Vítima de um infarto fulminante, o senador Jefferson Péres (PDT-AM) morreu em Manaus na manhã de sexta-feira aos 76 anos. A morte súbita do parlamentar, conhecido pela luta em prol da ética e decoro político nas bancadas da Câmara Municipal e do Senado, foi lamentada por personalidades dos meios político, jurídico e literário.
Fonte ligada à família do político em Manaus afirmou que, ao acordar por volta das 6h, como de costume, Péres queixou-se de dores no peito. Logo depois do café da manhã, segundo a fonte, o médico da família foi chamado às pressas, mas o senador não resistiu ao ataque cardíaco. “Ele ainda teve tempo de chamar a dona Marlidice Péres (esposa), mas não resistiu e morreu no próprio quarto”, contou a fonte, acrescentando que a família aguarda neste sábado a chegada do mais novo dos três filhos do senador, Rômulo Péres, que mora nos Estados Unidos.
O desembargador Arnaldo Carpinteiro Péres, visivelmente emocionado, disse que o seu irmão, pela crença convicta nos ideais de moralidade, foi um exemplo de vida para todos os brasileiros. “Ele foi, sobretudo, um homem que se colocou a serviço de valores e princípios raros nos nossos dias. Perde o Brasil um político que dignificava o Congresso Nacional e perde o Amazonas uma das suas personalidades mais expressivas e ilibadas”, resumiu.
Professor, advogado, com longa carreira de vereador em Manaus, onde nasceu, Jefferson Péres ocupava vaga no Senado desde 1995, onde exercia o segundo mandato desde fevereiro de 2003. De acordo com os assessores mais próximos do senador, Péres tencionava encerrar a carreira política com o fim do mandato de senador, previsto para janeiro de 2011.
O fato levou o governador Eduardo Braga (PMDB) a decretar, na manhã de sexta-feira, luto oficial de três dias em todo o Estado. Entretanto, ao lamentar o falecimento, o governador considerou que o vulto político de Péres não deve restringir o luto apenas ao Amazonas. “Jefferson marcou época na política amazonense, por isso essa perda irreparável deixa uma grande lacuna na política do país como um todo”, afirmou.
O senador Pedro Simon (PMDB-RS) afirmou que ao perder a figura de Péres, o país fica privado de um modelo de seriedade e correção, além de uma grande referência política e ética. “Ele era a consciência crítica de todos nós”, desabafou emocionado.
Simon destacou também o conhecimento jurídico de Péres, lembrando que ambos recorreram ao STF (Supremo Tribunal Federal), com um mandado de segurança, para conseguir a instalação da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) dos Bingos. “Numa época como essa que vivemos, em que escasseiam as referências em praticamente todas as áreas, quando faltam exemplos a serem seguidos, a perda de Péres deixa um grande vazio na vida pública e no coração dos brasileiros”, acrescentou o senador.
O vice-prefeito Mário Frota (PDT) disse que, com o falecimento de Jefferson Péres, uma parte importante da história da política amazonense se perde. A autoridade lembrou a alegria com a qual Péres, sempre muito eclético nos assuntos, contagiava pela segurança das informações.
“A morte do senador deixa uma grande lacuna comparável à perda do inesquecível senador Fábio Lucena. É essa valentia em defender a Amazônia que vai ficar registrada nas nossas mentes, já que ele podia ser antipático até para alguns políticos aliados, se percebesse que determinada proposta fosse contra sua postura de homem público ou ferisse sua consciência de homem político. Por isso que as pessoas gostavam dele”, disse Frota.
Senador vai ser homenageado no Congresso
Na comitiva de políticos influentes que chegaram à capital amazonense na tarde dessa sexta-feira para o último adeus a Péres, além dos senadores Pedro Simon e João Pedro (PT-AM) e da ex-senadora Heloísa Helena (PSOL-AL), estava o presidente do Senado, Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), que decretou luto oficial de três dias no Congresso. Está prevista para a próxima semana, segundo os assessores de Garibaldi, uma ses
