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AM incrementa exportação de linalol

Substância aromática extraída do pau-rosa é utilizada como fixador de perfumes

O município de Novo Aripuanã (distante 229 quilômetros de Manaus) deve receber na próxima semana o plantio de duas mil mudas de pau-rosa. Da espécie se extrai um óleo essencial que dá origem ao componente químico aromático linalol, que é utilizado como fixador de perfumes. Conforme o cronograma da empresa Plantamazon Indústria e Comércio de Produtos Florestais Ltda., responsável pelo programa de cultivo, o município de Iranduba terá dez hectares de mudas plantadas até o segundo semestre.
O projeto, que é desenvolvido há 18 anos em Novo Aripuanã, é um modelo sustentável que tem o objetivo de replantar áreas degradadas com espécies economicamente viáveis. No caso, são utilizadas mudas de pau-rosa e de mais 260 espécies divididas entre árvores e ervas, como por exemplo, de açaí, copaíba, guaraná e castanha, dentre outras. De todas elas, são extraídas essências.
O diretor-presidente da Plantamazon, Vitor Kurahayashi, conta que ao longo dos 18 anos de implantação do projeto o município recebeu mais de dez mil mudas de pau-rosa. Atualmente, as árvores apresentam condições propícias para a extração do linalol. Uma primeira coleta da substância já foi feita e enviada para o Japão como uma mostra do produto que será exportado até o final deste ano. Após o plantio uma muda de pau-rosa demora cerca de 4 anos para produzir o óleo.
A empresa estima a extração de aproximadamente dez mil litros de linalol até o final do ano. Cada litro custa cerca de US$ 500.
De acordo com Kurahayashi, a empresa postergou o cronograma que previa a exportação do linalol para o mês de fevereiro às empresas japonesas por conta do falecimento de um dos trabalhadores responsável pelo cultivo. A Plantamazon trouxe um profissional estrangeiro para cuidar do plantio em Novo Aripuanã e as extrações devem começar no próximo mês em pequena escala, o que ainda não permite o envio do material a outros países. “Estamos buscando um financiamento bancário que viabilize a compra de todo o maquinário necessário à extração em grande escala. Acredito que isso já será possível no segundo semestre”, informa.
O diretor comenta que as primeiras coletas do óleo foram enviadas às empresas nacionais e estrangeiras que logo demostraram interesse em instalar as fábricas em Manaus. “Temos compradores e até parcerias com empresas de fora que pretendem montar centros de pesquisa na cidade”, disse.
No município de Iranduba serão plantados dez hectares de espécies divididas entre o pau-rosa e as demais espécies trabalhadas. Segundo ele, o objetivo do trabalho é criar um viveiro de mudas de forma que elas se reproduzam e possibilitem a comercialização e o consequente auxílio no sustento dos agricultores. “A ideia é desenvolver o interior do Estado, aumentar o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do município para depois expandirmos às demais comunidades”, afirma. O trabalho é feito em parceria com a Prefeitura de Iranduba, a Sepror (Secretaria de Estado de Produção Rural), que contribui com a distribuição de mudas e ainda com a Seplan (Secretaria de Estado de Planejamento).
As mudas distribuídas aos agricultores no projeto permitem a produção e geração de renda a curto prazo, no caso, no período de seis meses. Os agricultores cadastrados recebem treinamento e acompanhamento técnico de uma equipe científica composta por 15 consultores da Plantamazon, além de 15 profissionais da Seplan.
Kurahayashi ainda explica que o processo de extração acontece por meios sustentáveis. O óleo é obtido por meio da poda dos galhos e folhas de forma que não ocorra a derrubada da planta. Atualmente a extração ainda é feita na propriedade de cada produtor por meio de um maquinário artesanal criado pela equipe da Plantamazon.

Priscila Caldas
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Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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