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Amazonas fica sem incentivos

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O setor de transporte de cargas do Amazonas lamentou o ‘corte’ do Estado do pacote de concessões e privatizações de rodovias e ferrovias anunciado na última quarta-feira (15), pelo governo federal.
O secretário do Setcam/AM (Sindicato das Empresas de Agenciamento de Cargas, Logística e Transportes Aéreos e Rodoviários do Amazonas), Raimundo Augusto de Araújo Nonato, disse ainda não ter expectativa de que o Estado seja contemplado com os investimentos para os portos que deverão ser anunciados pelo governo até o final deste mês.
“Os investimentos mais uma vez não chegaram aqui. Lamentamos ter ficado de fora dos planos do governo federal”, queixou-se.
Em relação às rodovias ele diz acreditar que o Estado seja beneficiado ‘por tabela’. “Pará e Tocantins foram contemplados com investimentos e como os dois Estados possuem uma relação direta com o Amazonas vamos ser beneficiados indiretamente, mas é pouco”, ressaltou.
Quanto aos portos, a estimativa do representante é de que os investimentos sejam direcionados para cidades próximas ao litoral.
Em entrevista anterior ao Jornal do Commercio, o presidente do Cieam (Centro da Indústria do Estado do Amazonas), Wilson Périco, criticou o fato de o Amazonas não possuir nenhum projeto de ampliação de infraestrutura a longo prazo, a despeito das dificuldades logísticas sem solução desde a inauguração do polo industrial.
“Necessitamos de um planejamento que permita o crescimento da economia daqui a dez, 20 anos pra daqui a cinco, dez, 20 anos para que os entraves históricos não sigam se repetindo e o Estado perdendo investimentos”, defendeu na ocasião.
A assessoria da superintendência regional do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) no Amazonas confirmou que o Estado provavelmente deve ficar fora do pacote para os portos, mas contrapôs que outros convênios já foram realizados.
“Existem outros seis portos em construção por meio de convênios com prefeituras do interior, e outros 22 em fase de licitação ou elaboração de projetos, o Porto de Manaus e o Porto da Manaus Moderna estão entre eles. Para esses 22 que ainda serão construídos, estão previstos orçamentos de aproximadamente R$ 507 milhões (2012 e 2013)”, declarou em nota, o órgão.
Ainda de acordo com o órgão, 70 portos com os valores previstos nos orçamentos de 2011, 2012 e 2013 já estão programados.
“Existem convênios com a Condomar para a construção de 14 portos (todos em execução), sendo cinco já inaugurados, cujos recursos somados chegam a aproximadamente R$ 133 milhões e com a Seinfra para a construção de 26 portos (todos em execução). Entre eles cinco já foram inaugurados, 15 serão inaugurados em 2012, somando aproximadamente R$ 362 milhões em recursos no total”, acrescentou a assessoria.
Por outro lado, as obras da BR 319 (Manaus-Porto Velho) seguem aguardando licenciamento ambiental, conforme últimas informações da Seinfra.
O projeto prioritário da Seinfra para este ano é a duplicação da rodovia Manuel Urbano (AM-070) que vai ligar a capital Manaus aos municípios de Iranduba e Manacapuru, com investimentos de R$ 162 bilhões, também aguardando liberação de financiamento.

O pacote

O pacote de concessões aprovado pelo governo federal prevê investimentos de R$ 133 bilhões ao longo de 25 anos, para reduzir gargalos de infraestrutura e estimular o crescimento do país.
Desse total, R$ 91 bilhões destinados à construção de 10 mil quilômetros de ferrovias e o restante, (R$ 42 bilhões), para melhoria, duplicação e manutenção de 7,5 mil quilômetros de rodovias.
Os investimentos buscam permitir que o país cresça entre 4,5% e 5 % ao ano.
O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) vai financiar até 80% dos investimentos.
O anúncio trouxe informações sobre a participação privada na gestão dos portos, atualmente nas mãos de autoridades públicas. Hoje, praticamente 100% das operações nos portos é privada, mas os investimentos em infraestrutura e a gestão são feitos pelo setor público.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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