A opção norte-americana pelo milho como matéria-prima para a produção de álcool provocou uma explosão nas vendas brasileiras do produto: em setembro, a exportação de milho em grão cresceu 464,99% em relação ao mesmo mês de 2006.
De acordo com o presidente da comissão nacional de cereais, fibras e oleaginosas da CNA (Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil), Marcel Cacheta, o salto dos embarques de milho foi gerado pela forte queda na oferta dos Estados Unidos.
Maiores produtores mundiais de milho, os norte-americanos vêm utilizando cada vez mais sua lavoura para a produção de álcool, aquecendo o preço da commodity no mercado. “Isso abriu espaço para o Brasil aumentar a presença em mercados tradicionais’’, avaliou Cacheta.
Na lista dos maiores compradores do produto brasileiro, estão quatro dos maiores países europeus: Espanha, Alemanha, Portugal e Itália. Esses países, segundo Cacheta, compravam tradicionalmente dos EUA.
O especialista diz que o custo de produção do milho no Brasil corresponde a 80% do registrado nos EUA. A vantagem, no entanto, cai com os custos de transporte, principalmente pela infra-estrutura precária no Brasil.