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A revolução ‘silenciosa’ do crédito

A revolução ‘silenciosa’ do crédito

A introdução do PIX e do open banking por parte do Banco Central sinaliza uma importante reforma estrutural, que permitirá reduzir o ainda elevado custo do crédito, enfrentado por famílias e empresas. 

A melhor alocação dos recursos financeiros, associada à redução das taxas de juros de mercado, deverão gerar ganhos de eficiência produtiva e inclusão social, elementos fundamentais para aumentar gerar maior crescimento e desenvolvimento econômico para o país.  

Em seu último Relatório de Economia Bancária (REB), publicado no final de 2019, o Banco Central estima que cerca de 18% da diferença entre a taxa de juros cobrada pelos bancos e aquela que remunera as aplicações (spread bancário) corresponderia à margem financeira auferida pelas instituições financeiras.

Embora esta margem também inclua erros e omissões do cálculo, ela reflete a importância do grau de concorrência no mercado de crédito para a determinação da taxa de juros. Isto se evidencia pelo fato de que, no mesmo relatório, o maior impacto sobre o spread bancário viria da redução desta margem financeira.

Consciente da necessidade de desconcentrar o mercado financeiro, a autoridade monetária prevê para novembro o início do funcionamento de duas importantes iniciativas.

A primeira, o PIX, um novo sistema digital, que permitirá a realização de transferências e de pagamentos durante as 24 horas do dia, de segunda a domingo, incluindo feriados.

As transações serão efetuadas sem custo para os usuários, e com segurança e transparência asseguradas pelo próprio BC, devendo substituir as modalidades atuais de transferência de valores (DOC ou TED).

Poderão participar do sistema tanto os bancos e instituições financeiras tradicionais, como aquelas que funcionam de forma digital, tais como as fintechs, por exemplo. Futuramente, o novo sistema permitirá a realização de saques em espécie em estabelecimentos comerciais por parte de seus consumidores.

Na prática, o PIX servirá para reduzir o custo associado às operações financeiras, tanto para famílias, como para empresas, aumentando sua competitividade, além de incentivar o aumento da participação de novos atores na oferta de crédito – o que deverá contribuir para a redução da taxa de juros de mercado.

A segunda iniciativa, o open banking, aponta diretamente para elevar a competição no mercado bancário, permitindo o compartilhamento de dados e serviços prestados a clientes entre todos os integrantes do sistema financeiro.

Essa mudança permitiria baratear o custo do crédito por duas vias. Primeiramente, pela maior quantidade de informação sobre os demandantes de recursos financeiros – o que permitiria melhorar a avaliação do seu risco de não cumprimento das obrigações, melhorando a alocação do crédito e diminuindo a inadimplência do sistema.

Em segundo lugar, o compartilhamento de informações permitiria uma maior atuação de bancos de menor porte  incluindo os digitais. Isso geraria maior oferta de produtos de crédito, e também contribuiria para reduzir as taxas de juros de mercado.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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