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Acesse www.dominiopublico.gov.br, por favor!

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Corre na internet um pedido insólito para que as pessoas acessem o site www.dominiopublico.gov.br, uma biblioteca virtual mantida pelo governo brasileiro, com software livre, mas que corre o risco de ser desativado devido à falta de acessos. Nesta biblioteca, os internautas podem ter contato com 732 obras, só de literatura brasileira, de autores como Machado de Assis e tantos outros. Também estão na rede obras literárias mundialmente conhecidas, de capital importância para aqueles que almejam conquistar um pouco de cultura. Tem pinturas de Leonardo da Vinci, músicas em MP3 de alta qualidade e teses do Capes.
Apesar do acesso complicado, principalmente para aqueles que têm pouca destreza com o mundo da web e menos paciência ainda para esperar a conclusão dos links, a biblioteca virtual possuiu um cabedal de cultura que vale a pena ser visitado. Mesmo assim, o site corre o risco de ser tirado do ar porque o número de acessos é insignificante. Seria uma grande insensatez, e um desserviço aos brasileiros, o Ministério da Educação, que mantém o site, desativá-lo porque poucas pessoas se dispõem a entrar em seu mundo, até porque o governo gasta tantos recursos com coisas menos proveitosas.
A campanha pelo acesso ao site está lançada, mas é com grande constrangimento que aqui se constata o quanto os brasileiros usam mal a internet. No Brasil, os últimos números que temos conhecimento nos informam que 50% dos acessos na web são para o Orkut e para o MSN, dois sites de relacionamento que nada acrescenta a ninguém, mesmo depois de horas ligado na rede. A internet é um universo de informação, mas as pessoas podem também trocar experiências pessoais, através do contato virtual, que aproximam aqueles que se encontram distantes, seja por e-mail ou pelos sites de relacionamento.
Ficar horas no Orkut ou no MSN é como estar sentado no centro de uma biblioteca, com informação disponível para todos os gostos, e a pessoa preferir ficar batendo papo furado. O Brasil é campeão absoluto de acesso aos sites de relacionamento, superando em muitos os Estados Unidos, onde a população é bem maior e existem muito mais computadores ligados à rede mundial. Ou seja, enquanto os americanos se conectam à rede em busca de informação, os brasileiros preferem as salas de bate-papo, numa perda considerável de tempo, de recursos e de intelecto humano. Os assuntos em salas de bate-papo no máximo atingem um nível de futilidade, quando não descambam para a pura pornografia.
Orkut e MSN servem à perfeição para encobrir todo tipo de desajuste social, quando não às atitudes criminosas. São generalizadamente conhecidos os delitos praticados, cujas ações se iniciaram através dos sites de relacionamento. Aqui não se estar afirmando que todos os freqüentadores de salas de bate-papo são criminosos, ou tenham desvio de caráter, ou são onanistas pervertidos em busca de realização sexual, mas que o próprio sistema, para estes tipos, lhes serve como uma máscara para encobrir seus rostos, isto é inegável. Por que alguém iria contar verdades para quem não conhece pessoalmente, principalmente protegido pelo mundo virtual? Por que alguém se utilizaria de sinceridade, desconfiando que na outra ponta a pessoa com quem se está comunicando não conta a verdade?
Estes são apenas alguns exemplos de como o mundo virtual é movediço para se buscar um relacionamento pessoal proveitoso e sincero. Mas ainda pode ser pior se considerarmos o massacre à gramática, com formas esquisitas de grafar as palavras, como se houvesse pressa em se comunicar em um mundo em que as respostas são curtas, sem conteúdo e o tempo de espera pelas respostas demoram conforme a memória dos computadores. Assim, é incompreensível como os brasileiros gostam tanto de sites de relacionamento, uma perda de tempo que vicia e leva as pessoas a ficarem horas em salas de bate-papo, as vezes madrugada adentro, que no final não terá acrescido um mísero grama de conhecimento.
O Brasil carece de pesquisas, carece de pro

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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