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Amazonas Jazz Day movimenta Festival de Ópera

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Se vivo estivesse, Edward Kennedy ‘Duke’ Ellington, jazzista e pianista americano, completaria 120 anos no próximo dia 29 de abril.

Duke Ellington, como ficou conhecido internacionalmente, foi um dos ícones do jazz americano entre as décadas de 1920 e 1960, passando a ser considerado o maior compositor de jazz de todos os tempos. Por isso o dia 30 de abril foi instituído pela Unesco, idealizado pelo pianista Herbie Hancock, como o International Jazz Day, este ano celebrado em 190 países.

Em Manaus não será diferente com a realização da segunda edição do Amazonas Jazz Day, na terça-feira, 30, no Teatro Amazonas, às 20h, em meio ao Festival Amazonas de Ópera.

O Amazonas Jazz Day foi idealizado pelos músicos Leonardo Pimentel, percussionista e baterista, e Régis Gontijo, guitarrista, e foi sucesso, em sua primeira edição, no ano passado.

“Manaus já teve a realização de outros festivais de jazz, em décadas passadas, e essa ausência entre um e outro faz com que o público uma hora seja ‘mais animado’, com o estilo, outra hora menos, mas como o jazz é um daqueles ritmos que se mantém, sempre é atual, toda vez que acontece um festival, o público vai. No primeiro Amazonas Jazz Day, no ano passado, o Teatro Amazonas ficou lotado”, contou.

“A idéia é a cada ano melhorar o festival. Ano passado se apresentaram 13 músicos. Este ano são 15, alguns se reapresentando, outros pela primeira vez no Amazonas Jazz Day”, adiantou.

“Manaus possui uma grande quantidade de bons músicos e cantores desse estilo, como a Karine Aguiar, o Miquéias Pinheiro, o Ítalo Jimenes, a OBA (Orquestra de Beiradão do Amazonas), apenas para citar os que já gravaram trabalhos em disco”, informou.

Um jazz amazônico

“Digo que o músico, não especificamente o jazzista, precisa tocar nos clubes, nas casas noturnas, ao vivo, para seu público. Aqui em Manaus acontece muito isso. Os músicos tocam em grupos distintos, em eventos diversos, dentro dos estilos que preferem tocar. Eu, por exemplo, gosto de tocar o regional, o jazz americano e o jazz contemporâneo”, explicou.

E como o jazz surgiu da mistura de ritmos e tradições religiosas, principalmente afro-americanas, nada como fundir o ritmo americano com os ritmos amazônicos.

“Fizemos isso ano passado, e vamos repetir este ano, utilizando instrumentos musicais e elementos nativos daqui”, adiantou Leonardo.

“No mundo, cada cultura faz a releitura do jazz americano, com hits e instrumentos locais, seja na Europa, na África, na Ásia, e em Manaus não é diferente. No Amazonas Jazz Day o Andrio Dias vai voltar à cena com o seu vibrafone, tocando ‘Tic-Tic-Tac’, da banda Carrapicho. Ano passado ele tocou ‘Cantos da Floresta’, do grupo Raízes Caboclas, e a platéia vibrou”, lembrou.

O vibrafone é o instrumento de teclado mais recente, uma espécie de marimba, utilizado principalmente no jazz. Poucos músicos o dominam em Manaus.

Quem também está de volta é Ricardo Sá, integrante do grupo Aldeia Instrumental, especialista em fazer releituras de músicas indígenas, e compor as próprias músicas no estilo dos cantos indígenas. No festival ele apresentará ‘He he nigota’, do povo tukano, habitantes do alto rio Negro.

“Junto com o Ricardo, integro o Jazz Verde, que só toca música de compositores locais com instrumental regional”, revelou.

Herbie Hancock no Amazonas

E para quem gosta de ouvir o jazz cantado, o astro da noite vai ser Humberto Amorim interpretando ‘Do nothin’till you hear from me’, de Duke Ellington, interpretada originalmente por Ella Fitzgerald e Nina Simone. Amorim ainda cantará ‘Sway’ (Quien será?), do compositor mexicano Luiz Demetrio e que, em inglês, fez sucesso com Dean Martin.

Já a banda brasileira Azimuth será lembrada com a música ‘Partido alto’. A Azimuth foi formada, em 1973, pelos músicos José Roberto Bertrami (falecido), Alex Malheiros e Ivan Conti. Até hoje Alex e Ivan, acompanhados por outros músicos, fazem sucesso na Europa e Estados Unidos e se tornaram ícones da música eletrônica atual.

“Apresentaremos ‘Partido alto’ numa versão com bateria, percussão, cuíca, baixo teclado, guitarra, sopro. Eu vou me apresentar com quase todos os músicos, mas quero destacar a música ‘Take the a train’, do Duke Ellington, que vamos tocar no estilo do marabaixo, com instrumentos do marabaixo, do Amapá. E tem mais. Numa homenagem ao nosso maestro Adelson Santos, tocaremos ‘Argumento’ (Não mate a mata), numa versão instrumental, com baixo, piano e bateria”, revelou.

“Dá trabalho organizar este festival. Desde o início do ano estou trabalhando nele, conversando com os artistas, sobre suas disponibilidades, escolhendo o repertório, mas o festival tem que sair. Como digo para eles: temos que ter capacidade de criar situações para que apareçamos. A idéia é elevar os nomes dos músicos participantes e fazer com que sejam respeitados. Meu sonho é trazer para o festival o Herbie Hancock. Um dia conseguimos”, concluiu.

Serviço

O que: Amazonas Jazz Day

Onde: Teatro Amazonas

Quando: Dia 30, terça-feira, às 20h

Ingresso: R$ 50, inteira; segundo piso, R$ 30; terceiro piso, R$ 20  

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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