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“Mandei recursos do ministério para 28 portos e o governo só entregou 2”

Acampanha eleitoral deste ano já começou e, aos poucos, os grupos que irão se enfrentar em outubro nas urnas, vão se definindo. A cinco meses das eleições, os candidatos já começaram a endurecer o discurso e as críticas, afinal, o que está em jogo é o comando do 5º Estado mais rico do Brasil. É com este tom de crítica e cobrança que o senador Alfredo Nascimento (PR) inicia sua campanha. O candidato apoiado pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), dispara contra o governo do Amazonas, questionando o abandono do interior. “Mandei dinheiro do Ministério dos Transportes para construir 28 portos no Estado e, inexplicavelmente, o governo do Amazonas só entregou dois até agora. Lá se vão três anos de atraso”, revelou.
Em entrevista ao Jornal do Commercio, Alfredo Nascimento voltou a garantir a viabilização final da BR-319, afirmou que, se eleito, pretende reverter o abandono do interior e reiterou que Serafim Corrêa (PSB), candidato a vice-governador na sua chapa (PR/PSB/PT/PDT,PSDC/PSL/PTdoB), dividirá responsabilidades de chefe de Estado, juntamente com ele. “Serafim é um quadro que nos orgulha. É alguém que terá papel e funções importantíssimas no governo”, afirmou.
Com cartas robustas na manga, como a presença de Lula em seu palanque; a figura forte de Serafim Corrêa na vaga de vice-governador; a BR-319, portos, novas estradas e até ferrovias, que Alfredo Nascimento entra na disputa para o único cargo que ainda não ocupou pelo Amazonas: o de governador.

Jornal do Commercio – A campanha eleitoral já começou e pode-se perceber um movimento maior, neste período, no interior do Estado. Qual sua estratégia para o interior na campanha?

Alfredo Nascimento – O interior do Amazonas está abandonado, piorou de situação nos últimos anos. A ordem é escutar o povo do interior, ter governo presente nas cidades, ouvir mais as pessoas e promover o desenvolvimento o tempo todo, com obras e projetos de infraestrutura. Como os portos que estamos fazendo e autorizamos. Ações que melhoram a vida de todos estimulando a economia, a geração de renda e emprego. O interior, se depender de mim, vai sair desse estado de injustiça permanente a que é submetido por governos e mais governos.

Jornal do Commercio – À frente do Ministério dos Transportes, quais as principais obras feitas em benefício da região?

Alfredo Nascimento – Autorizamos mais de 50 portos no Amazonas. Dez estão funcionando plenamente. Portos são fundamentais para nós daqui, os rios são nossos caminhos, nossas vidas. Ligamos o sul do Amazonas à Porto Velho com 200 quilômetros da BR 319 recém inaugurados. Saindo de Manaus tem mais 250 quilômetros transitáveis, que já eram asfaltados e nós recuperamos. Da BR 319 só falta o licenciamento ambiental do trecho do meio, que deve sair ainda este ano. Finalizamos os contratos com a BR 174 e em pouco tempo essa estrada estará completamente trafegável em todo o percurso. 

Jornal do Commercio – Que papel Serafim Corrêa como candidato a vice-governador terá em sua campanha?

Alfredo Nascimento – Muito importante. Serafim é um quadro que nos orgulha. Vai dividir responsabilidades, estudos, projetos e nos ajudar muito na formatação de um belo programa de governo. É um político sério, honrado e com enorme experiência na vida pública. 

Jornal do Commercio – O que se observa, no Amazonas é a predominância de uma figura de vice com pouca participação ativa nos governos. Em um eventual governo Alfredo-Serafim, haverá uma divisão de responsabilidades administrativas? 

Alfredo Nascimento – Exatamente. Ele é um quadro técnico e político. É economista, está se formando em direito, é auditor da Receita Federal, foi prefeito de Manaus, é alguém que terá papel e funções importantíssimas no governo.

Jornal do Commercio – O senhor pretende manter programas do atual governo?

Alfredo Nascimento – Não posso negar o valor do Prosamim (Programa Social e Ambiental dos Igarapés de Manaus), jamais negaria ou desestimularia o que estiver certo. Se ganho a eleição, dou sequência aos bons projetos. Mas isso ainda tem muito a ser avaliado. O exemplo são as grandes obras tocadas no Amazonas pelo governo do presidente Lula, a ponte que tem financiamento do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), o Luz Para Todos, o gasoduto em fase final e uma série de outros projetos que em hipótese alguma seriam interrompidos. Continuaria e até aceleraria as obras dos portos, para os quais mandei dinheiro do Ministério dos Transportes e o governo do estado atrasa inexplicavelmente o andamento. Autorizei e mandei dinheiro para 28 portos e o governo do estado só entregou dois até agora. Lá se vão três anos de atraso.

Jornal do Commercio – Como aliado do governo federal, que foi um grande parceiro do governo do Amazonas, nestes últimos 7 anos, como vê o Estado hoje e quais são, na sua opinião, os principais problemas?

Alfredo Nascimento – O Amazonas é o quinto estado mais rico do país. É o estado que mereceu atenção especial do presidente Lula com obras que citei e que podem revolucionar nossa infraestrutura. Mas se você observar, por exemplo, o interior, a saúde e a segurança, verá que estamos diante de um quadro caótico de abandono e falta de investimentos.
O grande problema aqui é a falta de uma política de desenvolvimento baseada nas nossas riquezas, nos nossos potenciais. Importamos quase tudo que consumimos do sul país. Isso não se  admite mais. O isolamento que temos que enfrentar é outro problema sério. Daí nossa luta pela liberação do trecho central da BR 319, uma estrada que é vital para nossa redenção econômica. Também é importante discutir e dividir responsabilidades com os prefeitos do interior, eles conhecem muito mais do que nós os problemas que enfrentam.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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