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Algacir defende mais cooperação na ZFM

Algacir defende mais cooperação na ZFM

Na mesma linha que seu antecessor, o novo superintendente da Suframa, Algacir Polsin, salientou, em sua primeira entrevista coletiva, concedida na tarde desta quinta (2), que vai buscar integrar esforços e cooperação de todos os atores envolvidos na ZFM para destravar e desburocratizar os processos envolvidos no modelo. Também prometeu nortear sua gestão pela busca da diversificação do modelo e trabalhar afinado com o governo federal.  

Sobre a atuação conjunta para evitar perdas de vantagens comparativas para a ZFM, Algacir Polsin ressalta que essa interlocução – em especial por meio da Sepec (Secretaria Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia) – é essencial para a implementação dos projetos de interesse da Zona Franca. O dirigente destaca ainda que a garantia constitucional do modelo garante seu diferencial competitivo, assim como “o compromisso do governo federal” em garantir suas bases.

“Vamos realizar um trabalho sério e integrado, em sinergia com os demais Estados da Amazônia Ocidental e o Amapá, para buscarmos as melhores condições para o desenvolvimento regional. Além disso, não quero me limitar a enfatizar os bens tangíveis decorrentes do modelo ZFM, mas também os intangíveis, como empregos indiretos, projetos e atividades de apoio social”, garantiu.

Mas, evitou falar sobre interesses contrários à região, ao procurar destacar seus pontos fortes. “Considero que o modelo ZFM é exitoso, traz inúmeros benefícios para a região e para o país e os benefícios fiscais são, na verdade, além de fator de atração econômico, uma compensação por toda a limitação tão característica da área. Por outro lado, temos que mostrar ao país todos os benefícios tangíveis e intangíveis desse modelo”, frisou.

Diversificação e CBA 

O novo superintendente destaca que é sua intenção investir na diversificação sem descuidar do setor industrial. Outra vertente apontada por ele para sua gestão é atrair novos segmentos da indústria, assim como avançar no setor comercial, de serviços e do agronegócio, visando fortalecer a Zona Franca de Manaus e as Áreas de Livre Comércio. “Vale destacar a importância da bioindústria”, completou.

Indagado, a propósito, sobre a necessidade de valorizar a matéria-prima local e a importância da bioindústria, e se já teve a oportunidade de encaminhar alguma ação nesse sentido, o superintendente disse que quer tirar o máximo proveito do CBA (Centro de Biotecnologia da Amazônia) e que a autarquia está se articulando para isso. “Estamos realizando uma série de reuniões com o Ministério da Economia e com as forças vivas da sociedade para as soluções que melhor atendam o Brasil e a nossa região”, comentou.

Obras no Distrito

As obras do sistema viário do Distrito Industrial e o acordo entre a Suframa e a Prefeitura de Manaus também entraram na pauta. De acordo com o dirigente, a previsão inicial para término das obras de revitalização do sistema viário do Distrito Industrial 1 era 11 de abril de 2020, mas dificuldades de apresentação de informações técnicas por parte do poder municipal à autarquia , além da pandemia, atrasaram os trabalhos.

“Cabe registrar que a Suframa tem atuado de forma proativa e colaborativa, diante da percepção das dificuldades apresentadas, realizando várias reuniões com a equipe técnica daquela Secretaria Municipal, orientando sobre os procedimentos adequados para corrigir as impropriedades técnicas visando a garantir a correta execução das obras e realizar entregas satisfatórias à sociedade”, afiançou.

Pandemia e inovação

Questionado a respeito de eventuais ações da Suframa para recuperar empregos perdidos pela pandemia,  Polsin lembrou que a autarquia adotou “uma série de medidas” para minimizar os impactos da crise da covid-19 no PIM, como a prorrogação de prazos para a apresentação de obrigações legais das empresas junto à Superintendência, a suspensão do bloqueio de pedidos de licenciamento de importação, entre outras ações pontuais.

“Para entender melhor o impacto da covid-19, a Suframa realizou duas pesquisas junto às empresas industriais e uma junto às empresas comerciais, que serviram de base para debater sobre as melhores formas de agir no curto e médio prazos para garantir que os segmentos possam ter condições de alavancar suas atividades e gerar benefícios socioeconômicos para a região e para o país”, apontou.

Sobre o uso dos recursos da Lei de Informática e a contribuição das empresas em um momento de crise e pandemia, o titular da Suframa garantiu que não há nenhum tipo de contingenciamento dessa verba. “É fruto de percentual de investimento de projetos das empresas para diversos setores da sociedade, na forma de pesquisa e desenvolvimento”, acrescentou.

Resistência de diálogo

Um dos jornalistas presentes na coletiva lembrou que o ex-titular da Suframa, Alfredo Menezes, havia anunciado mudanças nos critérios de análise dos projetos submetidos ao CAS, em favor de projetos com maior custo-benefício na geração de empregos e quis saber se essa política seria mantida. Polsin, contudo, desconversou. “Entendo que um dos principais avanços tenha sido a delegação para que o superintendente da Suframa pudesse aprovar projetos no valor de até US$ 24 milhões. Graças a isso, temos cerca de 30 projetos aprovados ad referendum para comunicação a cada reunião do CAS”, atalhou.

O dirigente não quis entrar em detalhes sobre a relação que pretende ter, à frente da autarquia, com os políticos da bancada federal do Amazonas na defesa dos interesses econômicos da Zona Franca de Manaus. Indagado se haveria diálogo, disse apenas que a questão está em aberto. Da mesma forma afastou a possibilidade de que haveria alguma resistência a seu nome nos meios políticos. “Meu relacionamento com todos os setores da sociedade, inclusive o político, tem sido altamente produtivo, não tendo observado nenhum tipo de restrição ou dificuldade”, finalizou.

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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