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A primeira impressão…

Urdapilleta Sanches é nome espanhol, da terra de alguns dos maiores nomes da pintura mundial, Goya, Picasso, Miró, mas ele é gaúcho, amazonense de coração, porém, pinta tanto quanto os mestres da Espanha.
João Luiz Urdapilleta Sanches começou nas artes plásticas, como todo artista, rabiscando desenhos imaginários ainda na infância mas, à medida que ganhava intimidade com os desenhos, imaginou se tornar um artista famoso.
Em 1951, com apenas 20 anos de idade, já estava no Rio de Janeiro frequentando a Escola de Belas Artes, “mas eu precisava trabalhar para me sustentar e não dava para conciliar com a Escola, que exigia horário integral para os estudos. Saí depois de dois anos, até porque achava que já sabia pintar, já era um artista”.
E o jovem não estava tão errado assim com relação ao seu talento, pois começou a expor e vender quadros. “Todo artista inicia no estilo clássico. Faz parte do aprendizado. Todos precisam passar por esse caminho, mas depois é necessário procurar um estilo. Por isso enveredei pelo impressionismo, às vezes fazendo alguns trabalhos expressionistas”, contou.
O impressionismo teve como um de seus precursores mais famosos o francês Claude Monet e a palavra impressionismo deriva de seu quadro “Impressão, nascer do sol”, de 1872. Entre as características do estilo, as figuras sem contorno nítido e a decomposição das cores com o preto sendo usado o menos possível.
No expressionismo a realidade é deformada e se destaca a expressão (por isso o nome) de sentimentos. Movimento surgido na Alemanha, destacam-se como expressionistas, El Greco e Goya. “Mas me inspiro sempre em Van Gogh, Monet e Manet e tenho uma admiração especial pelo trabalho do holandês Piet Mondrian, modernista”, ou seja, o artista viaja pelos estilos. Monet e Manet são precursores do impressionismo, enquanto Van Gogh dispensa apresentações, impressionista com tendências modernista, conseguiu influenciar expressionistas, fauvistas e abstracionistas.

Mais de 60 anos de arte

Militar, Urdapilleta veio para Manaus em 1979 e na cidade, onde serviu por nove anos, se integrou aos artistas plásticos locais. “Me tornei amigo de Anísio Mello e Roland Stevenson, e também de Moacir Andrade, então os grandes nomes em evidência”, revelou.
No ano seguinte Urdapilleta realizou sua primeira exposição em Manaus, na Casa da Cultura e, com o tempo, “acabei por me tornar presidente da AMAP (Associação Amazonense dos Artistas Plásticos). Só deixei a presidência quando precisei ir embora de Manaus”, lembrou.
Nesses mais de 60 anos de pintura, Urdapilleta disse que nunca parou de pintar. “Sempre trabalhei e nunca deixei de pintar, mas não considero a arte como um hobby. Pinto por prazer, por gosto, por necessidade de expressar minha arte. Até quando ia à praia, no Rio, levava meu material de pintura”.
O artista tem quadros espalhados pelo Japão, França, Estados Unidos e Uruguai. “Não tenho ideia de quantos quadros pintei nessas seis décadas, mas foram centenas. Já participei de mais de 100 exposições individuais e coletivas, nos Estados Unidos e Uruguai, ganhando diversos prêmios. Com o tempo passei a registrar meus quadros e para quem os vendia. Tenho tudo anotado”, disse.
Outra característica de Urdapilleta é dar nome às suas obras. “Todas têm nome, são assinadas, datadas, com o local onde foram feitas e a técnica utilizada”, explicou. Pra completar, às vezes troca o pincel pela caneta. “Tenho publicado, o livro de poesias ‘Brumas’; e agora estou escrevendo ‘Poesia Minimal’, somente com hai-kais. Penso ainda escrever um outro, de pesquisa, sobre a história da arte no Amazonas. Enquanto isso vou pintando meus quadros”, falou o artista.
Aposentado, Urdapilleta vive entre o Rio e Manaus, onde mora seu filho e onde está seu maior ateliê, em todas as paredes da casa. “Agora sim, me dedicando totalmente à arte”.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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