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Alumiando futuras HQs

Tio e sobrinho lançam sua primeira HQ, em conjunto, e sonham fazer sucesso em todo o Brasil com ‘Pirilampos

A HQ ‘Pirilampos’, de Leon e Rony Sarmento, está pronta e seus criadores aguardam para lançá-la para os consumidores dessas historinhas que fascinam de crianças a adultos. Mas a relação de Leon, ilustrador, cartunista, quadrinista e designer; e de Rony, roteirista, sobrinho e tio, com as histórias em quadrinhos começou bem antes.

Quando Leon era criança e seus pais iam para o trabalho, o deixavam na casa da avó onde Rony, já adulto, morava. Como Rony tinha vários gibis, deixava que o pequeno Leon os lesse e assim o menino começou a desenvolver o gosto pelos desenhos daquelas revistinhas.

“Um pouco maior, eu comecei a desenhar e meu tio comprava para mim livros que ensinavam as técnicas dessa arte. Meu tio até tentou desenhar, também, mas não era a sua praia. A facilidade dele era escrever”, lembrou Leon.

Quando Leon estava com 13 anos, a avó o matriculou num curso de inglês e o menino descobriu uma banca de revistas no caminho da escola. E mais, ficou conhecendo o dono da banca, Guto Nery, que gostava de desenhar e resolveu ensinar o garoto.

“Eu ‘matava’ as aulas de inglês para ficar na banca, desenhando, até que minha avó descobriu”, riu.

Adulto, Leon foi trabalhar na Bemol e, pelo seu esforço, foi almejando cargos. Já estava na empresa há três anos e os desenhos da infância e adolescência eram coisa do passado.

“Um dia, em 2015, eu li no jornal sobre um evento de animes. Gostava de ir a esses eventos. Fui nesse e encontrei vários quadrinistas, que já conhecia, com suas HQ’s publicadas. Tomei um choque de realidade. Fiquei tão inquieto com aquilo que desgostei completamente do meu trabalho na empresa. Queria ser quadrinista que nem eles. Pedi as contas e com o dinheiro da rescisão comprei um notebook e me preparei para voltar a desenhar”, falou.

A ideia de ‘Pirilampos’

Mas não foi fácil. Leon nunca tinha desenhado e colorido digitalmente. Durante meses teve que aprender a utilizar o software gráfico. A tela do notebook substituíra o papel enquanto com uma caneta desenhava num dispositivo com o resultado aparecendo na tela do notebook.

“Mas aprendi e logo comecei a publicar meus desenhos no Face, então conheci o ilustrador Gusmão Silva, do estúdio Ilustrama, e fui trabalhar com ele. Em 2017, Gusmão me indicou para trabalhar como chargista do Em Tempo. Em cada lugar desses eu ia desenvolvendo a minha técnica. Para completar, em 2018 cursei a faculdade de Designer Gráfico, na Fametro. Meu TCC foi o RPG Ubiratã. Em 2019 e 2021, eu e o Guto Nery bancamos do próprio bolso a HQ ‘Super-Vovô’, um picolezeiro que, de uma hora para outra, se transforma num super-herói”, revelou.

A idéia de ‘Pirilampos’ surgiu em 2020. Naquele ano a Campus Party, mais importante festival de inovação, criatividade, ciência e entretenimento do mundo, aconteceria em Manaus, em março. A pandemia do coronavírus começou em fevereiro e o evento antes presencial foi realizado de forma virtual.

“Eu e meu tio iriamos apresentar um storyboard de ‘Pirilampos’, mas no dia e hora de nossa apresentação, fiquei sem internet em casa. Foi muito chato querer apresentar nosso trabalho e não poder”, recordou.

“Em 2021 a Secretaria de Cultura lançou o edital Amazonas Criativo. Eu e meu tio resolvemos transformar ‘Pirilampos’ numa HQ e inscrever o projeto. Eu nunca tinha participado de um edital e nunca tinha feito nenhum trabalho com meu tio. Ser contemplado no edital não foi difícil, agora atender ao meu tio é que foi o problema. Ele é muito perfeccionista. Muitos desenhos eu tive que jogar fora porque ele não aprovava. Aquele tio da infância, que me estimulava, agora cobrava a perfeição em cada detalhe”, completou.

Comic Con, em São Paulo

Depois de muitos rascunhos e desenhos descartados, finalmente ‘Pirilampos’ ficou pronta. É a história de um mergulhador que desce às profundezas do rio Madeira em busca de ouro. ‘Pirilampos’ porque a luz desses insetos ilumina como a pepita que o garimpeiro encontra no fundo do rio, como a lamparina que ele carrega e como os olhos de um jacaré que está à sua espreita.

“A pepita carrega uma maldição. Quem a tocar abre as portas de uma série de perigos”, adiantou.

“Meu tio sempre foi bom para escrever histórias, mas guardava tudo, então foi uma grande conquista para nós ter esse trabalho publicado conjuntamente. Assim como eu desenvolvi a minha habilidade para desenhar, ele desenvolveu a escrita”, disse.

‘Pirilampos’ já foi impressa e agora tio e sobrinho aguardam o momento para realizar o lançamento. Enquanto isso eles farão a distribuição de exemplares para alunos de cinco escolas públicas, numa delas Leon já promoveu oficinas de desenho de HQs.

“Vamos organizar um lançamento, em Manaus, mas ainda não temos data e local definidos. Pretendemos lançá-la em nível de Brasil, na Comic Con Experience, evento brasileiro de cultura pop onde são apresentados videogames, HQs, filmes e séries para TV, e está marcada para acontecer em dezembro, em São Paulo”, avisou.

Quem quiser reservar seu exemplar de ‘Pirilampos’ pode solicitar pelo 9 9978-4357. Os trabalhos de Leon podem ser conhecidos no Face: Leon Sarmento e Instagram: @leon_sarmento.

Lílian Araújo

É Jornalista, Artista, Gestora de TI, colunista do JC e editora do Jornal do Commercio
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