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“Tivemos um bom ano e os investimentos não vão parar em 2010”

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Jornal do Commercio – Como o senhor avalia 2009?

Antonio Silva – Foi um ano de sucesso para o PIM, ainda que tenha ficado aquém de 2008 – considerado excelente. Comparando 2009 em relação a 2007, o polo deve fechar com um faturamento da ordem de US$ 26 bilhões. Além disso, vai fechar com menos 8,6 mil postos de trabalho, o que significa que o número de empregos diretos do PIM ficarão em torno de 88 a 89 mil. Tudo isso em função do que aconteceu no mundo afora, incluindo o Brasil, a Índia e a China.

JC – Qual sua avaliação sobre o PIM atualmente?

Silva – Saiu da crise de forma exitosa e está tendo um dezembro muito aquecido em função de algumas empresas terem contratado colaboradores para atender sua demanda de trabalho neste fim de ano. Tem empresas, a exemplo da Thomson, que já está voltando das férias coletivas antecipadamente. A empresa conclamou o retorno de seus funcionários para atender a demanda crescente de pedidos que surgiram recentemente. O aquecimento natalino resultou na geração de renda, que mexeu com a economia local.

JC – Diante do novo cenário, as empresas vão dar férias coletivas aos seus trabalhadores?

Silva – Boa parte sim, mas algumas saíram no decorrer deste mês e já estão retornando, que é o caso da Thomson, porque tem encomendas para entregar neste início de ano.

JC – Acha que a crise econômica realmente acabou?
Silva – Acho que o Brasil, em função da nossa grande reserva, da paz social e do mercado consumidor interno, praticamente safou-se de uma maneira honrosa da crise e o PIM acompanhou esse processo.

JC – Qual a sua expectativa sobre o PIM para 2010?

Silva – Crescer acima do que foi 2009, em torno de 5% a 5,5% no geral.

JC – Falando em Copa do Mundo, qual a previsão de incremento do setor de TV?

Silva – A indústria eletroeletrônica como um todo vai ter um incremento em função do evento, puxado pelo segmento de TV, o carro-chefe do setor.

JC – Como está a projeção de novos investimentos?

Silva – A última reunião do Codam [Conselho de Desenvolvimento do Estado do Amazonas], realizada no dia 21de dezembro, aprovou uma gama de projetos que passa por modernização e novos investimentos, o mesmo aconteceu com a reunião do CAS [Conselho de Administração da Suframa], no dia 10 de dezembro. Isso mostra que os investimentos locais não vão parar porque alguns vão ser implantados em 2010, haja vista que temos três tipos de projetos.

JC – Que tipos são esses?

Silva – Temos os projetos do CAS [federal], que são administrados pela Suframa [Superitendência da Zona Franca de Manaus]; do Codam [estadual], administrados pela Seplan [Secretaria de Estado do Planejamento] e da Sudam [Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia], cujos benefícios fiscais são isentos do Imposto de Renda. Todos esses projetos demandarão novos investimentos em 2010 e, com isso, maior geração de emprego, a exemplo do segmento de duas rodas.

JC – Como está este setor?

Silva – O setor de duas rodas está crescendo com a vinda das indústrias chinesas que estão se implantando no PIM, a exemplo do projeto da CR Zongshen do Brasil, que acabou de ser aprovado pelo Codam. Outros já foram aprovados anteriormente e também vão ser implantados no próximo ano, o que significa que nós teremos entre 700 e 800 empregos previstos para o setor de duas rodas em 2010.

JC – O setor é apontado como sendo o mais prejudicado com a crise. Como o senhor vê isso?

Silva – Ele foi o mais prejudicado com a crise sim, mas também foi beneficiado. Como depende de financiamento e os bancos, por conta da crise, procuraram dar maior proteção em cima dos cadastros aprovados, as vendas não atingiram a performance projetada pelos fabricantes num primeiro momento. Mas, o governo estadual e o federal agiram de forma rápida na concessão de benefícios, na redução do IPI (Imposto sobre produtos Industrializados), conseguimos alavancar alguma coisa mais.

JC – Como o senhor vê a entrada da Venezuela para o Bloco Mercosul?

Silva – Ainda é muito prematuro analisarmos hoje essa decisão. Acho que quando o acordo começar a vigorar – as negociações entre países – aí sim poderemos fazer uma análise se foi ou não proveitosa essa decisão, até por conta da situação política, porque não se sabe o que passa pela cabeça do presidente Hugo Chávez.

JC – Qual a sua avaliação sobre o Porto de Manta?

Silva – É um projeto antigo, vem sendo trabalhado e tem alguns questionamentos de ordem política que eu acredito que em 2010 deverão ser sanados. Mas é um projeto muito bom e que, se concretizado, trará grandes benefícios para a ZFM (Zona Franca de Manaus).

JC- Como avalia a atual taxa de juros (8,75%)?

Silva – É um nível bom, momentaneamente está atendendo a demanda. Mas Temos que analisar a Selic de acordo com a ocasião, em função de nossas exportações, do nosso aquecimento de mercado. Enfim, isso tudo passa por uma engenharia que tem que ser analisada, executada com muita cautela para que não venhamos a ter o problema da inflação.

JC – A baixa dos juros gera inflação?

Silva – Se o juro baixa muito, todo mundo começa a comprar, o que gera uma demanda muito grande e acaba gerando o efeito reverso. Por isso, temos que ter muito cuidado, trabalhar bem o câmbio para que possamos fortalecer as exportações em 2010.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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