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A pequena Silves tem rios que ‘em se pescando, tudo dá’

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Preparem seus caniços, linhas e anzóis. O período de pesca começa no próximo mês, em Silves, município amazonense cuja sede está localizada numa ilha, a 327 km de Manaus, e pode ser acessada por estrada.

“Consideramos que agosto é o mês ideal para começar a pesca em Silves porque é quando as águas já estão bem baixas e várias espécies, que costumam ir para longe atrás de alimento, voltam a aparecer com mais facilidade, mas aqui dá para se pescar o ano inteiro”, explicou Vicente Neves, secretário executivo da Aspac (Associação de Silves pela Preservação Ambiental e Cultural).

A ilha de Silves é cercada pelos lagos Saracá e Canaçari. O primeiro, banha Silves pela frente; o segundo, por trás, formando um lago só que dá acesso aos rios Urubu, Sanabani, Itapani, Anebá, Tatuacá, e Taiaçú, entre outros, todos piscosos.

Nas águas dos lagos os peixes mais fáceis de pescar são as piranhas. Vorazes e permanentemente famintas, mordem o anzol a todo instante. Ao menos cinco espécies delas podem ser fisgadas na região, com maior incidência para as pretas (Serrasalmus rhombeus) e as vermelhas, ou caju (Pygocentrus nattereri). Detalhe: piranhas não atacam e comem aleatoriamente seres humanos como mostrado nos filmes, porém, deve-se ter bastante cuidado ao retirá-las do anzol e, de imediato, cortar-lhes a mandíbula pois, no fundo da canoa ficam inertes, mas ao tocá-las, mordem.

“Outras espécies que podem ser fisgadas, com sorte, no entorno da ilha, mas com certeza nas águas da região são pacu, pirapitinga, jaraqui, matrinchã, aruanã, tucunaré e tambaqui (este, nos lagos)”, listou.

Vários tipos de pesca

“Disponibilizamos vários tipos de pesca. Tem a esportiva, a amadora cabocla, e a em família, realizadas com caniço, tarrafa, zagaia e até flecha”, destacou.

“Todo pescador esportivo sabe que o melhor peixe para este tipo de pesca é o tucunaré (Cichla ocellaris). No Brasil temos 15 espécies de tucunarés e algumas delas podem ser encontradas em nossas águas”, assegurou.

“Com o tempo o tucunaré ganhou lugar de destaque na pesca esportiva, pela sua força, por ser voraz e atacar firmemente a isca e ser muito bonito, mas existem outras espécies indicadas para esse tipo de pesca, também por serem vorazes. A própria piranha preta, a maior de todas as espécies de piranha, pode chegar a 40 cm de comprimento; o apapá (Pellona castelnaeana), que pode medir 60 cm de comprimento; e o matrinchã (Brycon cephalus), ou jatuarana, que chega a 80 cm de comprimento; entre os chamados peixes lisos, ou de couro, destaco o surubim (Pseudoplatyatoma fasciatum). Todas essas espécies, e outras mais, são abundantes em nossas águas o ano inteiro”, assegurou.

“O pirarucu existe em todos os lagos daqui, mas sua pesca é proibida desde 1996. Só pode ser feita se o manejo for autorizado pelo Ibama”, informou.

“E existem os peixes exóticos, praticamente sem a atenção dos pescadores: as arraias (família Potamotrygonidae) e os camarões de água doce (Macrobrachium amazonicum). No primeiro caso a melhor forma de pescá-las é com zagaia, nas beiradas da ilha, já os camarões só podem ser pegos com o rapiché, uma rede própria para essa pesca, junto a capinzais e matupás”, ensinou.  

“Os pescadores esportivos, e eles sabem disso, devem trazer seus próprios apetrechos porque, como são profissionais, geralmente utilizam equipamentos sofisticados. Já o pescador amador, e aquele que quer pescar com a família, se contenta com caniços, linhas e anzóis comuns, que temos aqui e disponibilizamos”, lembrou.

“A pesca com caniço e flecha deve ser feita de dia, já com a zagaia, ou tarrafa, é melhor que sejam realizadas à noite. Atualmente reunimos cerca de 60 voadeiras aqui na frente da ilha. Os interessados em pescar podem nos procurar na Aspac, como aqui é uma ilha, todos nos conhecem, ou ligar para 9 9447-2617 e solicitar melhores informações. Além das informações sobre pesca, também podemos indicar pousadas e restaurantes e áreas turísticas para o visitante conhecer na ilha e região”, disse.

Pescadores devem se regularizar

Desde o dia 14 de junho do ano passado, um decreto do Governo do Amazonas regulamenta a pesca amadora no Estado. A Lei nº 39.125, publicada na mesma data, transformou o tucunaré no peixe-símbolo da pesca esportiva.

Para a pesca esportiva, também chamada de pesca amadora, porém, com finalidade desportiva, segundo o decreto, é dada a permissão para a realização de torneios e campeonatos de pesca, desde que autorizados por órgão ambiental competente.

Ainda, de acordo com o decreto, o pescador pode transportar até cinco quilos de peixes inteiros, para o consumo próprio.

“Estamos entrando em um período de grande procura pela atividade, que chamamos de início da temporada e que começou na primeira quinzena de julho e segue até o mês de setembro. Alertamos todos os pescadores para que se regularizem para praticar a atividade de forma legal, lembrando que, se feita de forma ilegal, ela pode acarretar penalidades”, informou Nonata Lopes, gerente de Pesca do Ipaam.

Para a emissão da carteira de pesca e regularização junto ao Ipaam, os interessados poderão acessar o site http://sistemas.ipaam.am.gov.br/ ou entrar em contato pelo telefone: 2123-6762.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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