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Alta no combustível para navegação não deve impactar preços no turismo

Diferentemente do transporte fluvial de passageiros que estima alta no valor das passagens diante da última alta do diesel, que já acumula aumento de 47% somente em 2022,  a  navegação de turismo deve absorver o aumento, apesar do produto  ser  tido como a maior despesa operacional das embarcações que operam a atividade. De acordo com a Aobt-AM (Associação dos Operadores de Barcos de Turismo da Amazônia), o preço do produto afeta diretamente o setor de navegação. 

Segundo o presidente da Aobt-AM, Leonardo Leão, a operação de turismo tem um impacto não diretamente proporcional ao preço do combustível três vezes mais porque tem uma variação que está sendo constante ao longo dos últimos meses em que o setor não consegue fazer uma previsão. “Você não consegue ficar aumentando e diminuindo o preço de pacotes turísticos, então a gente acaba tendo que absorver, aliás continua absorvendo, ou seja, cada vez mais piorando a situação sem perspectiva de melhora”. 

De qualquer forma ele afirma que tem um compensador que é o dólar para quem trabalha com turismo estrangeiro. O turismo nacional nem tanto. Mas o turista nacional tem viajado mais pelo Brasil essa compensação vem da demanda da retomada das atividades econômicas dentro do país. “Agora com relação às embarcações de recreio com transportes de passageiros eles precisam repassar os valores e acaba que os valores têm tido um aumento direto e os passageiros que viajam por necessidade acabam tendo que absorver esse eprejuizo”. 

Segundo ele, o  impacto é gerado por falta de planejamento a curto e médio prazo por conta das variações nos valores constantes. “Em pouco tempo o combustível já aumentou em menos de seis meses mais de R$1. Isso não permite fazer a previsibilidade e os custos operacionais, então atrapalha muito”. 

O representante de uma cooperativa de turismo que atende ao mercado, afirma que é complicado não repassar o aumento. Ele disse que as vendas de passagens permanecem o mesmo preço. “Como o diesel aumentou muito, a gente quer repassar os valores, mas a gente não consegue, porque não temos como chegar ao passageiro e anunciar o aumento imediatamente. Fomos pegos de surpresa. Tivemos uma alta de R$ 0,40 a R$0,60 por litro. Não tem condições de trabalhar”, afirmou o representante de uma cooperativa do setor que preferiu não se identificar. 

Operando da mesma forma, as despesas estão cada vez mais altas para o segmento. “Se permanecer do jeito que está, nós não vamos ter lucro. Vai chegar um período em que ninguém vai ter mais condições de trabalhar. Além disso, se aumentarmos o valor das passagens, vamos ter queda na procura. 

Transporte fluvial de passageiros

Em março, representantes do setor de navegação anunciaram o aumento no valor das passagens de barcos em razão do reajuste do diesel. O novo aumento vai trazer redução da demanda. 

O impacto do aumento chegou a ser discutido entre membros da Anamazon (Associação dos Armadores no Transporte de Cargas e Passageiros do Amazonas) e donos de embarcações. 

A representante da Associação, Railgila Torres Lacet, afirmou  que não há como evitar o reajuste porque a depender da distância entre os municípios a medição dos gastos com o produto é maior. Ela exemplifica que a distância entre Manaus e o município de Tabatinga. Uma viagem costuma durar sete dias e o custo da passagem chega a R$ 425. 

De acordo com a presidente da Anamazon, o aumento no preço do diesel tem aumentado sistematicamente. Vale lembrar que o produto representa de 60% a 70% do custo operacional de uma viagem. Esse aumento deve ainda refletir na oneração do frete, que segundo ela, é necessário para manter certo equilíbrio. “As estivas que incluem a cesta básica daqui para Tefé gira em torno de R$1, já para Tabatinga que o percurso é mais longo R$1,80, um consumo bem maior”. 

O armador André Luis, reiterou o movimento para que ocorra este aumento nas passagens, e dos fretes devido ao aumento substancial no valor do combustível e com o aumento isso impacta também diretamente em todas as outras despesas, alimentos, transporte de funcionários, peças de reposição, etc. 

Por dentro

O aumento nas refinarias foi de 8,87%, o que reflete no valor de R$7 pago pelos consumidores nas bombas. 

Andréia Leite

é repórter do Jornal do Commercio
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