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‘Vestíveis’ são nova aposta do mercado

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‘Computação de vestir’ deve chegar a 5,37 milhões de unidades vendidas até 2018

De um total aproximado de apenas 400 unidades comercializadas no ano passado, o mercado brasileiro de wearables vai alcançar em 2018 vendas de 5,37 milhões de dispositivos vestíveis. A projeção — da empresa global de pesquisa e análise de mercado Euromonitor International — é um indício do quanto a penetração dos smartphones no país tende a alavancar a chamada “computação de vestir” — pelo menos numa etapa inicial.
“Vivemos hoje uma fase de transição”, afirma Alexis Frick, analista de pesquisa de mercado da Euromonitor. Os dispositivos passivos, dependentes da interação com o smartphone e que só funcionam de forma complementar, estão cedendo espaço aos wearables autônomos, explica ele. Nessa segunda categoria, a dos autônomos, se encaixam os relógios inteligentes disponíveis no mercado, que podem ser sincronizados ao celular, mas não dependem exclusivamente dele para funcionar.
A transição ainda vai levar algum tempo, conforme indicam os números da Euromonitor. A estimativa é de que, em 2018, sejam vendidos no Brasil 4,13 milhões de vestíveis passivos, contra 1,24 milhão de autônomos. Num terceiro momento, no longo prazo, estariam disponíveis no mercado dispositivos totalmente autônomos, capazes de executar todo o processamento das informações colhidas.
Como se trata de um produto inteiramente novo, o principal impulsionador da demanda é a indústria, que ainda precisa convencer o consumidor da utilidade de agregar mais um dispositivo ao seu cotidiano. Nesse contexto, o principal elemento impulsionador da demanda no Brasil tem sido as aplicações de saúde e bem-estar, usadas geralmente para controlar hábitos alimentares e monitorar a prática de exercícios. “O brasileiro é um aficionado por tecnologia e aqui temos também a questão do culto ao corpo”, justifica Frick, ressaltando que, mesmo neste campo, o uso dos wearables no país ainda é incipiente.
O mercado deve começar a crescer num ritmo mais acelerado entre o fim de 2016 e o início de 2017, sustenta Leonardo Munin, analista da consultoria IDC no Brasil. “O brasileiro gosta de ser um ‘early adopter’ (um dos primeiros a adotar a tecnologia). Mas a questão do preço é uma limitação. O consumidor brasileiro é muito sensível a preço”, diz. Para mudar essa realidade, a produção local, associada a isenções fiscais, seria fundamental, argumenta Munin. Ele acredita que dentro de dois anos os preços estarão num patamar suficientemente mais baixo para permitir a popularização dos wearables no país.
Em nível global, o apetite dos consumidores pela computação de vestir vai continuar a se expandir a taxas de três dígitos nos próximos anos, segundo estimativas da IDC Brasil. O volume de “novas vendas”, que em 2013 alcançou 7 milhões de unidades, deve fechar este ano próximo da casa de 20 milhões de dispositivos. Para o próximo ano, a consultoria projeta vendas de 42 milhões de vestíveis. Já em 2018 o volume de unidades comercializadas ultrapassaria 110 milhões. “Em 2015, o smartphone ainda vai dividir muito espaço com o wearable”, diz Munin.
Enquanto os brasileiros ainda são mais atraídos pelos possíveis benefícios na área de saúde e bem-estar, consumidores europeus, americanos e asiáticos enxergam nos relógios inteligentes (smartwatches) potencial para “carregar” bilhetes de transporte público ou como chave de segurança de seus computadores e contas online. A informação consta de uma pesquisa divulgada em novembro pela alemã GfK, que estrevistou mil proprietários de smartphones na China, na Alemanha, na Coreia do Sul, no Reino Unido e nos Estados Unidos.
Nos cinco países, 46% dos entrevistados demonstraram interesse em utilizar o smartwatch para pagar a passagem no transporte público — os mais interessados nesta finalidade foram os chineses (63%). Já no campo da segurança cibernética o percentual geral de interessados em usar o relógio inteligente como meio de identificação para acessar computadores ou contas pessoais chegou a 45%. As funções relacionadas à saúde também atraíram a atenção dos respondentes, mas neste caso a curiosidade tem menos a ver com exercícios e alimentação: 46% estariam dispostos a utilizar um smartwatch para fornecer dados médicos a um clínico ou um hospital, durante consulta ou emergência, por exemplo.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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