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Alta demanda faz preços dispararem nos supermercados

Divulgação

O movimento nos supermercados, em decorrência do avanço do coronavírus, fez disparar os preços de alguns produtos. A elevação dos custos, tem sido alvo de reclamações de muitos clientes que notaram um acréscimo no dobro do valor de itens básicos como o feijão. 

Vinculados a Abras (Associação Brasileira de Supermercados) o vice-presidente da Amase (Associação Amazonense dos Supermercados), Ralph Assayag lamenta e diz ser uma pena que neste momento de fragilidade o setor precisa repassar os valores ao consumidor. O setor esteve reunido com representantes  no qual ficou decidido com todas as redes supermercadistas que ninguém pode aumentar a sua margem de preço. 

“Em função da alta do dólar, os supermercados têm recibo o pedido do seu fornecedor  todos os produtos com reajuste no seu preço de custo. Na nossa reunião foi determinado que os itens mantenham sem alteração, mas se precisar repassar os custos em relação ao que está comprando, que os valores não sejam abusivos. Caso contrário, vai acabar havendo escassez de mercadoria”, explicou.

Ele reitera que todos os produtos derivados do trigo como macarrão , biscoito, entre outros,  tiveram alta porque todos são importados o que impacta no valor final. Outro item que sofreu majoração foi o ovo e o frango, itens também importados.

Ralph volta a reforçar sobre o equilíbrio nos valores e comunica que todas as empresas supermercadistas receberam um aviso em formato de placas nas dependências dos seus estabelecimentos mantendo o pacto acordado na reunião com os representantes.    

Outros itens básicos como a cebola, alho, batata e o arroz também estão na lista dos produtos que tiveram crescimento. Ralph Assayag justifica que a situação dos agricultores não está nada fácil “eles não estão conseguindo desfazer das suas lavouras. E a situação se repete em vários estados. Estão  tendo que se desfazer de itens como o leite e frutas porque não tem como vender. As Ceasas estão fechadas. O transporte dificultou e como não tem a produção na sua íntegra, automaticamente não tem como esses produtos chegarem e o custo acaba subindo. Aqui no estado, enquanto nossas cargas estão em viagem, a gente tem uma demora no aumento de valor diferente do resto do Brasil. Por exemplo, as nossas mercadorias que estão chegando já apresentam preços alterados”, explicou. 

“O quilo do feijão subiu,  na mesma direção, o valor do ovo deu uma disparada, a  cartela com trinta chega a R$ 20 e o quilo do bife chega a R$ 30 reais. Como vamos sobreviver a esta fase se os valores dos produtos essenciais estão acima do esperado”, questiona a enfermeira Claudia Souza.   

Quem compra produtos de fardo também sentiu diferença. É o caso do autônomo Fernando Oliveira. Ele tomou um susto com o dobro dos preços do arroz, feijão e macarrão. “Foi uma disparada. Fui em vários supermercados e distribuidoras, todos estão praticando o mesmo valor. Para ter uma ideia a média dos pacotes em quantidade de macarrão estão sendo vendidos por R$ 50. Um absurdo”, reclama. 

Levantamento

Segundo coleta de preços feita pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE), a variação média dos preços de 20 itens básicos presentes na cesta saltou de 0,19% no início de março, para 1,64% no dia 26 deste mês.

"Dois pontos principais explicam o avanço dos preços. Além do aumento da demanda por alimentos, pois todas as refeições estão sendo feitas em residência, houve aumento da estocagem de alimentos por receio de que o vírus se propague mais e expanda o período de confinamento social", analisou o economista André Braz, coordenador do IPC do FGV IBRE e responsável pelo estudo.

O arroz, que havia subido 1,17%, variou em 1,74%. O feijão carioca passou de -2,16% para um aumento de 0,58%, e o feijão preto foi de queda de 2,61% para aumento de 2,24%. Ovos (de 5,04% para 9,04%) e carnes bovinas (de -2,31 para 0,25%) também registraram acréscimos. Já o frango inteiro caiu de -1,47 para -2,20%.

De acordo com Braz, os serviços delivery em operação servem como alternativa para as famílias, mas o nível de preços da alimentação preparada fora de casa e maior que o da refeição preparada em residência. "Como o orçamento de várias famílias foi afetado pela paralisação do comércio e dos serviços, muitas delas não dispõem de renda para arcar com os custos da alimentação fora de casa", resumiu.

ABRAS

Em nota a ABRAS (Associação Brasileira de Supermercados) comunicou a Senacon (Secretaria Nacional do Consumidor), do Ministério da Justiça e Seguridade Pública, sobre práticas abusivas de aumento de preços por parcela da indústria de queijo e leite.

A nota diz que o setor supermercadista está trabalhando incansavelmente para manter o equilíbrio nas relações de consumo diante da lamentável pandemia do coronavírus (Covid19). E não compactua com a elevação injustificada de preços, principalmente, em período de fragilidade da população no que se refere à saúde pública”.

As empresas supermercadistas possuem seus custos, seus compromissos e forma de empreender, buscando operar dentro dos parâmetros e normas que devem reger a livre iniciativa e a economia de mercado, o que sobretudo constitui-se em garantia constitucional, como prescreve a nossa Lei Maior nos seus princípios fundamentais, direitos e garantias.

“Reiteramos a nossa contrariedade e discordância às práticas abusivas de preços e solicitamos às nossas 27 associações estaduais de supermercados para que orientem seus associados a refutar qualquer aumento de preço sem explicação mercadológica. Como de direito e dever empresarial, acompanharemos os valores dos produtos comercializados no setor com o intuito de evitar eventuais distorções e garantir a transparência e qualidade nos serviços prestados ao consumidor”, diz o texto.

Fonte: Andreia Leite

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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