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Amazonas lidera abertura de novas empresas, aponta IBGE

Amazonas lidera abertura de novas empresas, aponta IBGE

O Amazonas liderou a taxa de entrada de novas empresas em todo o país, em 2018, com 22,1% (6.609). O Estado, por outro lado, também foi o líder nas saídas de pessoas jurídicas da atividade, no mesmo período, ao pontuar 21,6% (6.763). Em sintonia, o percentual de sobrevivência dos negócios em âmbito estadual foi de 77,9%, (24.394, em universo de 31.303), sendo o menor do Brasil. Os dados são do estudo Demografia das Empresas e Estatísticas de Empreendedorismo 2018, divulgados nesta quinta (22), pelo IBGE.

Em termos de entrada de novas pessoas jurídicas, a segunda e terceira posição ficaram com Maranhão (20,5%) e Amapá (20,4%), respectivamente. A segunda maior taxa de saída de empresas do mercado foi registrada no Pará (20,8%), que foi seguido pelo Distrito Federal (20,7%). Entre as regiões, o Sul (85,7%) e o Sudeste (83,9%) apresentaram as maiores taxas de sobrevivência, enquanto as maiores taxas de entrada e saída foram observadas nas regiões Norte (19% e 19,6%), Centro-Oeste (17,7% e 19%) e Nordeste (17% e 19,1%).

O Norte contabilizou 178.756 empresas ativas em 2018, ou 3,7% do total do Brasil. Destas, 144.873 eram sobreviventes (ativas no ano da pesquisa e no ano anterior). Em torno de 33.883 eram de entrada, sendo que 26.067 eram novas e 7.816 estavam reentrando na atividade. O número de baixas foi de 35.103. A taxa de entrada caiu de 28,9% para 19,0%, entre 2008 e 2018. A de saída reduziu de 22% para 19,6%, na mesma comparação.

No Amazonas, o número de empresas sobreviventes sofreu decréscimo de 27.175 (2008) para 24.394 (2018) em uma década – embora os percentuais tenham aumentado de 68% para 77,9%, respectivamente. A quantidade de entradas encolheu de 8.672 (2008) para 6.909 (2018), ao passo que a de saídas praticamente empatou com 6.763 (2018) contra 6.760 (2008)

Ao longo de dez anos, a região Norte apresentou as menores taxas de sobrevivência, após o terceiro ano de existência (52,2%) e depois do quinto ano de operações (39,3%), assim como no décimo ano de atividade (19,9%). Considerando os números do Amazonas, a taxa de sobrevivência de 47,1%, após o terceiro ano de existência só perde para a de Roraima (45,5%), mas o Estado é líder nacional nas medidas do quinto (34,2%) e décimo ano (16,4%).

Em 2018, o número de unidades locais das empresas ativas em Manaus era de 23.637 e equivalia a 75,5% do total do Amazonas. As entradas totalizaram 5.134 unidades e as saídas, 4.846. Entre as capitais, as maiores taxas de entrada ocorreram em Manaus (21,7%), Palmas (21,1%) e Cuiabá (21%). As maiores taxas de saída, por sua vez, ocorreram em Cuiabá (21,3%), Brasília (20,7%) e Manaus (20,5%). 

Comércio e indústria

O setor que mais se destacou na região Norte (178.756) foi o comércio (92.766 unidades e 51,9% do total). Em relação às entradas (16.118 e 47,6%) e às saídas (19.153 e 54,6%), o setor de também registrou os números mais elevados. Na sequência, vieram a indústria de transformação (11.961 e 6,7%), os serviços de alojamento e alimentação (9.792 e 5,5%) e as atividades profissionais, científicas e técnicas representando (9.440 e 5,3%).

A dinâmica se repetiu no Amazonas, onde o comércio (15.660) respondeu por metade das unidades locais e também liderou nas entradas (3.245 e 46,9%) e saídas (3.589 e 53%) de pessoas jurídicas do mercado. A indústria (2.065 e 6,6%) compareceu novamente na segunda posição, seguida pelos serviços de atividades administrativas (1.896 e 6,06%) e de alojamento e alimentação (1.971 e 5,7%).

O mesmo se deu em Manaus, com o comércio respondendo por 10.435 das 23.637 unidades locais sobreviventes, ou 44,1% do total. Também se destacou em inserção de novos negócios (2.088 e 40,7%) e encerramento de atividades (2.280 e 47%). Foi seguido pela indústria (1.566 e 6,6%), e pelos serviços de atividades administrativas (1.699 e 7,2%) e de atividades profissionais, científicas e técnicas representando (1.644 e 7%).

Ocupados e assalariados 

A região Norte contabilizou 1.459.039 pessoas ocupadas e assalariadas, em 2018. Pelo menos 94,2% (1.375.053) seguiram nas empresas sobreviventes, sendo que 4,1% (83.986) eram oriundos de empresas que entravam no mercado naquele ano e 2,8% (40.436) estavam na situação oposta. Apesar do saldo negativo geral de empresas, houve crescimento em relação ao efetivo assalariado de 2008 (1.119.664)

No Amazonas, o número de trabalhadores nas empresas ativas foi de 354 mil, há dois anos, sendo que 334 mil estavam em empresas sobreviventes, 20 mil nas novatas e 12 mil nas pessoas jurídicas em retirada. Comparado aos números de dez anos antes (312 mil, 294 mil, 17 mil e 8.000), só não houve crescimento no último caso. Manaus (327 mil) respondeu por 92,3% dos assalariados do Amazonas, em 2018. O setor que mais se destacou foi a indústria (85.510 e 26,2%), seguido por comércio (85,5 mil e 24,6%).

“Algo de diferente”

Em sua análise para o Jornal do Commercio, o supervisor de disseminação de informações do IBGE-AM, Adjalma Nogueira Jaques, considerou que os resultados são preocupantes, ao apontar uma dinâmica de níveis elevados no fluxo de empresas amazonenses no mercado. Embora a pesquisa não estabeleça os motivos para a dança dos números locais, o pesquisador avalia que os dados indicam que os empresários locais estão enfrentando dificuldades.

“Essas dificuldades podem ser as mais diversas, como falta de informações, ausência de gestão, desconhecimento do mercado, carência de lastro para manter o negócio e até mesmo um certo imediatismo. Mas, é certo que há algo de diferente no comportamento das empresas locais. Vemos isso no desempenho das empresas criadas há dez anos, onde somente 16% sobreviveram”, encerrou. 

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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