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Amazonbio injeta R$ 250 mil para fabricar no Polo Industrial de Manaus

De olho na biodiversidade da Amazônia, um grupo de empreendedores locais resolveu investir neste filão e há um ano abriu uma pequena indústria voltada para o desenvolvimento de pesquisas de produtos amazônicos. Trata-se da Amazonbio Indústria e Comércio de Cosméticos, que na última reunião do CAS (Conselho de Administração da Suframa) teve seu projeto aprovado para fabricar água de colônia, creme nutritivo para a pele e óleo aromático para banho com matéria-prima regional.
Há 12 meses a empresa está incubada no Cide (Centro de Desenvolvimento e Incubação Empresarial), onde já investiu em torno de R$ 250 mil, entre pagamento de aluguel, água, luz e a infraestrutura básica. A ideia dos proprietários da empresa –Haroldo de Lima Ale, Lúcio Flávio Morais de Oliveira, Saleh Mhmud Abu Hamdeh, Odorico Antônio Simão Zamprogo e Maurício Elisio Martins Loureiro– é aproveitar o prazo de incubação –cinco anos– e partir para um negócio maior. “Começamos com uma pequena indústria, estamos investindo em pesquisa e desenvolvimento e o terceiro passo é realizar parcerias, a exemplo da que fizemos com a Vitaderm, da qual somos distribuidores no Estado do Amazonas”, disse Loureiro.
Maurício Loureiro justificou que sempre acreditou que um dos vieses da ZFM (Zona Franca de Manaus) é a sua biodiversidade amazônica, que tem um potencial fantástico. Por isso, ele e os demais sócios resolveram partir para esse ramo de negócio. “Iniciamos de forma inversa, ou seja, primeiro constituímos a empresa, começamos a produzir e agora estamos aprovando na Suframa”, disse.

Intenção dos sócios é a exportação dos produtos

Como todos os insumos são locais e a Amazonbio está comercializando somente no mercado local, não precisava dos incentivos fiscais da ZFM para produzir. Como a intenção dos sócios da fabricante é evoluir empresarialmente e exportar futuramente tiveram que apresentar o projeto para apreciação dos conselheiros do CAS. “A gente planeja fabricar produtos que venham potencializar a exploração de reservas ambientais do Estado e da Amazônia”, disse Loureiro, ressaltando que além dos produtos constados na pauta do CAS, estão começando a desenvolver pesquisas na área de chás. “Um mercado potencial e que pouca gente está explorando”, completou.
A Amazonbio não tem previsão de quando irá sair do Cide, uma incubadora com uma estrutura muito boa. “A gente aprendeu como empresário que tem que dar um passo de cada vez. Se estamos trazendo o projeto hoje [28/5] para a pauta do CAS é porque lá atrás descobrimos que dá para avançar e fazer muito mais. Agora com o projeto aprovado vamos aproveitar o potencial da Amazônia, rica em biodiversidade, porque a idéia é agregar tecnologia”, assinalou Loureiro.
O projeto da Amazonbio, para produção de água de colônia, creme nutritivo para a pele e óleo aromático para banho, foi destacado pela superintendente Flávia Grosso como de grande valor para a região porque tem como insumo a biodiversidade.
A Amazonbio está pleiteando recursos de R$ 120 mil para investir na pesquisa de uma pomada para pele, uma espécie de protetor solar e bactericida, que além de proteger a pele não deixa apresentar problemas, a partir de insumos locais. A pesquisa está sendo feita por uma pesquisadora local. O recurso é do governo federal a fundo perdido.

Projetos pessoais

Fora a Amazonbio, Lou­reiro está tocando um projeto pessoal voltado para o financiamento de pesquisas que estão sendo feitas por especialistas locais. Uma delas é voltada para o desenvolvimento de uma tecnologia que conserva o peixe regional –a exemplo da sardinha enlatada– sem contudo enlatá-lo. “Esse é o segredo”, disse o empresário sem dar maiores informações.
Ainda neste ano ele contou que vai ter resultado de várias pesquisas que está investindo, sem contudo, revelar os valores desembolsados. Para este tipo de pesquisa Loureiro informou que não é necessário abri empresa, apenas fazer acordo em cartório que funciona como patente e vende como inteligência.
“É só trabalhar com a lei de inovação tecnológica”, disse, revelando que a idéia é desenvolver uma inteligência e vender para quem vai fabricar e vender o produto no mercado, enquanto o idealizador recebe royalties.
Na opinião de Loureiro, este é um dos caminhos do Estado do Amazonas, que segundo ele está perdendo tempo em montar um grande laboratório privado pegar todo esse pessoal de pesquisa e desenvolvimento colocar para trabalhar e gerar patente para vender. “Com isso, o Estado irá começar a ser reconhecido como um grande gerador de patente em pesquisa”, alertou.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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