A Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus) vai avaliar a possibilidade de mudar o PPB (Processo Produtivo Básico) de forma a estimular a compra de produtos do segmento de plástico fabricado no Amazonas. Essa medida visa atender ao apelo das indústrias termoplásticas da cidade, que alegam uma perda de 40% no mercado, em razão da forte concorrência com as importações.
Segundo o presidente do Simplast (Sindicato das Indústrias e Materiais Plásticos de Manaus), Ulisses Tapajós, o atual PPB para a compra de produtos plásticos precisa ser alterado para não inviabilizar o mercado das fabricantes locais, que já precisaram dispensar 3.000 trabalhadores devido à forte perda nas vendas. “Iniciamos o ano com o número de dez mil empregos e hoje temos apenas 7.000”, disse.
Por esse motivo, o segmento reivindica da Suframa mudanças no PPB que levem as fabricantes locais a comprarem produtos, como injeção plástica, fabricados no Amazonas.
Segundo o coordenador de acompanhamento de projetos da autarquia, Gustavo Igrejas, a instituição vai reunir os envolvidos na cadeia de produção dos termoplásticos, o que inclui também as fabricantes de bem final para definir ações favoráveis ao mercado como um todo.
Igrejas disse que são vários PPBs para serem estudados como os de áudio e vídeo e de duas rodas. “Para cada produto há um, então, precisamos fazer uma reunião com todos os envolvidos para sabermos a situação e a sugestão de cada setor”, comentou o coordenador.
Para isso, é necessário que as indústrias interessadas na alteração, formalize esse pleito e apresentem a autarquia. Atualmente, as indústrias do segmento estão estudando alternativas de mudança no PPB para apresentar à Suframa.
O presidente do Simplast disse que as fabricantes estão definindo as alternativas ao segmento, mas ainda não houve nenhum consenso sobre as mesmas. “Nesse momento, o Simplast e a Abraciclo estão analisando possíveis mudanças no PPB de produtos, como motos, pois não queremos aqui um pólo de montagem e sim de transformação”, frisou o executivo, destacando que reuniões já foram feitas, mas sem consenso de alternativas.
O representante do segmento está confiante na definição de alguma medida favorável ao setor. “A Suframa entendeu nossa situação, não tivemos dificuldades, apresentamos nossa problemática de mercado e agora estamos muito confiante”, disse Tapajós.
As fabricantes locais estão se sentindo prejudicadas com o elevado número de importações feitas do mercado chinês. Quando uma fabricante local decide comprar da China, ela deixa de comprar de uma fábrica da região e isso vem prejudicando as indústrias do Amazonas.
Além da competição com os importados, as fabricantes do setor também estão registrando perdas comerciais, devido a baixa produção das fabricantes de televisores, que são uma das principais parceiras comerciais das indústrias termoplásticas, que fornecem a essas empresas gabinete de televisores.
Segundo os indicadores econômicos da Suframa entre os meses de janeiro a agosto houve uma queda produtiva de TV de 21,70%, quando registrou-se uma produção de 6,89 milhões de unidades.
