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“Voltei para cumprir meu mandato”

Após uma licença de 120 dias e faltando apenas um mês para o fim dos trabalhos legislativos de 2012, o vice-prefeito eleito de Manaus, vereador Hissa Abrahão voltou a ocupar sua cadeira no parlamento municipal na manhã de ontem. Em conversa com jornalistas, Hissa falou como vice-prefeito e como vereador. Entre os pontos destacados por ele está a definição das primeiras medidas da ação conjunta firmada entre prefeitura e governo do Estado. Além disso, ele afirmou que o prefeito Artur deverá reunir-se com os vereadores da base aliada para definir o nome indicado pelo partido para disputar a presidência da CMM. Já com relação ao futuro secretariado, o vice-prefeito afirmou que nada está definido, mas que deverá comandar uma pasta da administração municipal.

Jornal do Commercio – O que fez o senhor voltar à Câmara, mesmo sendo o vice-prefeito eleito?
Hissa Abrahão – Voltei para cumprir meu mandato. Eu não vou renunciar. Diziam que o suplente só poderia assumir se eu renunciasse, mas eu não vou renunciar. Eu fui eleito para um mandato de quatro anos, então eu tenho essa obrigação legal. Agora, evidentemente eu terei que conciliar transição, projetos e Câmara. É mais difícil, mas eu vou ter que conciliar. A minha ideia é cumprir meu mandato até o fim e ajudar a nossa gestão ao longo deste mês, aqui na Câmara.

JC – E como o senhor pretende, em um mês, ajudar a futura administração municipal de dentro da Câmara?
Hissa – Algumas de nossas emendas à LOA e à LDO já foram feitas pelo vereador Carijó a pedido do Artur. Na medida em que ele já fez isso, eu vou colaborar na votação para aprovar essas emendas. Pretendo conversar com o vereador Carijó hoje (ontem) e avaliar minuciosamente o Orçamento. Se eu perceber que há necessidade de elaborar outras emendas que contemplem mais projetos, eu vou fazer isso. O Carijó é muito experiente e competente nesta área e eu vou dar meu palpite ali.

JC – Com relação ao próximo presidente da Câmara dos Vereadores, o prefeito eleito Artur Neto já demonstrou a preferência por algum nome?
Hissa – Não, não demonstrou preferência. Mas, eu vou te falar com muita franqueza: A (presidente) Dilma é do PT e, evidentemente deve se esforçar para que o presidente de uma das Casas legislativas seja do partido dela. O governador Omar é do PSD; o presidente da Assembleia (deputado Ricardo Nicolau) também é do PSD. O mesmo acontece aqui na Câmara. Acredito que a iniciativa do prefeito Artur entende que o seu partido, o PSDB, de forma natural chegue à presidência da Casa. Isso não é nenhuma imposição, isso não vai ser colocado de cima para baixo. Os vereadores terão independência e terão a maneira mais democrática a quem irão eleger.

JC – Mas, mesmo dentro do partido surgem três nomes: o vereador Mário Frota e os eleitos Plínio Valério e Bosco Saraiva…
Hissa – São bons candidatos, são pessoas preparadas para administrar a Câmara, mas só um pode ser presidente e alguém vai ter que ceder. Creio que esta é uma conversa que deve ficar para mais próximo da votação.

JC – Já houve uma conversa do prefeito com esses vereadores?
Hissa – Ele conversou com alguns vereadores pontualmente, mas ainda não houve uma reunião com todos os vereadores, uma reunião ampliada. E vai haver essa reunião. Eu não tenho dúvidas que o prefeito Artur quer conhecer cada vereador para que eles sejam agentes nossos nas ruas. Agora, eu estou muito feliz com a quantidade de candidatos à presidência da Câmara. Isso é importante para o processo democrático. É importante a gente conhecer as contas da Câmara, como a Câmara trabalha, até mesmo para a sociedade fiscalizar melhor o recurso público.

JC – Quais seriam as características ideais para o futuro presidente da Câmara?
Hissa – Teria que ser um presidente que agregue, que consiga conciliar os vários perfis de vereadores. A gente quer críticas verdadeiras, mas a gente também quer o elogio coerente. Não dá mais pra brincar de oposição e nem ser governo pra dizer que é governo.

JC – E com relação ao secretariado? Há alguma coisa definida?
Hissa – Nada.

JC – Não houve reuniões ou discussão de nomes?
Hissa – Não. A gente imagina alguma coisa, mas não tem nada definido. Nem a minha situação está definida. Acredito que na última semana de dezembro o prefeito deverá anunciar o seu secretariado. Mas, essa é uma decisão que só caberá a ele. E a mim, como vice, cabe ajudá-lo na decisão.

JC – O que será levado em conta na escolha dos nomes?
Hissa – O lado técnico e o político. Não tem jeito. A gente não pode cometer nenhuma barbárie política e querer só técnicos. E também não pode cometer nenhuma barbárie técnica e querer só políticos. Não dá. Nós somos políticos, precisamos de maioria, governabilidade e democracia. Então se nós pudermos unir técnico e político será a perfeição. Só que nem sempre essa perfeição é possível dentro do jogo democrático. Então nós vamos mesclar a competência administrativa, a capacidade de renovação, as lideranças, experiência e fazer um secretariado bem eclético. Um secretariado que, ao mesmo tempo em que dá a garantia para a sociedade que vai ter gente séria e experiente, mas também gente com garra, e com vontade de fazer tudo o que se pensa que tem que ser feito seja executado efetivamente.

JC – Todo o secretariado será renovado?
Hissa – Os bons (secretários) que a gente considerar importantes para a nossa gestão devem ficar. Há uma possibilidade de que mais de 90% sejam pessoas que estão na administração atual, sem nenhum demérito aos que estão aí. Mas é a nossa política: um novo governo e novas pessoas.

JC – Então, neste caso, quais deverão continuar?
Hissa – Não há definição de nenhum nome. Se você me perguntar: “Hissa, você é vice-prefeito. Você vai ter qual secretaria?”, eu não sei.

JC – Mas o senhor vai ter uma secretaria?
Hissa – Ele (Artur Neto) disse isso na campanha. Então, como ele disse na campanha e disse depois da campanha, ele sempre cumpre tudo que ele disse. Mas, qual será nós ainda não sabemos. A verdade é que muita gente fica lançando seu próprio nome. A democracia tem essas especulações. Quem está trabalhando na transição, não significa que será secretário. Transição é uma coisa, secretariado é outra.

JC – O prefeito eleito tem se reunido sistematicamente com o governador Omar Aziz para tratar de uma possível ação conjunta. Em que pontos deverão acontecer essa ação entre prefeitura e governo?
Hissa – Água e mobilidade urbana: esses pontos já estão com o martelo batido. Então na questão da água e de mobilidade urbana de que cada ente federativo cumpra a matriz de responsabilidade para a copa do mundo já estamos bem encaminhados.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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