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Alta no dólar pesa no bolso

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O dólar continua no patamar de R$ 4 com a instabilidade no processo eleitoral gerando impacto na economia e os efeitos são sentidos no dia a dia pesando no bolso do consumidor e no preço de itens básicos como é o caso dos produtos à base de trigo como é o caso do pãozinho francês. Por ser importada, a farinha de trigo que essencial para a produção do alimento é a principal afetada com a alta dos preços.

O presidente do Sindipan (Sindicato das Indústrias de Panificação e Confeitaria do Amazonas), Carlos Alberto disse que os reajustes no trigo são constantes e que o produto registrou um acumulado de 27% até o mês de agosto. Nos próximos dias os preços do produto tendem a aumentar mais.

A principal explicação para o aumento no valor do produto é que o Brasil importa de outros países e com a alta do dólar o produto encarece.

“Isso provoca fatores de custos altos. Ele conta que tem orientado os associados do setor a terem muita cautela com possíveis reajustes. Embora algumas empresas estão com a margem totalmente no limite”, ele ressalta que o consumidor de baixa renda são os que mais consomem o produto e um aumento seria desastroso para o segmento. “O mercado de panificação é livre para praticarem o preço que quiserem”, diz.

Segundo o presidente Carlos Alberto, o preço do pãozinho varia de R$ 5 a R$ 14,90 o quilo.

De acordo com economistas o peso do dólar eleva o preço da inflação, principalmente nos produtos que são importados. Para o economista Ailson Rezende a disparada do dólar afeta também os preços dos medicamentos, que apesar de serem produzidos no Brasil, suas matérias primas vêm de fora, o trigo da Argentina.

O economista também destaca o aumento nos preços do combustível e que o Brasil é grande importador do produto. “A Petrobras pratica a política do preço considerando valor do petróleo e a variação cambial. Os valores aumentam por conta da cotação do mercado internacional”, frisa.

Outros produtos que acabam ficando mais caros são os eletroeletrônicos, considerando que a Zona Franca de Manaus é forte importadora de insumos, e a nossa produção acaba ficando mais cara.

“Esse impacto reflete em todos os setores. Mercadinhos, supermercados, feiras. Além de aumento nos produtos para revenda. Até as eleições ou depois, o dólar continuará subindo até que se defina esse centro de incertezas que estamos enfrentando”, finaliza.

Conforme o consultor econômico da Fecomercio (Federação do Comércio do Estado do Amazonas), Aderson Frota, o valor do pão francês é consumido por todas as classes, principalmente da classe de menor renda, está presente na mesa da maioria dos brasileiros. O Brasil não tem trigo suficiente para essa produção e precisa importar, logo, a oscilação do dólar interfere no preço de matérias básicas, como o trigo.

Apesar do valor do trigo, Aderson cita outros custos relevantes para a comercialização do pão francês. O fermento, a água, a energia elétrica representam 80 a 90% na formação do preço final ao consumidor.

“Esse panorama repercute em perda de renda. O consumidor está endividado, mas não deixe de priorizar a alimentação que é essencial. O consultor citou ainda que o dólar reflete na formação do preço do frete que atinge no preço do trigo. A gama de produtos que precisam da composição do trigo impactam sobre os custos da produção e afetam direto no bolso do consumidor que acaba pagando esses tributos”, explica.

Dia

A cotação da moeda norte-americana fechou ontem em alta de 1%, encerrando o primeiro pregão da semana valendo R$ 4,0880. A alta reverte a tendência de baixa registrada na última semana, quando o dólar encerrou com um recuo acumulado de 2,86%. O Banco Central começou a semana ofertando os leilões tradicionais de swaps cambiais, sem nenhuma oferta extraordinária de venda futura da moeda norte-americana.

O índice B3, da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), terminou o primeiro pregão da semana em baixa de 1,84%, com 77.984 pontos. A tendência de queda dominou os papéis das empresas de grande porte, chamadas de blue chip. Petrobras recuou 0,70%, Vale fechou em baixa de 0,98%, Bradesco com perdas de 2,67% e Usiminas desvalorizadas em 2,83%.

IPCA

Segundo o IPCA ( Índice de Preços ao Consumidor), que subiu 0,24% entre julho e agosto, os preços dos produtos à base de trigo, tiveram um aumento de 10% de acordo com entidades que representam a indústria do setor no país. O número representa cerca de 40 vezes a variação da inflação média dos últimos dois meses.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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