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Amazon Tupana contempla a natureza

Tupana, a mãe do trovão, “ente desconhecido que troveja e mostra sua temibilidade pelo raio, que abate como se fossem palha os colossos da floresta e tira a vida aos seres, deixando os restos carbonizados”, escreveu o folclorista Ermanno Stradelli.

Agora Tupana dá nome a um extenso rio, que corta o município do Careiro Castanho, e onde está localizado o Amazon Tupana Jungle Lodge, mais um hotel de selva que não pode deixar de ser conhecido por quem mora em Manaus.

A viagem/aventura para o Amazon Tupana começa no porto da Ceasa, de onde uma lancha levará o visitante até a vila do Careiro. A diversão já começa aí, num trajeto de cerca de 30 minutos, que cortará o famoso encontro das águas, sem falar da exuberância no Negro.

Da vila do Careiro, o município aqui ainda é o Careiro da Várzea, ruma-se pela BR 319. A viagem será longa, 178 km até as margens do rio Tupana, de onde outra lancha seguirá para o hotel de selva. Durante o percurso dá para se saber por que o Amazonas é o paraíso das águas. Serão transpostas cinco pontes sobre rios caudalosos de águas pretas. Logo no km 5 surge o rio Capitarí; no km 10, o rio Curuçá; no km 12, o rio Autaz Mirim; no km 54, o rio Araçá; e finalmente no km 110, o rio Castanho, já no município do Careiro Castanho.

Todos são rios piscosos mas, de acordo com o guia, na época da vazante, que já está ocorrendo nos rios da região, muitos pescadores seguem principalmente rumo ao Araçá para pescar tucunarés. Outras espécies de peixes também surgem em abundância. 

Retorno dos hóspedes

No km 178 a BR 319 continua, mas agora a viagem até o hotel será novamente de voadeira, mais uns 15 minutos pelo rio Tupana, cuja nascente está perdida em meio a floresta e a foz ocorre no rio Igapó-Açu.

A visão do Amazon Tupana impressiona, localizado no alto de uma encosta, todo em madeira, coberto com palhas. Mesmo a grande cheia deste ano ficou longe de atingir as bases do hotel. Na chegada, o píer, de onde saem os passeios de canoas e caiaques para que o visitante conheça as trilhas na floresta, e mesmo os meandros do rio. Para quem sabe nadar, o banho naquelas águas tranquilas não oferece perigo.

Uma longa escadaria, toda em madeira, leva até as dependências do hotel.

“Quando comprei o hotel, em 2017, ele só possuía as seis suítes localizadas atrás destas quatro que estão de frente para o rio, e onde funcionava o restaurante”, lembrou Maria da Conceição Pereira Khattab, proprietária do Amazon Tupana.

Quarto para uma família, com redes na varanda – Foto: Divulgação

“O casal de antigos proprietários não tinha experiência na área de turismo e não conseguia atrair hóspedes. Como eu tenho expertise de vários anos, consegui em um mês um total de hóspedes que eles haviam conseguido em dois anos”, revelou.

As dez suítes e os oito bangalôs do hotel ficavam frequentemente lotados, principalmente de hóspedes estrangeiros, em 2018 e 2019. Aí veio a pandemia, em 2020, e tudo parou. Somente agora eles começam a voltar.

“Com certeza, quando todo mundo se sentir seguro com relação à pandemia, os hóspedes retornarão, principalmente os europeus, porque eles são apaixonados por esse clima de floresta”, falou. 

Oito bangalôs: quatro para casais e quatro para famílias – Foto: Divulgação

Experiência no Ariaú Tower

Conceição procurou dar ao hotel um ar de interior amazônico, ambiente que ela conhece muito bem, pois nasceu no município de Carauari, num seringal às margens do Juruá. Sua família conheceu os dois períodos do boom do comércio da borracha, no início do século passado, e depois na década de 1940.

“Vivi no seringal até os 16 anos, então coloquei aqui o banho de rio, o ficar sentada no trapiche, o subir em árvore, a comida simples, mas gostosa, aquela singeleza das coisas do interior”, explicou.

Na recepção do hotel, um bar todo feito com madeiras de lei fica ao lado da sala de estar. Próximo, o restaurante com capacidade para 50 pessoas sentadas, e uma varanda externa, tudo com vista para o rio Tupana.

Restaurante com capacidade para 50 pessoas e vista para o rio – Foto: Divulgação

Depois das refeições, vale um descanso no redário, ou um passatempo na sala de jogos. Os oito bangalôs são separados por uma trilha de madeira: quatro para casais e quatro para famílias. O hotel disponibiliza vários pacotes, com passeios diversos, e há um pacote especial para os manauaras se hospedarem lá durante um final de semana.

Se o hóspede tiver sorte ainda poderá receber duas visitas inusitadas, que vêm direto da mata, uma gata maracajá e uma anta. Depois de comerem, as fêmeas voltam para seu habitat. 

Redário, para quem quiser relaxar ainda mais – Foto: Divulgação

Morando em Manaus, foi na capital amazonense onde Conceição começou a adquirir experiência com o turismo, primeiro trabalhando na recepção do Tropical Hotel, depois no Ariaú Tower, onde chegou a gerente comercial.

“Quando fui trabalhar no Ariaú, o hotel tinha 63 apartamentos, quando saí, tinha 283, então vi o crescimento do empreendimento e aprendi muito com o Ritta Bernardino (proprietário do hotel)”, disse.

A empreendedora ainda se aprimorou morando, e viajando, por vários países. Agora aplica seus conhecimentos no próprio hotel de selva.

Quem quiser conhecer o Amazon Tupana, redes sociais: Amazon Tupana Jungle Lodge. Fone: 9 9221-5499.  

Foto/Destaque: Divulgação

Evaldo Ferreira

é repórter do Jornal do Commercio
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