O PIM (Pólo Industrial de Manaus) perdeu a chance de ter agregada a sua lista de indústrias a primeira fábrica de semicondutores (chips) da América do Sul. Disputada por Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo, a empresa Symetrix Company anunciou recentemente a instalação de uma unidade em solo carioca.
Apesar da importância tecnológica da indústria, o Amazonas não entrou na briga pela companhia, segundo o ex-deputado federal Pauderney Avelino. Mas, o secretário da Seplan rebateu o comentário, afirmando que o Estado foi vencido por questões de mercado e logística.
O ex-deputado federal e presidente do DEM (Democratas), Pauderney Tomaz Avelino, lamentou a ausência do Estado nas negociações com a companhia norte-americana. “O modelo ZFM (Zona Franca de Manaus) oferece incentivos atrativos e o próprio governo estadual garante isenção fiscal por meio da Lei de Informática, porém o Amazonas não entrou na disputa quando a companhia mostrou interesse em vir para o Brasil”, comentou.
Avelino apontou ainda a redução do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços) como outro benefício garantido pelo governo do Estado que poderia ajudar na disputa pela empresa.
Segundo Avelino, a indústria, que possui sede no Colorado, deve gerar no Rio de Janeiro entre 700 e 800 postos de trabalho diretos e cerca de 20 mil empregos indiretos.
De acordo com o o ex-deputado federal, a Symetrix Company garante diversos benefícios para a localidade em que irá se instalar. “Além dos investimentos e dos empregos, o Rio de Janeiro absorve vantagem competitiva em relação aos outros Estados, pois a empresa vai “puxar” a instalação de novas indústrias”, explicou.
O ex-deputado afirmou que a fábrica de semicondutores vai acarretar a criação de um parque tecnológico com agregação de mais indústrias para prestação de serviços no RJ.
O secretário da Seplan (Secretária de Estado de Planejamento e Desenvolvimento Econômico), Denis Minev, por meio de sua assessoria de imprensa, afirmou que o governo do Amazonas se posicionou sobre o interesse da Symetrix em se instalar no Brasil, porém foi uma decisão empresarial a escolha por outro Estado. “Os investidores da empresa avaliaram e chegaram a conclusão que o Rio de Janeiro era o melhor lugar em termos de mercado e logística”, explicou.
Outro fator que colaborou para este resultado, segundo Minev, foi o estabelecimento de um decreto presidencial em outubro do ano passado, que isenta as fábricas de alta tecnologia de todos os impostos federais, inclusive de Imposto de Renda. “Essa medida igualou todos Estados, ou seja, as regiões de todo o país passaram a oferecer vantagens semelhantes em termos fiscais”, disse. Portanto, o maior atrativo do modelo ZFM acabou suplantado por entraves operacionais da região.
O presidente da Aficam (Associação das Empresas Industriais e de Serviços do Pólo Industrial do Estado do Amazonas), Antonio Carlos Lima, comentou que além de benefícios fiscais, a companhia poderia estar à procura de mão-de-obra especializada. “É um ponto que o Amazonas precisa trabalhar, isto é, na formação de profissionais capacitados”, disse. A expectativa do dirigente é a possibilidade da vinda de uma concorrente da empresa norte-americana para Manaus.
Segundo o executivo, a instalação de uma empresa deste porte é muito importante para o Brasil “Além de desenvolver tecnologia de ponta no país, a instalação desta empresa vai acarretar conseqüentemente o decréscimo das importações dos tipos de semicondutores produzidos pela Symetrix”, disse. Mas, o presidente da Aficam avaliou que o Amazonas deve buscar empresas produtoras de semicondutores para televisores e outros produtos eletroeletrônicos, que são o carro-chefe do pólo.
A unidade que será construída no Rio de Janeiro vai fabricar os smart cards ou cartões inteligentes, utilizados como cartões de planos de saúde, carteiras de motorista e estudantil e etc. Nos smart cards o chip não é aparente e a memó