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Amazonas melhora na desocupação no terceiro trimestre

Amazonas melhora na desocupação no terceiro trimestre

Em sintonia com o período de reabertura e flexibilização econômica, a taxa de ocupação do Amazonas avançou 1,9 pontos percentuais, na passagem do segundo para o terceiro trimestre, de 47,2% para 49,1%, possibilitando o contingente subir para 1,549 milhão de pessoas – menos da metade das pessoas com idade de trabalhar. Construção e comércio alavancaram o resultado, mas boa parte do acréscimo global se deveu à maior participação de trabalhadores informais (56,4%) e por conta própria (33,3%) no bolo. 

Em paralelo, os números de subocupados e desalentados ficaram estáveis. A taxa de desocupação (16,6%) também mal se moveu, permitindo que o Amazonas caísse da quarta para 11ª posição entre os percentuais mais elevados do país. Embora tenha estagnado, a quantidade de pessoas no Estado que estão sem emprego e procuram um ainda é elevada: 308 mil. Os dados são da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua Trimestral, divulgada nesta sexta (27), pelo IBGE.

Embora tenha subido apenas 0,1 ponto percentual entre o segundo trimestre (291 mil pessoas) e o terceiro (308 mil pessoas), a taxa de desocupação do Amazonas (16,6%) avançou 2,1 pontos percentuais, em relação ao primeiro trimestre de 2020 (14,5%), e 3,3 pontos percentuais frente ao acumulado de julho a setembro do ano passado (13,3% e 252 mil). Bahia (20,7%), Sergipe (20,3%) e Alagoas (20,0%) encabeçaram a lista, ao passo que as menores taxas ficaram em Santa Catarina (6,6%), Mato Grosso (9,9%) e Paraná (10,2%).

A população ocupada do Estado (1,549 milhão) ganhou o acréscimo de 72 mil trabalhadores em relação ao trimestre anterior, mas perdeu 100 mil, no confronto com o mesmo período de 2019. O nível da ocupação (49,1%) se manteve abaixo da metade dos amazonenses com idade para trabalhar – 14 anos ou mais, na definição do IBGE. A despeito do aumento sazonal, a taxa de ocupação despencou 6,1 pontos percentuais em relação ao mesmo trimestre do ano anterior (55,2%).

Informalidade e atividade

“Empregados” responderam pela maior parte dos trabalhadores ocupados no Amazonas: 54% (837 mil). O setor público tinha 276 mil trabalhadores. O setor privado (498 mil), por sua vez, ficou 12,63% menor ante o mesmo período de 2019 (570 mil). A comparação com o acumulado de abril a junho de 2020 (484 mil) – período de pico dos casos de covid-19 no Estado – foi mais favorável, ao apontar elevação de 2,89% e o ingresso de 14 mil pessoas no mercado de trabalho amazonense. Em torno de 68,3% contavam com carteira assinada (340 mil) e 31,7% trabalhavam sem carteira assinada (158 mil pessoas). Em relação ao trabalhador doméstico (63 mil), 92% eram formalizados no emprego.

O menor número foi o de pessoas ocupadas como empregadores, que alcançou 34 mil (2,2%). O trabalho por conta própria, por outro lado, era a alternativa para 515 mil pessoas (33,2% dos ocupados), Foi a terceira maior taxa em todo o país, ficando atrás apenas do Amapá (35,8%) e do Maranhão (34,1%). Pelo menos 94,1% dos trabalhadores por conta própria (483 mil), entretanto, não possuíam CNPJ. Com isso, a taxa de informalidade local (56,4%) foi uma das mais elevadas do país, perdendo apenas para o Pará (60,9%) e o Maranhão (58,8%).

Na divisão por atividades, a administração pública, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (325 mil) foi o grupo que apresentou o maior número de pessoas ocupadas. Na sequência, vieram o comércio (304 mil), a agropecuária (295 mil), indústria (161 mil) e construção (87 mil). Quatro dos setores citados avançaram, sendo que o maior aumento proporcional veio da construção (+24,19%), seguida por comércio (+10,95%), pela indústria (+9,52%) e administração pública (+5,86%). Agropecuária (-1,67%) foi o único a reduzir os quadros. 

Rendimento e subutilização

O rendimento médio real dos trabalhadores com ocupação remunerada no Amazonas foi de R$ 1.955, no acumulado de julho a setembro. Houve queda de 8,31% na comparação com o mesmo aglutinado do ano passado (R$ 1.805) e incremento de 5,42% sobre o valor registrado no segundo trimestre de 2020 (R$ 2.067). A massa de rendimentos, por sua vez, somou R$ 2,708 bilhões, no mesmo período, sendo igualmente maior (R$ 2,690 bilhões) do que a apresentada no mesmo trimestre de 2019 e menor do que a do segundo trimestre deste ano (R$ 2,720 bilhões).

Já o número de trabalhadores subutilizados por insuficiência de horas trabalhadas entre julho e setembro de 2020 foi de 135 mil (33,2%), sendo pouco mais elevada do que a do trimestre anterior (34,1% e 122 mil) e do terceiro trimestre do ano passado (27,2% e 123 mil).

A população fora da força de trabalho (1,295 milhão) teve queda de 66 mil pessoas, na passagem do segundo para o terceiro trimestre, mas ganhou o acréscimo de 208 mil, frente a igual trimestre de 2019. A quantidade de trabalhadores amazonenses “desalentados” (147 mil) – que desistiram de procurar emprego – foi 2,65% menor do que a do trimestre anterior (151 mil), mas avançou 276,92% em relação ao mesmo trimestre de 2019 (39 mil).

“Forte demanda”

O supervisor de disseminação de informações do IBGE-AM, Adjalma Nogueira Jaques, considerou que a quantidade de trabalhadores ocupados no Amazonas “aumentou bastante”, no terceiro trimestre deste ano. O pesquisador ressaltou, contudo, que não foi possível reduzir a taxa de desocupação, pois a força de trabalho não para de crescer e segue com velocidade maior, dado o ingresso de pessoas desocupadas, a cada dia. 

“Essa pressão vem acontecendo ao longo do ano. Há uma forte demanda por espaço no mercado de trabalho. No mesmo sentido, a informalidade apoiada principalmente nos ‘trabalhadores por conta própria, cresceu e já supera o número registrado pelo setor privado. A boa notícia veio da contratação na construção e no comércio, mas a massa de rendimentos, estabilizou no trimestre”, arrematou. 

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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