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A festa dos irmãos portugueses

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A comunidade lusa em Manaus vai fazer festa na próxima sexta-feira (7), em celebração ao Dia de Portugal, que em terras lusas se comemora em 10 de junho. De acordo com o presidente da comunidade lusa no Estado, Joaquim Silva, a mudança de data para celebrar Portugal foi pontual. “A data mesmo é 10 de junho, mas muitos portugueses, participantes contumazes de nossas comemorações, estavam fora de Manaus nesse dia, então resolvemos aguardar seu retorno. Como já estão todos aqui, vamos fazer a celebração”, falou. Ainda segundo Silva, Manaus abriga mais de seis mil portugueses natos, ocupando as mais diversas posições dentro da sociedade manauara. “Como sabemos, foram os portugueses que colonizaram Manaus, trouxeram sua cultura para o Amazonas, e até hoje estão aqui”, completou.

Durante o evento, em Manaus, estará presente o empresário português José Azevedo, cônsul de Portugal e haverá palestra do general Geraldo Antonio Miotto, Comandante Militar da Amazônia, sobre o legado português na Amazônia. O homenageado da noite será o empresário Antonio Silva, presidente da Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas), pelos serviços prestados ao Estado. “Ainda não foi confirmada a apresentação do Rancho Folclórico Luso Brasileiro do Amazonas devido ao falecimento de um dos seus integrantes. No Luso, após a palestra e a homenagem, será servido um jantar com a mais genuína gastronomia lusa”, adiantou Joaquim.

A chegada dos portugueses
Na época dos grandes descobrimentos, no final do século 15, a região Norte do Brasil foi explorada por espanhóis, franceses, holandeses e ingleses. Os portugueses só chegaram a essa região no início do século 17. Fundaram fortes ou se apropriaram de outros que já existiam no local e expulsaram os estrangeiros.

Em 1616 o capitão Francisco Caldeira de Castelo Branco recebeu ordens de marchar sobre a Amazônia, onde fundaria o Forte do Presépio, que originaria Belém. As forças de Caldeira chocaram-se contra os ingleses e os holandeses ali estabelecidos. Os combates prolongaram-se até meados do século, quando foi destruída a última posição holandesa na área do atual Amapá.

Ao término da União Ibérica (1640) a soberania lusitana estava garantida no Pará, porquanto os espanhóis haviam delegado aos portugueses a tarefa de ocupação do vale amazônico. Uma grande expedição de mais de duas mil pessoas, comandada por Pedro Teixeira, já avançara em direção Oeste. Em seus dois anos de jornada (1637-1639), atingira Quito e retornara a Belém, após ter fundado o povoado de Franciscana em território peruano, que, mais tarde, serviria de marco nas discussões de limites no Tratado de Madri (1750). Ainda em 1669 os portugueses fundariam o Forte de São José da Barra do Rio Negro, que originaria Manaus.

Mais sobre o Dia de Portugal
No 10 de junho se comemora o dia do país, de Camões e das Comunidades Portuguesas. Tal comemoração ocorre desde 1974, após a queda da ditadura de Antônio de Oliveira Salazar, que durou de 1933 a 25 de abril de 1974, com a Revolução dos Cravos. Até então comemorava-se o Dia da Raça, porém, desde o dia 27 de abril de 1880, através de decreto do rei D. Luís 1º, passou-se a comemorar o “Dia de Festa Nacional e de Grande Gala” em 10 de junho assinalando a data de 300 anos, segundo os historiadores da época, da morte do poeta Luís de Camões, em 1580. Luís Vaz de Camões é o autor de Os Lusíadas, a maior obra épica de Portugal e um dos poemas mais conhecidos do mundo. Portugal é um dos poucos países que comemora o seu dia nacional homenageando alguém da cultura e não um fato político. Neste dia também considerado o Dia da Língua Portuguesa e do cidadão nacional, o presidente da República e altas personalidades participam de cerimônias, que decorrem em cidades diferentes todos os anos. Anualmente são distinguidas personalidades pelo seu trabalho em nome da nação. Do período pós-revolucionário, como Antonio Ramalho Eanes (1976/1986), um general saído das fileiras militares para a presidência, até Marcelo Rebelo de Sousa (2016), o informal professor catedrático e ex-comentador político, as comemorações oficiais incluem um desfile militar, um discurso do chefe do Estado e uma sessão de condecorações.

Terra de oportunidades
Depois da crise financeira que afetou a Europa em 2008, a região vem retomando o crescimento e Portugal é um dos mercados onde a atividade econômica se recupera. No ano passado, o PIB (Produto Interno Bruto) português avançou 1,5%. Investidores brasileiros, interessados em se instalar no país, como plataforma para entrada na Europa, podem conseguir benefícios como crédito e trânsito livre pelo bloco. As iniciativas estão dentro de uma política portuguesa de atração de investimentos estrangeiros.
Empreendedores dispostos a abrir uma empresa que gere dez empregos no país recebem o passaporte para transitar por Portugal e consequentemente pela Europa. Também têm os mesmos benefícios os brasileiros interessados em adquirir uma residência no valor de 500 mil euros em Portugal, ou quem esteja disposto a transferir investimentos a partir de 1 milhão de euros para o país europeu.

A corrente de comércio entre Brasil e Portugal é pequena, mas superavitária. No ano passado, fechou no azul em US$ 12 milhões, sendo que as exportações somaram US$ 822 milhões e as importações US$ 810 milhões. As exportações para Portugal correspondem a apenas 0,43% da balança comercial e as importações ficam com 0,47%. O principal produto exportado para Portugal é o petróleo, que corresponde a quase 50% das vendas brasileiras ao país.

Por outro lado, o Brasil importa do país alimentos como o azeite, bacalhau, peras e vinhos. Fonte: em.com.br

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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