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Abertura de novas empresas no AM fica estagnada em junho

A passagem de maio para junho registrou uma desaceleração na mortalidade de empresas e uma nova estagnação nas constituições de novas pessoas jurídicas, no Amazonas. Os números, contudo, seguem mais fortes do que os de junho de 2020, período de refluxo da primeira onda de covid-19 e início do calendário de reabertura de empresas em âmbito local. Os dados estão no mais recente relatório do SRM (Sistema Mercantil de Registro), divulgado pela Jucea (Junta Comercial do Estado do Amazonas), nesta sexta (2).

O Estado registrou o encerramento das atividades de 261 pessoas jurídicas, no mês passado, configurando uma retração de 10%, na comparação com o desempenho de maio de 2021 (290), e um acréscimo de 20,28% sobre o patamar de junho de 2020 (217). Já a abertura de novos empreendimentos (718) ficou 1,24% aquém da marca do mês anterior (727), embora tenha avançado 36,24%, no confronto com o mesmo período do ano passado (563). 

De acordo com o levantamento mensal da autarquia estadual, entre as 261 pessoas jurídicas amazonenses que formalizaram encerramento no mês passado, a maioria (165) estava na categoria de empresário individual – número 10,32% menor do que os 184 de maio do mesmo ano. As sociedades empresariais limitadas (78) vieram na segunda posição, seguidas pelas empresas individuais de responsabilidade limitada (e de natureza empresarial), com 18 registros, uma cooperativa e um consórcio de sociedades – contra as respectivas 73 e 31.

O movimento em torno da formalização de abertura de novos negócios no Amazonas (718), desta vez, priorizou as sociedades empresariais limitadas (285), em detrimento dos empresários individuais (262). Na sequência, vieram as empresas individuais de responsabilidade limitada (166), as sociedades anônimas fechadas (3) e consórcios de entidades (1) e cooperativas (1). Em abril, os respectivos números foram 244, 298, 181, zero, 3 e 1.

Apesar da maior severidade da segunda onda da pandemia em relação à primeira, o saldo do acumulado dos cinco meses iniciais deste ano se manteve positivo para o Amazonas. De janeiro a junho de 2021, o Amazonas somou o registro de 4.147 novos empreendimentos, 52,46% a mais do que o dado apresentado em igual intervalo do exercício anterior (2.720). A mesma comparação indicou, por outro lado, uma diminuição de 8,25% nos registros de baixas de empresas, entre 2020 (1.345) e 2021 (1.456).

A Jucea ressalta que os dados citados não incluem os MEIs (microempreendedores individuais), que são constituídos de forma virtual, por meio do portal do Empreendedor, do governo federal. Nesse caso, os números de constituições subiram 2,55%, entre maio (3.060) e junho (3.138) de 2021, embora ainda tenham avançado 6,95% na comparação com o dado de 12 meses antes (2.934). As extinções cresceram na variação mensal (de 536 para 545) e mantiveram tendência de alta sobre o mesmo mês de 2020 (400), com diferenças respectivas de 1,68% e de 36,25%.

A análise dos dados do acumulado de janeiro a maio deste ano, no entanto, aponta um panorama menos promissor e ainda mais volátil para os microempreendedores individuais amazonenses. O número de abertura de novos MEIs no Estado aumentou 27,37%, entre 2020 (14.904) e 2021 (18.983). Mas a quantidade de encerramentos manteve ritmo semelhante, com 3.382 (2021) contra 2.562 (2020), o que configura um aumento de 32%. 

Tecnologia e desburocratização

Em texto divulgado por sua assessoria de imprensa, a Junta Comercial do Estado do Amazonas informa ainda que a segmentação por CNAE (Classificação Nacional de Atividades Econômicas) contabilizou 2.288 novas empresas do setor de serviços, no semestre. Comércio (1.609) e indústria (158) vieram na sequência. A base de dados informa ainda que Manaus segue líder no número de abertura de empreendimentos nos seis meses iniciais de 2021 (2.981), sendo seguida por Humaitá (94), Itacoatiara (81), Manacapuru (80) e Parintins (66). A autarquia não informou os respectivos números de encerramento por atividade e município.

No mesmo texto, a presidente da Jucea, Maria de Jesus Lins, atribui o crescimento nas estatísticas das empresas às ações que vêm sendo desenvolvidas pela própria autarquia estadual, em parceria com o Executivo do Amazonas, com o objetivo de incentivar os empreendedores locais. “Ainda vivemos com incertezas, devido à pandemia, mas estamos mais otimistas e esperançosos que, cada vez mais, o ambiente de negócios do Estado vai melhorar. Por isso, a importância de estarmos sempre investindo em novas tecnologias que simplifiquem e desburocratizem os serviços”, destacou.

“Custos e engenharia” 

No entendimento do presidente do Sindecon-AM (Sindicato dos Economistas do Estado do Amazonas), Marcus Evangelista, a oscilação nos números da Jucea é natural, especialmente diante do atual “momento de instabilidade” imposto pela pandemia e seus impactos econômicos. Ele lembra que muitas pessoas perderam seus empregos e aproveitaram suas economias de FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) para abrir empresas, mas se deparavam que o mercado não era “tudo aquilo que pensavam”. 

“Muitas vezes, o empresário acha que ter uma excelente ideia na cabeça é sinal de sucesso. Porem, quando se deparam com todos os custos e a engenharia de ter um negocio próprio, acabam recuando e encerrando suas atividades para voltar a procurar um lugar no mercado de trabalho”, arrematou, acrescentando que a melhora ou piora nesse quadro ainda vai depender do avanço do processo de imunização e o consequente reaquecimento da economia brasileira.

Foto/Destaque: Divulgação

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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