Chegaram ao Brasil os médicos estrangeiros contratados para atuar em áreas de difícil acesso ou pobres. Isso provocou irada reação de acadêmicos de medicina e médicos brasileiros, que se sentem prejudicados pela medida.
Em alguns casos a reação foi desmedida. Os profissionais que aqui desembarcaram estão realmente ajudando o país a superar uma deficiência histórica.
Em última análise, o grande problema é que o país não formou médicos suficientes para atender sua população nas últimas quatro décadas. Além disso, as Faculdades de Medicina têm um potencial muito limitado, diante das necessidades.
O que temem, então, os acadêmicos e os médicos que protestam em várias cidades é que os novos “concorrentes” tomem seus lugares.
Pela lei da oferta e da procura, um médico hoje vale muito no Brasil. Veja o caso do prefeito do interior do Paraná que renunciou ao cargo porque recebia R$ 11 mil, enquanto chegava a faturar mais que o triplo atendendo em seu consultório.
Há médicos que faturam muito indo uma ou duas vezes por semana a municípios onde não existe este tipo de profissional. Com a chegada dos estrangeiros, é provável que percam a “boquinha”.
É claro que há de se ter cuidado com a atuação dos que vêm de fora. Alguns podem ter sido formados em escolas deficientes, outros podem ter dificuldades com a língua. Isso exige uma vigilância permanente do governo e das autoridades da área de saúde, inclusive os dirigentes de entidades profissionais.
De qualquer forma, há uma necessidade urgente, que nem mesmo a mobilização dos homens de branco vai encobrir. Para quem, na ponta da fila, demanda atendimento e não tem, a chegada de um estrangeiro é muito bem vinda.
É uma questão de bom senso. E chegou a hora do governo e dos cursos de medicina repensarem o que fizeram até hoje neste setor, para tomar as providências e ampliar a formação de novos profissionais.
A hora da verdade para os cursos de medicina
Redação
Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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