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Abrasel busca ajuste em decreto para bares e restaurantes

Abrasel busca ajuste em decreto para bares e restaurantes

Quatro dias depois da publicação do decreto 42.794/2020, que fechou os bares de Manaus e aumentou as restrições ao funcionamento dos restaurantes da capital amazonense, a Abrasel-AM (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes – Seção Amazonas) voltou a se reunir com representantes da CIF (Central Integrada de Fiscalização) do governo estadual, para apresentar propostas de flexibilização do segmento, com garantia de segurança sanitária.

As nove sugestões apresentadas pela entidade, nesta segunda (28), passam por horário de funcionamento, ocupação dos espaços, temas de fiscalização e reconhecimento dos estabelecimentos que cumprem os protocolos. O governo não dá prazo de retorno, mas informa que as proposituras estão sendo distribuídas aos 14 participantes do Comitê de Crise e devem começar a ser analisadas, a partir desta terça (29).

Na reunião com o governador Wilson Lima para tratar do decreto e sua repercussão, ocorrida nesta sexta (25), A Abrasel-AM já defendia a flexibilização de todos os pontos do decreto e o retorno imediato das atividades dos bares, argumentando que as dificuldades financeiras e operacionais estavam presentes antes mesmo da nova medida governamental de restrição. 

“O governador pediu sete dias para começar as flexibilizações. Contestamos que não temos todo esse tempo e pedimos maior celeridade na resposta. A Abrasel, em conjunto com os secretários do governo do Estado, está elaborando propostas de flexibilização para sua análise”, asseverou o presidente da Abrasel-AM, Fábio Cunha. 

As propostas apresentadas ontem não foram detalhadas, mas foi informado que seguem os parâmetros gerais apresentados pela entidade na reunião da semana passada, quando o segmento procurou separar o joio do trigo e se comprometeu a divulgar e incentivar entre seus associados o cumprimento dos novos protocolos elaborados com a Central Integrada de Fiscalização.

Uma das medidas sugeridas na semana passada foi a flexibilização do limite de ocupação e o horário de funcionamento fossem flexibilizados até de madrugada, nos locais legalizados e que seguem os protocolos de segurança, evitando a busca da clientela por “locais clandestinos”. Outra foi o fechamento de uma parceria com bandas e artistas para que estes só se apresentem em locais legalizados e que seguem os protocolos, “garantindo espaço para tocarem, mas também excluindo-os da programação, em caso de descumprimento”.

Os empresários sugeriram também que a fiscalização fosse intensificada nos “eventos clandestinos”, com blitz, multas, apreensão de equipamentos e fechamento do local. Mas solicitaram que as abordagens fossem “mais discretas” nos locais fiscalizados, sem “constranger desnecessariamente” quem está trabalhando, os clientes “e até a vizinhança”.

“Passou dos limites”

O presidente da CDL-Manaus (Câmara dos Dirigentes Lojistas de Manaus), Ralph Assayag, concorda que era necessário tomar algumas providências em relação a baladas e “pontos onde não se usam máscaras”, como balneários e ‘baladões’ com mais de 500 pessoas, ao lembrar que há um “número muito grande” de pessoas cansadas de ficar em casa, que acabam fazendo isso e contribuindo para o aumento dos casos de covid-19 na capital amazonense. O dirigente avalia, entretanto, que o governo estadual exagerou na medida.

“Acredito que o posicionamento de fechar lugares onde isso é feito com exagero tem que ser tomado. Só que [o governo] passou dos limites um pouco em relação aos restaurantes, que estavam trabalhando forma correta e ‘pegavam’ fiscalização de mais de 20 homens, entrando fortemente armados nos estabelecimentos, de maneira totalmente errada. Tem tanto bandido para ser pego na cidade, e a polícia fica perdendo tempo com isso. Mas, nesta semana, isso deve ser verificado 

O presidente da CDL-Manaus descarta a possibilidade de uma segunda onda de covid-10 em Manaus, ao estimar que “pelo menos” 70% da população da cidade já contraiu a doença e estaria, portanto, imunizada. Assayag ressalva, mesmo assim, que os cuidados são necessários, diante da redução da oferta de leitos nos sistemas de saúde público e privado locais. E alerta que, caso contrário, isso pode virar um “problema sério” para o Executivo amazonense.

“Praticamente todos os meus funcionários já pegaram a doença. De 300, só uns cinco ainda não tiveram. Então, já estamos nesse patamar. Mas, temos de ter cuidado, porque hoje praticamente apenas um hospital estadual recebe pessoas com covid-19. Os hospitais privados também diminuíram o volume de leitos, porque não podiam ficar à disposição sem ter ninguém. Se tiver um aumento de 50 para 80 pessoas, vai comprometer mais. O que me preocupa mais é o número de mortes que, felizmente, até agora, é bem baixo”, ponderou. 

Entendimento e abertura

O titular da Sedecti (Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação), Jório Veiga, informou que as propostas da Abrasel-AM, apresentadas nesta segunda (28), serão analisadas pelo comitê para embasar novas decisões. O secretário estadual salientou que todos estão buscando um entendimento e um meio termo, de forma a que as medidas atendam a todos, com segurança, na medida do possível.

“O apoio deles [bares e restaurantes] é muito importante para que tudo funcione bem. Ninguém quer restrições, mas é importante se olhar o todo é tomar as precauções necessárias, para que tudo dê certo e não tenhamos de fechar tudo. Não é essa a intenção. Assim, retroceder um pouco agora, pode garantir a continuidade da abertura. Vamos acompanhar os próximos dias, analisar as propostas e ver o que se pode decidir”, arrematou. 

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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