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Amazonas fechou mais vagas em abril

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Com 115.898 postos de trabalho a mais do que em março, o mês de abril parece, de acordo com o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), confirmar o otimismo de alguns setores produtivos. Segundo o Ministério do Trabalho, que divulgou os dados na sexta-feira (18), um dos destaques do Caged nacional reside no setor de serviços, que abriu 64.237 vagas, 0,38% a mais do que em março. Já em Manaus a conta, apesar de positiva, não foi tão boa. Em abril foram registrados 3.728 contratações contra 3.609 desligamentos, uma saldo de 119 postos de trabalho criados. Já em março, a variação entre as 3.868 admissões e os 3.141 desligamentos, resultou em 727 vagas.

A segunda melhor performance nacional em abril ficou por conta da indústria de transformação, que abriu 24.108 postos. Manaus, que concentra o grosso da indústria do Estado, registrou 3.048 demissões contra 2.231 contratações, um saldo de -817 empregos, um número que contrasta com a alta produção do setor e com o saldo trimestral divulgado na quinta-feira (17) pelo PNAD-C (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) do IBGE (Instituto Brasieliro de Geografia e Estatística), que apontou 6,4% de crescimento no número de empregos com carteira assinada.

Segundo o supervisor de informações do IBGE-AM, Adjalma Nogueira Jacques, essa discrepância tem a ver com a metodologia usada nas pesquisas. “O crescimento existe, o que causa estranheza entre os dados é a forma de coleta. O PNAD-C trabalha com pessoas, muitas dessas na informalidade. Já o Caged é baseado na Rais (Relação Anual de Informações Sociais) enviado pelas empresas, focando nos empregos formais. Conta também a periodicidade, daí as diferenças”, disse o especialista.

O setor de construção civil em Manaus teve em abril 97 novas vagas (728 admissões menos 631 demissões), superando o comércio que teve saldo negativo de -31 vagas (2.400 desligamentos contra 2.369 contratações). Segundo o especialista do IBGE, o péssimo desempenho do comércio é causado pela insegurança e espera popr bons momentos.

“Ao contrário da indústria que recebe encomendas e pode contratar baseando-se em demandas, o comércio espera até o último momento para contratar, nesse caso, a espera é pela Copa do Mundo. A insegurança quando aos novos eleitos também impede o start nas contratações”, afirma Jacques.

Ainda incipiente

Mesmo os setores mais promissores ainda consideram incipientes os efeitos da retomada econômica. O economista da Fecomércio-AM (Federação do Comércio do Estado do Amazonas) José Fernando explica que as boas vendas do comércio e a produção industrial ainda não se refletem em contratações. “São casos que dependem da sazonalidade, da chegada de datas e encomendas. Não há previsibilidade de contratação a longo prazo”, ressalta.

Reforma trabalhista

Apontada pelo presidente Michel Temer com uma das grandes conquistas no seu mandato, as reformas trabalhistas parecem estar longe do idealizado. Em abril de 2018, houve 12.256 desligamentos mediante acordo entre empregador e empregado, envolvendo 9.456 estabelecimentos, em um universo de 9.044 empresas. Um total de 14 empregados realizou mais de um desligamento.

Na modalidade de trabalho intermitente, o saldo nacional foi de 3.601 empregos ( 4.523 admissões e 922 desligamentos), sem registros de adesão no Estado do Amazonas. Em regime de tempo parcial foram registradas 5.762 admissões e 3.208 desligamentos, gerando saldo de 2.554 empregos, envolvendo 3.533 estabelecimentos, em um universo de 3.243 empresas.

De acordo com Adjalma Jacques, essas novas modalidades ainda dependem de acertos. “São novas ‘tecnologias’ de contratação que podem sofrer mudanças. Vigorando desde novembro de 2017, são boas para o empregador que pode contratar por um período e demitir logo em seguida, sem que haja saldo registrado. O que acredito é que há sim um aumento de criação de postos, mas no mercado informal, devido a insegurança política e econômica”, encerrou.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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