano é, por natureza, desbravador e conquistador. Nômade, caso necessário for, principalmente pelas necessidades do estômago. Se o meu quintal é bonito e me dá frutos saborosos e o do vizinho contíguo é pedregoso e árido, não necessariamente ele me incomodará ao me ver, do seu quintal, passar, alegre e faceiro, em meu carro de luxo e com roupas de marca, se tiver um mínimo para subsistir e saciar a fome.

Ao perceber, porém, o estômago vazio e a tragédia da falta do que comer transformar-se em rotina, certamente olhará para os lados e, num primeiro momento, pedirá. A partir do segundo estágio da fome, em sequência lógica, furtará sorrateiramente, roubará descaradamente e tomará à força o que julgar imprescindível, até perceber que é forte o suficiente para expulsar-me do meu terreno ou subjugar-me.

Assim foi quando andávamos de quatro, ao nos erguermos, sermos chamados “sapiens”, nos reunirmos em tribos e constituirmos a sociedade heterogênea que hoje somos. Assim foi. Assim será. Não existe forma mais convincente de impor o recuo um oponente do que fazê-lo perceber que temos os meios necessários para imobilizá-lo, sejam estes de convencimento pelo diálogo ou pela força.

Recuará e reunirá forças e meios disponíveis para atingir os seus objetivos de conquista, restando ao proprietário do terreno fortalecer-se também, objetivando manter intacta a sua propriedade. Algumas tribos de antigamente transformaram-se em sociedades bastante sólidas e fortemente preparadas para se defender e… Para CONQUISTAR. Assim ocorreu historicamente com “Os protetores retóricos da Amazônia”, que dilapidaram, sem regras, os seus recursos naturais, ou nunca os tiveram.

Os terrenos ficaram áridos, desérticos, e os olhares se voltaram para as Terras Férteis e riquíssimas da Amazônia, movidos principalmente por dois tipos de fome: GANÂNCIA e PODER. Historicamente isto aconteceu com tribos de outras plagas. Eles virão, de uma forma ou de outra, não duvidemos jamais, nem sejamos hipócritas, piegas, politicamente corretos, inocentes ou imbecis. Pior será se abrigarmos todos esses atributos de uma só vez, a ponto de crermos em falas embelezadas de proteção da natureza e dos povos da Amazônia, vindas de onde vierem.

As cheias e as vazantes dos rios amazônicos possuem calendário certo, com maior ou menor intensidade sazonal. Nenhuma voz se ouvia sobre o assunto. Os desgovernos corruptos anteriores permitiram tacitamente o contrabando, os desmatamentos e a ocupação fraudulenta. Jamais apoiou verdadeiramente os povos indígenas ou realizou qualquer ação relevante na Amazônia no sentido de melhorar o “modus vivendi” dos seus habitantes, da mesma forma que não o fez no nordeste das secas.

Além disso, sempre ocorrerão queimadas nos períodos secos da região, provocadas por seus habitantes, indígenas ou brancos, por meio da combustão natural ou por ação criminosa. Nenhuma voz nacional ou internacional, vinda de onde viesse, se fez ouvir para alardear a realidade anterior, acontecida durante os últimos trinta anos de desgovernos, marcados pela criminalidade crescente e pela corrupção desenfreada, já desmascaradas pela Justiça Brasileira.

Curioso é que, anteriormente aos desgovernos criminosos, muitas vozes da comunidade internacional se elevaram para proclamar, dentre outras pérolas, que os brasileiros deveriam entender que a Amazônia é “propriedade internacional”. Curioso também é que, logo após a derrocada fragorosa do governo corrupto e a assunção de outro, a proclamar a brasilidade amazônica e agir coordenada e conscientemente pela preservação ordenada da floresta, sem deixar de usufruir de suas riquezas, o vozeirão internacional se faz ouvir em defesa da floresta, vindo de todos os cantos e recantos do mundo dizendo-se “preocupados com o índio, os pobres e o meio ambiente”. Julgam-nos imbecis.

Paralelamente, acusam o homem pelas “Mudanças Climáticas” e pelo “Aquecimento Global”. Hipócritas. Repetirei o que disse em crônica anterior: Não sou cientista, mas conheço tecnicamente sobre o assunto o suficiente para, sem receios, afirmar que os dois conceitos estão equivocados, educado que sou, para não os chamar de argumentos propositalmente enganosos, alimentando máquinas de fazer dinheiro.  

As explicações, não as repetirei, mas convido a todos vocês para pesquisar e se inteirar sobre as falas científicas defendendo cada uma das duas concepções. Os que vão às ruas e a mídia, jamais fizeram passeata para defender o povo nordestino que sofre na terra árida. Os governantes enganadores que por lá passaram e os dos desgovernos anteriores prometeram e não cumpriram o que, em apenas UM ANO, o atual governo federal fez acontecer: a água começa a jorrar em alguns pontos do solo ressecado, trazendo de volta o MANDACARU.

A luta dos enganadores se concentra na região onde, por acaso, temos, em abundância, ouro, nióbio, diamante, gás natural, petróleo, a biodiversidade maior do planeta e “otras cositas más”. Região riquíssima, habitada pelo povo indígena da terra, ainda inculto em sua maioria e facilmente manipulável pelas hienas e raposas que destruíram o pouco que existia de produtivo em suas terras e observam atônitos os sete anos bíblicos da fome se aproximarem.

Mas a maioria dos colonialistas estrangeiros tenta nos iludir com o esfarrapado discurso da proteção ambiental, movidos unicamente pela ganância, pura cobiça, nas riquezas da nossa Amazônia, no poder e nos frutos delas advindos, “pouco se lixando” para a população local. Aqui chegando oficialmente, agirão da forma que oficiosamente já o fazem, ou clandestinamente: dilapidarão o que encontrarem à frente, como sempre fizeram por onde passaram. 

Retornemos, porém, aos dois terrenos do início de nossa prosa. Os donos dos terrenos áridos já estão aqui, prontos para invadir a terra fértil e “pular o muro do quintal do vizinho. Primeiramente com pedidos e insinuações de que o dono do terreno não age corretamente e é desumano. Este é o exato momento das campanhas internacionais difamatórias, já tão bem orquestradas, hoje existentes.

O segundo passo será subir no muro que circunda o terreno e surrupiar, na calada da noite, os frutos da terra, o que já fazem os contrabandistas e algumas empresas legalmente instaladas no terreno por acordos espúrios e inconfessáveis. Isto já acontece pela omissão e conluio dos desgovernos anteriores.

A seguir, virá o “pulo do gato”: a tomada violenta da terra, pela invasão pura e simples ou pelo convencimento de que melhor será o acordo formal, posto que o terreno estará cercado, literalmente ilhado, o que necessariamente não acontecerá se estivermos preparados para receber os visitantes de uma forma que ELES julguem mais prudente recuar estrategicamente ou, ainda, se tivermos cacife suficiente para negociar de forma bastante benéfica para o Brasil.

O verdadeiro Amazônida conhece a veracidade das palavras deste cidadão cuja carcaça de camaleão permitiu, desde 1996, abraçar igualmente as peles de Carioca e de Amazonense, montado no lombo irrequieto e xucro das voadeiras, batendo o seu casco, em ritmo acelerado, nos topos, por vezes violentos, das marolas. 

Não nos deixemos iludir pelo canto da Yara, pela formosura do boto, pelo sorriso da hiena e pela astúcia da raposa. Tentarão nos convencer do contrário, mas a Amazônia é nossa. O Índio é tão brasileiro quanto o caboclo, o nordestino e qualquer outro cidadão do nosso riquíssimo e amado Brasil. 

As riquezas pertencem à Pátria e existe legislação competente para que o cidadão tenha o direito de, ao encontrá-las, usufruir de parte delas, nos limites da legalidade. Temos plena consciência de que parte considerável das riquezas já nos foi surrupiada nos descaminhos da corrupção e do contrabando.

A manutenção pura e simples do que aí estava significaria ceder ao colonialismo externo e à escravidão moral. É preciso crescer, sim, de forma ecologicamente correta. Para que isto possa acontecer, faz-se necessário o controle das ações a serem desenvolvidas, oferecendo saúde, educação e possibilidades de crescimento, sem perder ou relegar a planos inferiores as tradições. Mas usufruir de nossas riquezas é fundamental.

Há que se ter consciência de que somos integrantes de um mundo complexo, repleto de interesses e cobiça. Não esqueçamos, porém, que a Amazônia é nossa e que imperioso é refletir e permanecer atento às passadas do tempo e aos acontecimentos, pois só assim os grunhidos do exterior serão transformados em “vozes do além”, hipocrisia colonialista, canto de sereia, sorriso de hiena, veneno de cobra, astúcia de raposa: nunca é demais repetir.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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