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ALE cassa mandato de Wallace por dezesseis votos contra quatro

O deputado estadual Wallace Souza (PP) perdeu na quinta-feira seu mandato parlamentar na Assembleia Legislativa, numa decisão difícil para a Casa. Souza foi cassado por quebra de decoro parlamentar, por decisão de 16 colegas, o mínimo exigido eram 13 votos. Sem apoio político do próprio partido, ele assistiu impassível ao placar indicando que apenas quatros deputados votaram contra a cassação e três se abstiveram.
O destino político de Wallace foi selado em 3h30 de reunião. Com a cassação, Wallace Souza perde a imunidade parlamentar, o foro privilegiado para julgamento em Primeira Instância no Tribunal de Justiça e se torna inelegível por oito anos. Com isso, ele só poderá pensar em mandatos eletivos a partir das eleições de 2017.
O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Belarmino Lins, anunciou o resultado e promulgou a Resolução Legislativa, encaminhada para publicação no Diário Oficial do Estado. Durante toda a votação Wallace Souza permaneceu com a cabeça mergulhada entre os braços e só os retirou quando precisou deles para juntar livros e documentos e receber o abraço solidário do deputado Liberman Moreno.
Wallace acreditou até o último instante que poderia ser absolvido pelo plenário, chegando a mostrar, em 15 minutos de discurso, os extratos bancários que comprovaram a legalidade dos mais de R$ 250 mil apreendidos em sua casa. Ele chegou a pedir perdão a cada um dos deputados e deixou a Deus a decisão que o plenário tomaria dentro de pouco tempo.
Antes de ser iniciada a votação, os deputados Arthur Bisneto, Marco Antonio Chico Preto e Luiz Castro questionaram o método secreto utilizado, uma vez que expor o voto ao público pode incidir em quebra de decoro. Por isso o deputado Chico Preto não declarou seu voto.
Para Luiz Castro, a decisão tomada marca o limite histórico de uma decisão que não foi determinada pelo caráter individualizado, mas por uma decisão de caráter pedagógico, que deve balizar a opinião da sociedade e credibilizar o político junto à sociedade.

“Não há provas contra mim”

Nos 15 minutos que falou em sua defesa, antes da votação do projeto de resolução legislativa que decretou a perda de seu mandato, o deputado Wallace Souza (PP), mais uma vez, se disse inocente e pediu pela sua absolvição. “Entre condenar um inocente, absolvam, porque não há provas contra mim”, pediu. Wallace é acusado, entre outros crimes, de ligação com o crime organizado, tráfico de drogas e uso ilegal de armas, todos negados por ele.
O deputado se pronunciou após quase 45 minutos da defesa, feita pelo advogado Francisco Balieiro, que tentou derrubar uma a uma as contradições constantes das investigações da força-tarefa, baseadas nas acusações do ex-policial militar Moacir Jorge da Costa, o ‘Moa’
Durante a sua defesa, Wallace também aproveitou para apresentar cópias dos cheques emitidos pelo banco Bradesco, que comprovam, segundo ele, a legalidade do valor de R$ 240 mil, encontrado no cofre de sua residência pelos membros da força-tarefa, até então considerado ilegal. “Me tacaram pedra. Mas quem nunca cometeu um pecado que atire a primeira pedra”, disse, citando um passagem bíblica e afirmando que o serviço de inteligência da Secretaria de Segurança Pública fez questão de vazar para a imprensa, que o dinheiro era ilícito. “Tenho agora provas de que o dinheiro é licito e tenho provas para cada cheque emitido pelo Bradesco. Em nenhum momento auferi recursos que não fosse do meu trabalho. Tem a microfilmagem dos cheques”, garantiu.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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