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Alta de 5% no Dia dos Namorados no mercado local

Marco Dassori

Twitter: @marco.dassori

As vendas do comércio no Dia dos Namorados superaram as expectativas e embalam o otimismo do setor para os próximos meses. A CDL-Manaus (Câmara dos Dirigentes Lojistas de Manaus) projetava alta de 4,5%, com receita bruta de R$ 60,87 milhões. Os comerciantes, no entanto, venderam 5% a mais do que em 2021 e alcançaram receita nominal global próxima aos R$ 67 milhões. O ticket médio aguardado era de R$ 155, mas também chegou mais longe, atingindo R$ 162. Como previsto, o segmento de vestuário e os shoppings liderou as preferências do consumidor, mas restaurantes e hotéis também saíram ganhando.

O desempenho confirmou a sondagem, que mostrava intenção de compras em 75,5% dos consumidores da capital. O crescimento acima das expectativas sinaliza também que a variável “preço” – que aparecia à frente de “qualidade”, como critério na escolha do presente – pesou menos. Mas, diferente do esperado, e em sintonia com o aumento dos juros e do endividamento, o consumidor voltou a fugir do crédito, preferindo pagar à vista e em espécie. Na análise da CDL-Manaus, mantidas as atuais condições, os indícios apontam para um segundo semestre com alta em nível pré-pandemia.

Foi uma performance positiva diante de outros dados mostrados no estudo da entidade empresarial. Mais da metade dos consumidores pretendia gastar até 200, sendo que 27% pretendiam limitar os dispêndios a R$ 100. Apenas 5% esperaram investir R$ 401 ou mais no mimo. Outros 15,50% informaram que iriam simplesmente conter os gastos neste ano, principalmente porque não tinham namorada ou namorado (54,30%), mas também porque estavam sem dinheiro (19,80%), ou iriam usar os recursos disponíveis para priorizar o pagamento de dívidas (12,70%). 

Na análise do presidente da CDL-Manaus, o refluxo da pandemia, a gradual recuperação do mercado de emprego formal e a chegada de novos investimentos para o Amazonas ajudaram ao setor conseguir um desempenho acima do esperado, a despeito das turbulências na economia e na política. “Com certeza, o maior número de pessoas empregadas, como também a tranquilidade de saber que não vai ter demissão, além da abertura de 300 novas lojas neste ano, propiciaram esse crescimento, que foi muito bom”, asseverou.

Restaurantes e Pix

Segundo o dirigente, a linha de produtos mais vendida foi a de vestuário. A pesquisa da entidade já mostrava que 15,20% dos consumidores pretendiam recorrer ao segmento para presentear no Dia dos Namorados. Perfumaria e cosméticos (14,80%), produtos de beleza (10,80%), lingerie (9,40%), calçados (8,50%) e flores/buquê (7,70%) também apareciam bem cotados, em detrimento de itens de maior valor agregado, como joias e relógios (6,60%), smartphones (4,20%) e eletroeletrônicos (1,50%).

Mas, segundo Assayag, os segmentos de serviços com maior vocação para a data também tiveram destaque — o qu, de certa forma já era antecipado pela pesquisa, que cotava almoço/jantar com 7,40% das preferências de consumo. “As vendas foram muito boas. Principalmente porque neste ano pudemos usar muito os restaurantes. Em 2021, havia muita dificuldade, mas neste ano o uso de máscara foi liberado e tivemos muitos estabelecimentos com números positivos. Os barzinhos ficaram bem lotados e os hotéis – inclusive os de selva – tiveram um excelente resultado. Isso também ajudou muito”, comemorou.

A pesquisa indicava uma mudança na tendência detectada na Páscoa e no Dia das Mães, com o consumidor manifestando maior inclinação para comprar o presente parcelado no cartão de crédito (35%), apesar do carregamento das dívidas nas datas comemorativas anteriores. D dinheiro (19%), Pix (16%) e cartão de débito (15%) apareciam com números bem mais modestos. Mas, conforme Assayag, a preferência foi pagar à vista. “Essa modalidade nova [o Pix] cresceu bastante e deve continuar assim. Mas, ficou em terceiro lugar, depois do dinheiro e do cartão de crédito”, informou.

Não houve surpresa, entretanto, na escolha dos locais de compra. A realidade confirmou o destaque dos shopping centers (45%) nos corações, mentes e carteiras do consumidor local, por uma larga margem. A opção segue em contraste para a posição secundária dos critérios de estacionamento (10%) e comodidade (7%), quando comparados com os fatores econômicos.Assim como assinalado no levantamento da entidade empresarial, Centro (29%), internet e lojas virtuais (15%) e comércio de bairros (9%) vieram nas opções seguintes. 

Sol e vendas 

Em relação às perspectivas, o presidente da CDL-Manaus lembra que o segundo semestre é tradicionalmente mais forte do que o primeiro, tanto em termos econômicos, quanto climáticos. O comerciante lembra que o período tem menos chuvas e é marcado também pela vazante dos rios, ao mesmo tempo em que as lojas com dificuldades começam a ter melhores resultados, em meio à chegada de datas comemorativas mais fortes, como Dia das Crianças, Black Friday e Natal. 

Ralph Assayag cita também que a alimentação começa a ter seus preços relativamente reduzidos, o que é uma boa notícia em tempos de escalada de inflação. Isso acontece porque, nesse período, começa a plantação de “muitos itens hortifrutigranjeiros” na região. No entendimento do dirigente, apesar das eleições e “tudo o mais”, a tendência é que o sol também chegue às vendas do varejo do Amazonas. Ele cita como fatores positivos a abertura de novas lojas de grande porte na capital, a exemplo da Havan e das Casa Bahia, e do reforço nos empregos e circulação de renda gerados por estas.

“Isso vai fortalecer desde o comerciante que tem uma pequena taberna até o médio e grande supermercado. “É claro que teremos um segundo semestre bem melhor do que 2021, e esperamos que possa superar o de 2019 também. Isso é possível, ainda mais agora, com a redução do preço do combustível, que vai permitir que sobre mais dinheiro para as pessoas comprarem alimentos, roupas. Vai dar uma diferença bem grande no final do mês. Quando a gente sentir a redução da inflação, pela queda do preço do diesel, o produto comprado no Sul do país vai chegar mais barato aqui. Acho que a gente vai ter um segundo semestre bom”, finalizou.

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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