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Amazonas é quarto no ranking da informalidade, aponta IBGE

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As taxas de desocupação do Amazonas, de Manaus e da região metropolitana caíram no quarto de 2019, praticamente em todas as comparações. A má notícia é que a informalidade aumentou e segue elevada, situando o Estado no quarto lugar do ranking nacional. Em paralelo, a massa salarial diminuiu. Os dados estão na PNAD Contínua Trimestral, pesquisa do IBGE divulgada nesta sexta (14).

A fatia de pessoas sem trabalho remunerado no Amazonas passou de 13,3% para 12,9%, entre o terceiro e o quarto trimestre de 2019, reduzindo o contingente de desocupados de 252 mil para 246 mil, respectivamente. A quantidade de amazonenses com ocupação profissional avançou 0,48%, de 1,649 milhão para 1,657 milhão, no mesmo período. Em paralelo, a força de trabalho total do Estado subiu 0,05%, de 1,901 milhão para 1,902 milhão. 

Manaus reduziu a taxa em medida semelhante – de 17,2% para 16,9% –, mas segue com números mais elevados do que a média estadual. Já a Região Metropolitana diminuiu de 16% para 15,6%. Em relação aos números apresentados no mesmo trimestre de 2018, houve recuo para o Estado (14,4%, ou -1,5 p.p.), para a capital (17% ou -1,4 p.p.) e para a RMM (18,3% ou -1,4 p.p.). 

No confronto com o terceiro trimestre de 2019, o Amazonas se manteve na décima posição em relação às outras unidades da federação, entre as taxas mais elevadas. Os maiores números foram registrados na Bahia (16,4%) e Amapá (15,6%). Os menores ficaram em Santa Catarina (5,3%) e Mato Grosso do Sul (6,4%).

Depois de cair para a segunda posição na última sondagem do IBGE, Manaus voltou a ser a capital com a maior taxa de desocupação do país. Só perdeu para Macapá (16%) e Salvador (15,2%). Os menores percentuais do Brasil neste tipo de comparação ficaram em Campo Grande (6%) e Porto Alegre (7,1%) – em uma lista com apenas sete cidades com taxa de um dígito.

Em relação às regiões metropolitanas, a taxa de desocupação registrada na de Manaus subiu da quinta para a quarta colocação. As mais elevadas foram para Macapá (16,6%) e Salvador (16,4%). As menores ficaram nas regiões de Florianópolis (7,4%), Curitiba e Goiânia (empatadas com 8,2%).

Empreendedorismo e informalidade 

O nível de ocupação é representado pelo percentual de pessoas ocupadas em relação àquelas em idade de trabalhar – 14 anos ou mais, conforme o IBGE. No Amazonas, 54,8% estavam ocupadas entre outubro e dezembro de 2019, nível abaixo do trimestre anterior (55,2%), embora tenha ficado 2,1 pontos percentuais maior do que no mesmo período de 2018 (53,1%). O número de amazonenses nessa situação foi de 1,657 milhão. 

A posição classificada como “empregado” foi a que apresentou o maior número no Estado (904 mil pessoas ocupadas). Houve alta de 3,21% no número de celetistas (de 374 mil para 386 mil) no confronto com o período de julho a setembro de 2019, mas a quantidade de amazonenses sem carteira assinada (196 mil para 204 mil) subiu ainda mais (+4,08%). 

O setor privado (590 mil) – que aumentou – respondeu pela maior parte das ocupações, seguido pelo setor público (241 mil) e trabalhadores domésticos (73 mil) – ambos caíram. No total, 541 mil pessoas trabalham por conta própria – contra 549 mil no trimestre anterior. A maioria esmagadora desse contingente (95,56% ou 517 mil) não possuíam CNPJ e estavam na informalidade, mesmo número registrado entre julho e setembro de 2019 (524 mil). A parcela de “empregadores” subiu de 42 mil para 48 mil pessoas, na virada do trimestre.

Outro dado negativo é que a renda diminuiu. A massa de rendimento dos trabalhadores do Amazonas totalizou R$ 2,575 bilhões no quarto trimestre do ano. Houve um decréscimo de 0,81% em relação ao trimestre anterior (R$ 2,596 bilhões) e um aumento de 10,66% no confronto com os números capturados entre outubro a dezembro de 2018 (R$ 2,327 bilhões).

Pouca melhora

O supervisor de disseminação de informações do IBGE-AM, Adjalma Nogueira Jaques, ressaltou que, apesar dos recuos, a liderança da capital amazonense na taxa de desocupação do país deixa o Estado em uma posição desconfortável. Especialmente porque, prossegue o pesquisador, quanto maior o tempo da pessoa nessa situação, mais difícil é conseguir uma colocação no mercado de trabalho.  

“Embora tenhamos sentido um crescimento da ocupação em todos os níveis, o movimento foi muito pequeno. O maior problema é que a massa de amazonenses que atuam na informalidade é muito elevada e chega a 57%. São pessoas que, além de trabalharem em piores condições, contam com baixo nível de qualificação. Infelizmente, a economia ainda não melhorou o suficiente para aumentar a absorção do mercado formal. A informalidade também é alta entre os empregadores, mas a tendência é que as exigências da própria clientela possam reverter os números, mais adiante”, ponderou. 

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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