As manifestações populares que espalham “primaveras” por países totalitaristas de Norte a Sul do globo terrestre trazem reflexos na economia mundial e começam a “turbilhar” o caldeirão do comércio exterior. As manifestações não são o mal em si. Mas a violência dos choques de ordem contra os protestos é o grande veneno que penetra nos bastidores das transações comerciais pelo mundo.
O Amazonas, especialmente, é prejudicado pela proximidade com a Venezuela que assiste a violentos protestos depois de a crise ter-se agravado no país desde a morte de Hugo Chávez. O seu sucessor não goza do mesmo carisma e o presidente e seu governo não têm conseguido impedir uma crescente escassez de bens, inflação altíssima e galopante, desvalorização da moeda e até limites à liberdade de expressão.
Venezuela é importante para o Amazonas por uma série de fatores. Além do turismo, por ser o mais breve caminho para o mar a partir de Manaus, Caracas também havia conquistado um posto importante na aquisição de bens industriais a partir do Amazonas nos últimos dois anos. Mas esse desempenho vem despencando mais do que a popularidade de Nicolás Maduro. Neste ano, a Venezuela saiu do primeiro lugar entre os principais compradores da exportação amazonense e passou a ocupar a décima segunda posição no ranking.
Tal como na Ucrânia, onde a violência deixa rastro de mortos, os protestos populares na Venezuela traduzem essencialmente a fragilidade de regimes ideológicos. Ainda que legítimos porque resultantes de eleições, esses governos são, na sua essência, desprovidos de sustentação democrática.
O segmento mais prejudicado no Amazonas é o de concentrado de bebidas, mas o previsível aumento no consumo interno, deve amenizar a perda de demanda a partir de Caracas. Afinal a Copa do Mundo e o intenso calor desse último ano são catapultas para o desencalhe de todo e qualquer estoque de bebidas. Agora é esperar que a crise política não avance para além do que temos à vista. Apesar dos equívocos da diplomacia “petista” na relação com ditadores mundo afora, a expectativa é que a crise venezuelana fique apenas como uma “marolinha” para a economia do Amazonas.
A crise venezuelana na economia do Amazonas
Redação
Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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