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Amazonas tem avanço em abertura de novas empresas em março

Apesar do refluxo da segunda onda e da flexibilização gradual das medidas de isolamento social do governo estadual, a rotatividade voltou a aumentar na criação e extinção de empresas amazonenses, em março. A taxa de mortalidade registrou o maior incremento mensal do ano, enquanto a natalidade registrou recorde em números absolutos. O quadro seguiu mais volátil para os MEIs. Os dados estão no mais recente relatório do SRM (Sistema Mercantil de Registro), divulgados nesta segunda (5), pela Jucea (Junta Comercial do Estado do Amazonas).

O Estado registrou o encerramento das atividades de 297 pessoas jurídicas, no mês passado, configurando uma escalada de 73,68% ante fevereiro de 2021 (171) e uma alta de 2,77% sobre março de 2020 (289). Já a abertura de novos empreendimentos (854) cresceu 50,62% ante o mês anterior (567) e avançou 54,71%, no confronto com o mesmo mês do ano passado (552). Os dados citados não incluem os microempreendedores individuais, que são constituídos de forma virtual, por meio do portal do Empreendedor, do Governo Federal.

De acordo com o levantamento mensal da autarquia estadual, entre as 297 pessoas jurídicas amazonenses que formalizaram encerramento no mês passado, a maioria (184) estava na categoria de empresário individual – número 93,68% maior do que o de fevereiro (95). As sociedades empresariais limitadas (84) vieram na segunda posição, seguidas pelas empresas individuais de responsabilidade limitada (e de natureza empresarial), com 27 registros – contra 51 e 23, no mês anterior, respectivamente. Houve ainda o encerramento de dois consórcios de sociedades.

O movimento em torno da formalização de abertura de novos negócios no Amazonas (854), desta vez, priorizou as sociedades empresariais limitadas (195), em detrimento do empresário individual (233). Na sequência, vieram as empresas individuais de responsabilidade limitada (222) vieram em seguida, sendo que a lista incluiu também um consórcio de sociedades. Em fevereiro, os respectivos números foram 195, 233, 142 e 1.

Em texto divulgado por sua assessoria de imprensa, a Jucea destaca que os dados consolidados pela segmentação de CNAE (Classificação Nacional de Atividades Econômicas) apontam para uma primazia do setor de prestação de serviços (470) entre as pessoas jurídicas constituídas em março, sendo seguido pelo comércio (333) e pela indústria (28). A autarquia, contudo, não informou os dados segmentados para o número de extinções de CNPJ.

Em sintonia com os números globais de demais portes de empresas do Amazonas, os números de constituições de MEIs ganharam reforço em nível local (+32,26%), entre fevereiro (2.610) e março (3.452) de 2021, e também na comparação com o dado de 12 meses antes (2.784) – que foi 23,99% maior. Assim como ocorrido no levantamento anterior, as extinções aumentaram na variação mensal (de 541 para 666) e na comparação com o mesmo mês de 2020 (488), com diferenças respectivas de 23,10% e de 36,47%.

“Caminho certo”

Em texto divulgado por sua assessoria e imprensa, a Jucea salienta que março registrou o maior número de empresas constituídas no Estado, nos últimos cinco anos. Anteriormente, o melhor mês na criação de novos CNPJs em solo amazonense havia sido setembro de 2020 (+706) – terceiro mês de retorno das atividades econômicas suspensas pela primeira onda de covid-19, no Amazonas.

No entendimento da presidente da Junta Comercial do Amazonas, Maria de Jesus Lins, os números recordes de abertura de novas empresas no Estado, no mês passado, podem ter sofrido influência da concessão de benefícios fiscais, da adoção de tecnologias para simplificar o trâmite de novas constituições, e da abertura de linhas de crédito oferecidas pelo governo do Estado. 

“Os números mostram que estamos no caminho certo para a recuperação do nosso Estado, em meio ao pior período da economia do Brasil e do mundo, diante da pandemia da covid-19. A Jucea tem trabalhado e investido continuamente em sistemas tecnológicos que facilitem a simplificação das etapas do processo de abertura de empresas para os usuários do nosso estado”, declarou.

Crédito e auxílio

Na análise do presidente do Sindecon-AM (Sindicato dos Economistas do Estado do Amazonas), Marcus Evangelista, os números da Jucea referentes a março de 2021 aponta que o amazonense, mesmo em tempos difíceis, tem coragem de empreender. Grande parte do contingente de pessoas que estão abrindo os seus negócios e formalizando suas empresas vem, conforme o economista, de trabalhadores do Distrito Industrial que perderam seus empregos durante a crise da covid-19. 

“Eles têm algumas expertises e resolveram empreender. Percebe-se que há alguma variância de mês a mês, principalmente quando comparamos com 2020, com um aumento de empresas em todos os portes. A questão do fechamento se baseia principalmente na falta de capital de giro, que é justamente aquilo que mantém abertas as portas da empresa. A dificuldade do acesso ao crédito é o principal motivo para estas não conseguirem manter o fôlego. Os agentes financeiros estão cada vez mais exigentes, principalmente para as empresas que já têm alguma restrição de crédito”, avaliou.

Na mesma linha, o conselheiro do Corecon-AM (Conselho Regional de Economia do Estado do Amazonas), Francisco de Assis Mourão Junior, também se disse impressionado com o volume de abertura de novos negócios, impulsionados especialmente pelas expectativas. No entendimento do economista, as tendências de curto prazo são positivas para a economia estadual.

“A economia ainda se encontra afetada pela pandemia e restrições. Mas, temos novos empreendimentos sendo constituídos principalmente a partir da volta do auxílio emergencial federal, visando o aumento da demanda a partir do momento em que as pessoas voltam a ter renda. E isso acontece na contramão do aumento da taxa Selic, que deve ir a 3%, na próxima reunião do Copom [Comitê de Política Monetária]”, arrematou. 

Foto/Destaque: Divulgação

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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