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A cesta cada vez mais salgada que o manauara tem que pagar

Na análise no mês de abril, os dados da CDC-Aleam (Comissão de Defesa do Consumidor da Assembleia Legislativa do Amazonas), mostram que os  itens que compõem a cesta básica tiveram alta de 1,84%. O peso no bolso das famílias manauaras teve aumento pelo segundo mês consecutivo, alcançando R$308, 51, em abril frente a março, que registrou R$ 302,93 no valor dos produtos. Os dados tiveram como base o levantamento realizado em dez supermercados da capital nos dias 28 e 29 de abril. 

Entre os 13 itens analisados, quatro ganharam maior destaque: sabão em barra 23,7%, papel higiênico 9,87%, sal de cozinha 8,22% e o açúcar 7,67% foram os itens que mais aumentaram. Segundo a pesquisa, influenciados pela alta no preço do petróleo e do gás natural.

Apesar de alguns itens apresentaram queda nos preços, como é o caso do óleo de soja -7,91%, achocolatado -4,46% e o vinagre -2,82%, linguiça calabresa -2,35% e o extrato de tomate -2,22%, o aumento de um modo geral nos produtos essenciais tiveram um salto. Segundo a pesquisa, nos quatros primeiros meses do ano, houve um aumento de 8,66% do preço médio dos produtos pesquisados.

É importante salientar que o peso dos produtos no bolso do consumidor tem feito a lista dos itens do dia a dia encolher mês a mês. Puxados pela alta da inflação, quem precisa comprar costumeiramente se assusta com os preços. É o que contou a dona de um restaurante Wal Nunes. “Atualmente, eu tive que cortar itens do meu cardápio. Não tem a mínima condição. Devido aos reajustes nos preços estamos sendo forçados a comprar menos itens e reduzir o número de volumes. O cidadão está cada dia perdendo mais o poder de compra”, frisou a empresária. 

A dona de casa Edi Matos, configura a lista das famílias que estão substituindo algumas marcas por opções com custo menor. “Troquei o corte de carne pelo frango. Troquei a marca do leite e estou comprando uma quantidade menor de itens de limpeza. Cada mês eu diminuo a minha lista de itens”, afirmou ela. 

O trabalhador amazonense precisou desembolsar no mínimo R$250,15 para adquirir os itens da cesta valor 0,11% maior que no mês anterior. Já o preço máximo pago pelos mesmos itens foi 2,58% a mais. No mês a variação foi 47,25% entre os preços mínimos e máximos registrados A variação encontrada entre os preços de diferentes supermercados foi de 47,25%.

Material de higiene e limpeza agora recebeu novo aumento

O registro da CDC-Aleam soma-se ao levantamento de outro estudo realizado em março pela plataforma Cesta de Consumo HORUS & FGV IBRE, apontando a capital entre as cidades que tiveram maior alta no valor médio da cesta de consumo básica de alimentos. O valor médio da cesta na capital chegou a 4,1% em relação ao mês de fevereiro. 

Opinião

O consultor econômico Francisco de Assis Mourão Júnior, avaliou que os fatores para elevação dos reajustes são diversos: inflação elevada, conflito no Leste Europeu, aumento do combustível. No caso de Manaus, é necessário considerar ainda mais um agravante: o custo logístico, aspecto frisado pelo professor universitário e “Tudo que nós compramos e que consumimos aqui vem de fora. Não temos como nos abastecer internamente. Isso vem provocando esse aumento que não é demonstrado na questão dos índices de inflação, calculados com base nacional, fora da região Norte, o que provavelmente o nosso indicador de inflação internamente seja muito maior que o indicado na pesquisa de cesta básica”. 

Ele explicou que essa variação nos itens da cesta demonstram que os custos de inflação para produzir estão muito altos. Reforçou ainda que acompanhado ao fator guerra que vem aumentando o preço das commodities, principalmente na questão do combustível, além do câmbio que apesar de vir numa sequência de queda desde janeiro, ainda continua com uma cotação alta. 

Outros números

O AbrasMercado –cesta de 35 produtos de largo consumo composta de alimentos, bebidas, produtos de limpeza e itens de higiene e beleza –registrou alta de 1,33% em fevereiro na comparação com o mês anterior. Com essa variação, o preço na média nacional passou de R$ 709,63 em janeiro para R$ 719,06 em fevereiro. No acumulado de 12 meses, a cesta nacional registra alta de 13,53%.

Apesar de ter apresentado menor variação na cesta em fevereiro, a região Norte teve a cesta mais cara dentre todas as regiões, com preço médio de R$ 792,43.

Andréia Leite

é repórter do Jornal do Commercio
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