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Abrasel-AM busca flexibilização maior de atividades

Os proprietários de bares e restaurantes do Amazonas estão de dedos cruzados, esperando que a nova revisão do quadro epidemiológico deste fim de semana permita ao Executivo amazonense maior flexibilização nos parâmetros do atual decreto, já que o atual horário permitido à atividade não estaria possibilitando a sobrevivência das empresas. Por isso, representantes da Abrasel-AM (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes Seção – Amazonas) estiveram com o governador Wilson Lima para mais uma rodada de conversações, nesta quarta (3).

Conforme levantamento da entidade, realizado com 108 empresários do ramo, apenas 55% (81) afirmam estar conseguindo trabalhar sob os parâmetros do atual decreto de flexibilização. Os outros 45% seguem de portas fechadas porque os serviços são oferecidos exclusivamente à noite. Entre os empresários que conseguiram retomar as operações, nada menos do que 84% registraram ocupação abaixo dos 50% estabelecidos pelo governo estadual, logo na primeira semana de reabertura.

A próxima reunião do Comitê de Enfrentamento da Covid-19 está marcada para esta sexta (5). Na oportunidade, as solicitações da Abrasel-AM devem ser avaliadas também. Com o refluxo das estatística locais da pandemia, o Governo do Amazonas autorizou, desde o último dia 22, o funcionamento de restaurantes, lanchonetes e estabelecimentos registrados como restaurantes entre 6h e 16h. O delivery está liberado até 22h e o drive-thru até 18h.

O presidente da Abrasel-AM, Fábio Cunha, destacou o compromisso responsável dos empresários do setor no cumprimento das medidas para ajudar a evitar a proliferação dos casos locais de covid-19. “Existem algumas empresas que não estão comprometidas com esses protocolos, mas a gente apoia que sejam exemplarmente punidas. Já está mais do que orientado o que se deve fazer: é o espaçamento das mesas, a capacidade tem de ser reduzida a 50%, o álcool em gel em todas as mesas, as máscaras sendo usadas pelos atendentes”, listou o dirigente, em material divulgado por sua assessoria de imprensa.

O dirigente disse ainda que, para reforçar a recomendação das autoridades de saúde, a associação lançou uma campanha de orientação a associados e à clientela. “Apesar de a gente ser treinado para atender bem os nossos clientes, também vamos ser rigorosos com eles, quando não estiver cumprindo o protocolo dentro do estabelecimento. A Abrasel está fazendo uma campanha para que os retornos das atividades sejam feitos com moderação e muita responsabilidade, porque nós precisamos nos manter vivos no comércio”, destacou.

Sem lockdown

Texto divulgado pela Secom (Secretaria de Comunicação Social) informa que, durante o encontro, Wilson Lima ressaltou que as decisões adotadas para o controle da pandemia consideraram os indicadores de vigilância sanitária. Na oportunidade, o governador salientou também que, apesar das dificuldades, o Executivo amazonense nunca impôs a paralização total das atividades e restrição integral de circulação de pessoas, o chamado lockdown.

“Sempre trabalhamos para encontrar um equilíbrio, ampliando a rede hospitalar e, ao mesmo tempo, mantendo o funcionamento do mínimo de atividade econômica para a gente poder garantir emprego e renda. Hoje, recebi os representantes da Abrasel para uma conversa, para a gente fazer alguns encaminhamentos daquilo que é possível a gente estender a partir do próximo decreto. Dentre as propostas que estamos avaliando está a ampliação do horário de funcionamento, tanto presencial, como também do drive-thru e do delivery”, declarou.

“Vendas acanhadas”

O sócio proprietário dos restaurantes Mercato Brazil e Expresso 73 (antigo Mercado 153), Weber Eduardo da Costa Val, conta à reportagem do Jornal do Commercio que os negócios ainda seguem em ponto morto, neste período de reabertura. O empresário aponta que outros estabelecimentos que dependem mais da noite para faturar estão parados ou praticamente sem funcionar, mas avalia que a tendência é de maior abertura ao atendimento presencial, a partir do próximo decreto. 

“Desde a primeira flexibilização, feita pelo governo estadual há 10 dias, podemos perceber que as vendas ainda estão acanhadas e muito longe do ideal. Mas, o fato é que abrimos e a economia começa a girar por si só. Passado esse tempo da liberação parcial do comércio, não houve aumento de casos. Dessa forma, acreditamos que haverá uma flexibilização maior pelo governo, na próxima semana”, ponderou. 

Risco de êxodo

O proprietário do Salomé Bar e do All Night Pub, Rodrigo Silva, participou da reunião com o governador e que considerou o encontro produtivo. Ele estima que estima que os negócios já apresentam queda de 90% na comparação com o mesmo período do ano passado. O empresário informa que o primeiro estabelecimento ainda seguiu funcionando com o acréscimo do delivery, mas destaca que o horário não permite que o movimento decole, enquanto as vendas remotas não representam nem 10% dos resultados usuais. Já o pub completa 12 meses de portas fechadas, no próximo dia 17. 

“Não está fácil, porque o nível de endividamento aumentou 100%. Nós demitimos 30% do quadro, ainda em 2020. Chegamos a recontratar uma parte, e agora optamos por suspender contratos de 70% do pessoal enquanto o resto está ativo no delivery. Estamos pagando um auxílio para os funcionários ficaram sem atividade. O custo para manter os funcionários em casa é maior do que as vendas do delivery. Falei ao governador que o que mais me preocupa é que essa falta de visão do futuro pode acabar com muito empreendimentos e inclusive gerar um êxodo de empreendedores com capacidade de empregar e gerar renda”, encerrou.

Foto/Destaque: Divulgação

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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