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Aeroportuários aceitam parar

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Os aeroportuários de Manaus decidiram ontem aderir ao indicativo de greve para julho proposto pelo Sina (Sindicato Nacional dos Aeroportuários). Os profissionais vão interromper as atividades por tempo indeterminado, caso a política nacional de privatização aeroportuária não seja revogada. Para eles, com a privatização, o governo federal vai promover prejuízos ao processo de administração aeroportuária no país, “beneficiando a minoria empresarial” e transformando uma “estrutura sólida”, com 38 anos de atuação, sem garantir melhorias. Na avaliação dos representantes nacionais da categoria, para atender os interesses para a Copa não é necessário mudar a política administrativa aeroportuária do país.
O secretário geral do Sindicato Nacional dos Aeroportuários, Célio Alberto Barros de Lima, informou que o sindicato vem realizando assembleias em todos os Estados e a decisão de realizar o indicativo de greve foi tomada em acordo com as representações estaduais. “Manaus aprovou o indicativo de greve, que será chamado pela CUT [Central Única dos Trabalhadores]. Queremos demonstrar ao Governo que não concordamos com esse processo. Hoje, 67 aeroportos são administrados pela Infraero [Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária] e dez são privatizados. Na nossa lógica, esses aeroportos privatizados irão sucumbir. Não há como manter a magnitude de aeroportos como Belém, Manaus, Porto Velho –aeroportos estratégicos para o país – sem recursos. E a Infraero ficaria com uma parte deficitária”, opinou.

Demanda positiva

Lima lembrou que o acesso das classes C e D aumentou nos aeroportos brasileiros. “Está havendo uma migração das rodoviárias para os aeroportos. A região Amazônica precisa, mais do que nunca, de avião. A demanda é positiva, gera investimento em infraestrutura. A privatização vai afastar esse público”, sentenciou.
O secretário aponta desvantagens na privatização. “Dou como exemplo os aeroportos argentinos, que foram privatizados há cinco anos e, agora, o governo teve que reestatizar. São mais de 22 mil trabalhadores brasileiros e se privatizar mais de 80% serão demitidos”, garantiu.
Lima disse que a Copa não é desculpa para privatizar os aeroportos. “É importante, mas é passageira. Nosso compromisso é o conceito de um aeroporto popular”, argumentou.
A assessoria de imprensa da Infraero no Amazonas disse que ainda não tem como se posicionar sobre o indicativo de greve. A representação regional da empresa alegou ao Jornal do Commercio que não pode se posicionar em virtude de as discussões ainda estarem sendo realizadas no âmbito nacional. A assessoria de imprensa da Infraero Nacional não quis se manifestar.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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