Em assembleia realizada na tarde de ontem (31), mais
de 400 servidores da Suframa aceitaram a proposta do
governo federal e votaram em favor do fim da
paralisação que já durava mais de 40 dias. De acordo
com o primeiro-secretário do Sindframa (Sindicato dos
Servidores da Suframa), Anderson Belchior, a volta aos
trabalhos está condicionada à assinatura de dois
termos de acordo entre o sindicato e os ministérios do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, do
Planejamento e do Orçamento. O primeiro contempla as
reivindicações de treinamento dos servidores, reforma
das Unidades Descentralizadas e da sede da Suframa,
flexibilização do horário, cessão de uma área para
refeitório além do cancelamento do corte de ponto.
“Isso começa a ser implantado imediatamente, tanto que
o acordo garante que em 15 dias a Suframa deverá ceder
uma área para a refeição dos servidores”, comemorou.
Já o segundo acordo trata da criação de um grupo de
trabalho, ainda este mês, para tratar sobre o plano de
carreiras dos servidores da Suframa para que, a partir
desse estudo, seja encaminhada uma proposta para
resolver a questão salarial em 2015.
“Foi isso que nós conseguimos arrancar do governo
federal. Voltaremos aos trabalhos assim que as
propostas forem assinadas. Pode ser que a gente
retorne amanhã (hoje), dependendo da resposta do Mdic,
ou retornamos na quarta-feira. A certeza que nesta
semana a gente retorna”, garantiu Anderson. O prazo
para a elaboração do Plano é de 180 dias.
Na opinião de Anderson Belchior, o acordo só foi
possível porque um dos integrantes do Sindicato
negociou, com ajuda da bancada amazonense no Senado,
diretamente com o governo federal, sem a intermediação
da autarquia ou de qualquer outra entidade de classe.
Para ele, o acordo não pode ser viabilizado
anteriormente por causa de “um ruído” de comunicação
entre a Suframa, o sindicato e o governo federal.
“Um dos nossos diretores, Sidney Nunes, passou a
semana passada inteira em Brasília, então não houve
intermediação da Suframa. O nosso servidor foi junto à
senadora Vanessa Grazziotin e ao senador Eduardo Braga
e eles que intermediaram o acordo. achamos melhor
eliminar os interlocutores e negociar direto (com o
governo). Assim que nós retiramos os interlocutores,
saiu o acordo. O ruído era a própria gestão da
Suframa”, afirmou.
Sistema
O sindicalista aproveitou para esclarecer que a total
paralisação dos sistemas informatizados da
Superintendência nada tem a ver com a greve dos
servidores. De fato, na última sexta-feira (28) foi
rescindido o contrato de trabalho com vínculo
empregatício firmado entre a autarquia e a Fucapi
(Fundação Centro de Análise, Pesquisa e Inovação
Tecnológica) para o fornecimento de mão de obra
qualificada para desenvolvimento e manutenção do
sistema operacional da Suframa. Com isso, todos os
sistemas de informação da Suframa ficaram sem
funcionar. Segundo Anderson, este é outro problema que
terá que ser resolvido diretamente em Brasília, e
aponta inércia na atual administração da autarquia
sobre o assunto.
“O próprio ministro (do Mdic, Mauro Borges) já falou
que está tendo que tratar disso porque chegou a um
ponto que é necessária a intervenção do Ministério
para resolver os problemas da casa”. Anderson Belchior
garantiu ainda que, uma vez que o sistema for
restabelecido, todo o trabalho de liberações de
mercadorias será normalizado em 15 dias.
Suframa
Procurado, o Superintendente da Suframa, Thomaz
Nogueira, não pôde atender à equipe do Jornal do
Commercio, pois estava participando de
videoconferência com o Ministério. Em relação aos
problemas com o sistema, no entanto, ele explicou por
meio de nota que “reuniões ocorridas durante todo o
dia (de ontem) permitiram a construção de solução que
possibilitou o retorno gradual das operações”.