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Amazonas tem saldo positivo de empregos em abril

O Amazonas emendou um segundo mês de saldo positivo de empregos com carteira assinada, entre março e abril. No total, foram criados 1.952 postos de trabalho celetistas, gerando alta de 0,46% na variação mensal, dada a predominância das admissões (+14.329) sobre os desligamentos (-12.377). Foi um resultado ainda melhor do que o registrado no mês passado (+0,44% e +1.855). Os acréscimos se concentraram principalmente em Manaus (+1.741) e foram puxados por comércio, construção e serviços.

O desempenho do Amazonas seguiu com menor velocidade do que a média da região Norte (+0,49%), embora tenha batido com folga a média nacional (+0,30%). Com a performance positiva de abril, o Estado conseguiu se manter no azul nos saldos do quadrimestre (+0,97% e +4.080) e do acumulado dos últimos 12 meses (+6,14% e +24.601). Com isso, o estoque – que é a quantidade total de vínculos celetistas ativos – registrado no mês passado foi de 425.082 ocupações formais. Os números estão na mais recente edição do “Novo Caged”, divulgada pelo Ministério da Economia, nesta quarta (26).

A mesma base de dados informa que o Brasil apresentou saldo de 120.935 empregos celetistas, em abril, em decorrência de um novo predomínio das contratações (1.381.767) sobre as demissões (1.260.832). O resultado, contudo, perdeu para março (+184.140) e fevereiro (+401.639). No acumulado de 2021, foram criadas 957.889 vagas (+2,43%), com a entrada de 6.406.478 trabalhadores e a saída de outros 5.448.589 O estoque do mês passado contabilizou 40.320.857 vínculos empregatícios em todo o país. 

Comércio e construção

Todos os cinco setores econômicos listados no Amazonas pelo “Novo Caged” conseguiram saldos positivos, na passagem de março para abril. Em números absolutos e relativos, o melhor dado veio de comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas, que abriu 986 novas vagas celetistas, no mês passado, gerando acréscimo de 1,94% em relação ao estoque anterior (101.093). 

Construção (+1,94% e +426) veio em um distante segundo lugar, seguido por  serviços (+0,17% e +319) – com destaques para educação (+1,33% e +227) e transportes, armazenagem e correio (+0,26% e +82), e alojamento e alimentação (+0,48% e +77). Indústria (+0,18% e +197) – especialmente água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e descontaminação (+1,97% e +95) e indústria de transformação (+0,09% e +85) – e agropecuária (+0,73% e +24) ocuparam as colocações seguintes.

No acumulado dos quatro primeiros meses do ano, apesar da alta mensal, o comércio (-0,58% e -589) é o único setor econômico do Amazonas que segue devendo nos postos de trabalho celetistas. Na outra ponta está a indústria (+1,92% e +2.041), sendo seguidor por e serviços (+1,04% e +1.964). Em contrapartida, construção (+2,70%) e agropecuária (+2,28%) registraram os melhores índices de crescimento relativo, ao gerar 590 e 74 postos de trabalho, respectivamente.

Sazonalidade positiva

No entendimento do presidente em exercício da Fecomercio-AM (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado Amazonas), Aderson Frota, os números de empregos do setor informados pelo Caged confirmam a aposta e o desempenho das lojas no Dia das Mães, que registrou pelo menos “três dias de shoppings lotados”. Para o dirigente, contudo, o setor encontra-se também em uma trajetória de retomada para os próximos meses, que são de sazonalidade positiva para o varejo, favorecendo com que o saldo de vagas celetistas volte ao azul.

“O comércio está tendo uma recuperação um pouco mais lenta do que nós imaginávamos. Tivemos um mês de maio atípico, com mais chuvas do que de costume, e isso atrapalhou as vendas. A atividade tem sido impactada também pelo pessimismo em torno da terceira onda, que só geral expectativas negativas e sem fundamento. Mas já estamos entrando no melhor período do ano e a certeza é que os saldos de empregos devem ser positivos nos próximos meses”, ponderou.

Pelo mesmo motivo, e pelo fato de que boa parte de seus segmentos já encontra-se sem restrições, ou com limitações de operação mais moderadas, o presidente em exercício da Fecomercio-AM avalia que o setor de serviços também deve seguir em trajetória ascendente nos demais meses do ano. “Os restaurantes e bares estão voltando a funcionar, assim como as escolas, que ainda estão ganhando o reforço da vacinação dos professores. A hotelaria já registra melhores taxas de ocupação e os correios devem quintuplicar seu movimento de encomendas, em função das quarentenas”, listou.

“Demanda insatisfeita”

Diante da constatação de que o setor perdeu força nos empregos nos últimos meses, o vice-presidente da Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas), Nelson Azevedo, diz que, apesar da disseminação da segunda onda em todo o país, o se concentra na oferta e não na demanda. O dirigente, que também preside o SIMMMEM (Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Manaus), informa que a falta de partes e peças continua sendo um problema que inibe a capacidade de trabalho – e de geração de empregos – do PIM.

“As empresas estão fazendo de tudo para manter os empregos, mas não estão conseguindo ter sua produção liberada, em função do desabastecimento, principalmente de insumos importados. Temos uma demanda insatisfeita, em virtude dessas dificuldades. Há muitas fábricas trabalhando em um nível muito abaixo de sua capacidade instalada, mas evitando demissões, pelo uso do banco de horas. Além de perder vendas, o setor ainda vai gastando seu capital de giro, já que os custos de mão de obra são fixos. Esperamos que as coisas melhorem na próxima semana, com a chegada de uma nova remessa de insumos”, finalizou.

Foto/Destaque: Divulgação

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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