A indústria brasileira precisa se reposicionar

No mês de maio foi comemorado o “Dia da Indústria” e o Brasil tem muito a refletir sobre a sua realidade e seu papel enquanto nação industrializada nos dias atuais. A Revolução Industrial (em cada um de suas fases) foi um divisor de águas para a transformação do modelo de produção mundial. Com o advento do uso de máquinas e com a mecanização da produção, em substituição à manufatura e ao trabalho produtivo artesanal, o estilo de vida das pessoas também mudou radicalmente. As cidades passaram a comportar um número muito maior de moradores, que migraram do campo para a área urbana, sem contudo, a infraestrutura destes locais conseguir alcançar a todo este novo contingente.
Em um processo histórico de modernização, à luz de grandes transformações sociais e econômicas, nasceu a indústria, em um novo contexto, com a produção em larga escala nas dependências das fábricas, influenciando e sendo influenciada por fatores estruturais e conjunturais, como por exemplo, o aumento de demandas do que se produzira até então. O nosso país é fruto de uma industrialização tardia (cerca de dois séculos após a Europa) e hoje enfrenta uma desaceleração neste processo.
É necessário que nos modernizemos, com um processo fabril que agregue valor. E nós temos todo o potencial para isso, especialmente na Amazônia. O começo mais robusto do quadro de industrialização nacional começou depois da crise econômica mundial de 1929, em que muitos produtores de café tiveram enormes prejuízos no Brasil, o que impactou fortemente esta, que era uma das principais atividades nacionais da economia da época. Diante de todo este cenário, o setor industrial passou a ser impulsionando como importante ramo do mercado interno também.
Vale salientar que o processo de industrialização brasileiro não foi igual, de maneira que a região sudeste foi a precursora deste movimento. Com o crescimento da indústria, somado à crise do mercado cafeeiro, parte da estrutura usada até então para o transporte de café passou a servir para o ramo fabril.
Todavia, mesmo com o surgimento e diversificação, a área industrial ainda ficou limitada a segmentos mais básicos, como o de alimentacão e confeccão de tecidos; setores estes que não demandavam o emprego de alta tecnologia.
O processo gradativo de retração na ára industrial pelo qual o Brasil passa se deve a fatores, como a falta de uma infraestrutura adequada, multimodal e plenamente interligada; além da escassez de mão de obra qualificada, somado ao prejudicial “custo Brasil”, que torna o País pouco atrativo para grandes empresas se fixarem aqui ao invés de procurarem outros mercados. Sendo assim, nossa Nação, apesar do incontestável potencial geográfico, natural e humano que possui, acaba por ainda enfrentar uma grande defasagem e desvantagem no âmbito organizacional e tecnológico de produção, em comparação com outros centros.
O estado brasileiro tem promovido ações ao longo do tempo com vistas a incentivar a producão nacional. Para ilustramos a fase atual da Nação podemos exemplificar o ano de 2018 que, segundo levantamento feito pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), foi um dos períodos mais desfavoráveis ao cenário industrial interno.
Mesmo sendo um pais em desenvolvimento, nossa Pátria possui todas as condições para estar inserida no novo cenário de produção global. Para isso, faz-se necessário o correro direcionamento de recursos, invista em seu capital humano e intelectual, especialmente nas áreas mais promissoras que possui, como a agroindústria, a biotecnologia, o desenvolvimento de sistemas complexos, etc. A indústria brasileira 4.0 é um caminho longo e desafiador a se percorrer, mas que tem todas as condições de ser trilhado, desde que por meio de políticas públicas e ações de planejemento, gestão, e visão.

Lisandro Mamud
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