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Alta de preços de alimentos puxa IPCA

A desoneração de produtos da cesta básica não foi suficiente para evitar o aumento de preços dos alimentos em março, segundo dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) divulgados hoje (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com o IPCA, os preços dos alimentos subiram, em média, 1,14% no mês passado.
Segundo a coordenadora de Índices de Preços do IBGE, Eulina Nunes dos Santos, ainda não é possível avaliar, com clareza, o impacto da medida na taxa de inflação. “Ainda é cedo para fazer uma avaliação mais precisa da desoneração, dado que ela passou a ocorrer no dia 8 de março”, disse.
Mas ela acredita que, apesar de não ter impedido o aumento de preços, a desoneração pode ter contribuído para a diminuição do ritmo de crescimento da inflação, já que em fevereiro a alta de preços havia sido maior (1,45%).
Outros fatores também podem explicar o aumento de preços menos intenso em março, como a previsão de uma safra maior para este ano no país. Entre os alimentos que tiveram maior aumento de preço em março estão a cebola (21,43%), o açaí (18,31%) e o feijão-carioca (9,08%).
Produtos que vinham apresentando altas de preços elevadas nos últimos meses continuaram apresentando taxas de inflação, mas em menor intensidade. É o caso do tomate, que passou de uma inflação de 20,17% em fevereiro para uma taxa de 6,14% em março, e da farinha de mandioca, cuja taxa caiu de 16,15% para 5,11%.

incompatível com teto

Apesar da desaceleração em março, a inflação acumulada no primeiro trimestre é incompatível com o cumprimento do teto da meta do governo para o ano (6,5%). O IPCA acumulado entre janeiro e março, 1,94%, chegaria a uma alta em torno de 7,8% se anualizado.
Uma freada no reajuste dos preços -especialmente de alimentos-, no entanto, é esperada, e ganhos menores de rendimento -o salário mínimo subiu menos neste ano- também devem ajudar a moderar o consumo, preveem analistas.
No primeiro trimestre, o grupo alimentação foi o grande vilão da inflação, com alta acumulada de 4,64%. Destacaram-se os aumentos de produtos como tomate (60,90%), feijão carioca (22,85%), cebola (54,88%), farinha de mandioca (35,18%) e hortaliças (20,71%).
A alta de 6,37% do grupo educação no trimestre também pesou negativamente e não se repetirá no decorrer do ano, já que os reajustes de mensalidades são anuais e incorporados no IPCA de fevereiro.
O grupo habitação foi a principal “âncora” da inflação de janeiro a março, quando registrou queda de 2,08% graças à redução de 18% nas tarifas de energia -medida antecipada pelo governo a fim de segurar a inflação.
Com a postergação de aumentos de ônibus no Rio e em São Paulo articulado pelo governo federal, o grupo transportes subiu 1,48% no trimestre, valor abaixo do ano anterior.
Segundo Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de índices de preços do IBGE, a principal influência no IPCA acumulado deste ano foi dos alimentos, em decorrência do clima desfavorável no Brasil (seca no Nordeste e chuvas em excesso no Sudeste) e em grandes produtores como Estados Unidos e Argentina.
Nunes dos Santos ressalta, porém, que muitos produtos já mostraram desaceleração em março -embora persista uma “tendência de alta generalizada dos alimentos”.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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