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Açúcar ‘amarga’ cesta básica manauara

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O açúcar apresentou em Manaus, no mês de abril, a maior alta entre os produtos que compõem a cesta básica na capital, segundo a Pesquisa Nacional da Cesta Básica realizada pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) e divulgada ontem (8). Com acréscimo de 7,61% em relação a março, o produto foi o que mais contribuiu no mês, com a ligeira alta de 0,48% no custo total da cesta básica da capital amazonense.
De acordo com o Dieese, a escassez de chuvas atrasou o desenvolvimento da cana na temporada atual o que elevou os preços deste item. Além disso, a maioria das unidades produtoras privilegiou o etanol. No ano, o preço do açúcar em Manaus acumula alta de 17,16%.
Dos 12 produtos que compõem a cesta básica, sete produtos apresentaram alta, quatro diminuíram seus preços e um produto não apresentou variação no mês analisado. Além do açúcar, também tiveram variação positiva de preços a banana (+5,83%), o óleo de soja (+4,0%), pão (+1,44%), manteiga (+0,82%), leite (+0,70%) e carne (+0,67%).
O aumento do óleo está atrelado à redução das vendas de soja com o objetivo de valorizar o preço da safra recorde no mercado. “Os produtores reduziram a venda do produto com intuito de aumentar a cotação, o que pode explicar a elevação do preço do bem no varejo”, explicou o Superintendente Técnico do Dieese Amazonas, Rinaldo Seixas.
Já a subida no preço do pão francês foi ocasionada pelos baixos estoques de trigo produzido no Brasil, à dificuldade de compras na Argentina e às altas nos valores do cereal norte-americano. A menor produção no campo, decorrente da seca nas principais regiões produtoras e, também, início da entressafra na região Sul do país, resultou em um aumento no preço do leite.
Dentre os que tiveram queda em relação a março, o destaque foi a farinha de mandioca (-3,47%), seguida pelo feijão (-3,03%), tomate (-1%) e café em pó (-0,51%). No acumulado dos últimos 12 meses, o feijão lidera o recuo de preços, com queda superior a 13%. Já a farinha, que foi uma das vilãs em 2013, apresenta redução de 12,56%. O preço do arroz se manteve estável.
Com isso, o custo da cesta básica no mercado manauara ficou fixado em R$ 309,66 no mês passado. Em março, o conjunto de itens alimentícios essenciais custava R$ 308,19. Esta ligeira alta foi considerada “pouco significativa” pelo Dieese e posicionou a cesta básica manauense como a 11ª mais cara entre as 18 capitais onde é realizada a Pesquisa Nacional da Cesta Básica – mesma posição ocupada no mês anterior. Já em abril de 2013 a cesta básica custou R$ 339,64. No acumulado de 2014, a cesta básica amazonense apresenta alta de 0,63%. Em contrapartida, em na comparação dos últimos 12 meses houve queda de -8,83%.

Poder de compra
Os trabalhadores que ganham um salário mínimo comprometeram, no mês de abril, 46,49% de seus rendimentos líquidos -R$ 666,08 após o desconto de 8% referente à contribuição previdenciária -com a aquisição dos alimentos básicos. Em março o comprometimento foi de 46,27%.
O custo da cesta básica para o sustento de uma família de quatro pessoas (dois adultos e duas crianças, sendo que estas consomem o equivalente a um adulto) foi de R$ 928,98 durante o mês de abril, valor equivale a aproximadamente 1,28 vezes o salário mínimo bruto, fixado pelo governo federal em R$ 724,00. No mês anterior, o custo da cesta básica para esta mesma família foi de R$ 924,57.
Com base no custo apurado para a cesta de Porto Alegre (o mais alto registrado pela pesquisa), em abril deste ano, para suprir as despesas de um trabalhador e sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência o menor salário necessário deveria ser de R$ 3.019,07 segundo o Dieese, ou seja, 4,17 vezes o mínimo em vigor, de R$ 724,00. Em março, o mínimo necessário era menor, equivalendo a R$ 2.992,19, ou 4,13 vezes o piso vigente. Em abril de 2013, as necessidades básicas da mesma família puderam ser supridas com ‘apenas’ R$ 2.892,47, o que representava 4,26 vezes o mínimo de então (R$ 678,00).

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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