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“A solução para a melhoria do país é a educação”

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Diante das crises moral e ética pelas quais o país atravessa, muitas pessoas pregam não ser necessário estudar para se vencer na vida. Com certeza não é bem assim. Os países mais desenvolvidos são exatamente não os que mais gastam, mas os que mais investem na educação de sua população.

Levi Guimarães cresceu ouvindo de seu pai que ele precisava estudar para ser alguém na vida. O pai de Levi o criou, com mais dois irmãos, vendendo bananas numa kombi, em Manaus, e quando o rapaz estava com 17 anos, o pai morreu, e o próprio Levi foi vender bananas para bancar seus estudos. Hoje Levi é doutor, com doutorado concluído na cidade do Porto, em Portugal, e em janeiro do ano passado inaugurou o ISEL (Instituto Superior de Ensino Leanorte), na capital amazonense, a primeira instituição particular do Estado a realizar cursos de pós-graduação, com acesso ao mestrado e doutorado.

Jornal do Commercio – Seu pai criou e educou você e seus dois irmãos vendendo bananas numa kombi. Você também chegou a vender bananas. Isso teve alguma influência no fato de você querer ir tão longe na carreira?
Levi Guimarães – Meu pai sempre nos passou a referência de que estudar era o melhor caminho para uma carreira profissional próspera e, com certeza, a venda de bananas naquele momento, influenciou nesse processo de amadurecimento.
JC – As chances, na área educacional, surgiram na sua vida ou você foi atrás?
LG – Na verdade desde adolescente já gostava de estudar e ensinar. Fui professor de reforço com aulas no quintal de casa, professor de catequese na paróquia, instrutor de treinamentos nas empresas onde trabalhei. As coisas foram meio que acontecendo naturalmente até eu chegar a ser professor de ensino superior e atualmente professor de cursos de pós-graduação.

JC – Como foi a trajetória da Fundação Matias Machline, em Manaus, até o doutorado, em Porto, Portugal?
LG – Fiz o curso de técnico em eletrônica, na Fundação Mathias Machline. Sou também técnico em telecomunicações pelo Cefet (atual Ifam). Entrei na Ufam com 17 anos, para cursar Engenharia Elétrica, mas infelizmente neste período perdi meu pai e tive que trancar os estudos para trabalhar e após dez anos, em 2007, consegui me formar em Recursos Humanos e de lá pra cá não parei mais. Fiz especialização em Engenharia de Produção, mestrado em Engenharia Industrial, na UMinho, em Portugal, e doutorado em Engenharia Industrial e Sistemas, também na UMinho.
Durante meu doutorado morei em Portugal por três anos e meio, largando tudo o que tinha aqui, em busca desse objetivo. Em 2020 pretendo fazer meu pós-doutorado, também na Europa.

JC – Por que voltou de Portugal com essa ideia de ministrar cursos de pós-graduação, mestrado e doutorado aqui em Manaus?
LG – Nossa região é muito carente de cursos a níveis de mestrado e doutorado, até mesmo de MBAs, e essa foi uma dificuldade que senti quando estava me qualificando, a barreira em encontrar cursos deste nível em Manaus. Com isso veio a ideia de tentar democratizar o ensino nesse nível para as pessoas que tem interesse em se qualificar, mas não podem ter dedicação total, que não podem sair do país, entre outros motivos. Outro fator é que sempre acreditei, e acredito, muito no meu país e principalmente no nosso Estado e sei também que somente a educação e a qualificação podem melhorar e desenvolver nossa cidade, Estado e país.

JC – Então você criou o Instituto Leanorte? Fale sobre a atuação do Instituto e o que pretende, com ele, para o futuro?
LG – O ISEL (Instituto Superior de Ensino Leanorte), tem como principal missão democratizar o ensino superior em nível de mestrado e doutorado em parceria com universidades europeias e também com universidades brasileiras.
Hoje oferecemos desde cursos livres até MBAs, pós-graduação com acesso a mestrados e doutorados internacionais. Estamos atualmente com mais de 300 alunos e temos o objetivo de nos tornar, a médio prazo, uma faculdade de excelência na nossa cidade.

JC – Lean é um método no qual você se especializou. Como esse método pode ser aplicado no segmento empresarial?
LG – O Lean significa ‘enxuto’. A metodologia tem como objetivo a redução de desperdícios em todo e qualquer tipo de processo (industrial, administrativo, hospitalar, educacional, entre outros).
Entende-se como desperdício toda atividade que não agrega valor nenhum, tanto para o business quanto para o cliente. Hoje, em meio à situação que nosso país está passando, a metodologia Lean é uma das melhores e mais baratas soluções para as empresas.

JC – De que forma as pessoas que fizerem pós-graduação, mestrado e doutorado em seu Instituto poderão ser úteis para o Amazonas?
LG – Hoje a solução para a melhoria da nossa cidade, Estado e país é a educação, uma qualificação de alto nível, de maneira democratizada para nossa população. E o ISEL vem ao encontro dessa necessidade.

O passo a passo no ISEL

Atualmente o ISEL realiza cursos de MBA nas seguintes áreas: Gestão da Produção e Logística; Gestão Administrativa Financeira; Gestão Lean; Gestão de Projetos; Engenharia da Qualidade e Produção; e Gestão da Manutenção Lean, além de especialização em Docência no Ensino Superior, todos com duração de 12 meses e o aluno tem também a opção de fazer dupla certificação (fazer dois cursos) em 18 meses.
No ano que vem o ISEL terá um seguro educacional. Se o aluno sair do emprego, o seguro cobre até seis parcelas de qualquer curso e ainda o ajuda a se recolocar no mercado (MBA, mestrado e doutorado); livros próprios para cada curso escritos por nossos professores doutores; subsídio para os alunos na participação de congressos.
O mestrado tem duração de 24 meses, nas seguintes áreas: Ciências Empresariais; e Ciências da Educação, em parceria com a UFP (Universidade Fernando Pessoa, no Porto). Os cursos se dividem em três fases:
1ª fase – aulas presencias com professores doutores de Portugal e do Brasil, no ISEL. As aulas são sempre num final de semana por mês de forma intensiva, 12 módulos no total (um ano);
2ª fase – qualificação da proposta de dissertação e escrita da dissertação com orientações presencias no ISEL (um ano);
3ª fase – após o término da escrita da dissertação e aprovação da mesma, o aluno viaja até Portugal para fazer a defesa na UFP (duas a quatro semanas).
O doutorado tem duração de 36 meses, na área de Ciências da Informação, que engloba as seguintes linhas de pesquisa: Jornalismo, Gestão, Educação e Sistemas da Informação. O programa se divide em três fases:
1ª fase – as aulas acontecem nos meses de janeiro ou julho de maneira intensiva, na UFP, ficando a critério do aluno o período que pretende ir (quatro semanas);
2ª fase – escrita da tese com orientações presencias dos professores doutores do ISEL (dois anos);
3ª fase – defesa da tese de doutorado na UFP (duas a quatro semanas)

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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