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‘Símbolos continuam soltos’, diz Hage

Os avanços no combate à corrupção são grandes, mas o país ainda está longe de torná-la um fenômeno dentro de padrões internacionais. A opinião é do ministro responsável pelo combate à corrupção no governo federal, Jorge Hage (Controladoria-Geral da União), que apresentou ontem em Brasília, durante a celebração do Dia Mundial de Combate à Corrupção, um balanço dos dez anos do trabalho da CGU.
Perguntado se o julgamento do mensalão e a prisão dos condenados era um símbolo nesse combate, Hage afirmou que ele era importante porque mostrava que, quando querem, as instituições funcionam. Mas que não considera que foram presos símbolos da corrupção. “Na minha opinião, os símbolos da corrupção no Brasil, os emblemáticos, continuam soltos”, disse Hage sem citar nomes mesmo após perguntas dos jornalistas.
O Procurador-geral da República, Rodrigo Janot, também esteve presente ao evento e afirmou que o Brasil vive um momento histórico no combate à corrupção devido ao engajamento da sociedade nessa causa, o que fortalece o combate. “Não podemos ter [no combate à corrupção] episódios isolados. O global da atuação contra a corrupção é o que conta e, nesse contexto, esse episódio [mensalão] contribui”, afirmou o procurador.

Avanços

Em seu discurso, o ministro da CGU relembrou avanços dos dez anos da criação do órgão como o Portal da Transparência, as fiscalizações em municípios, a demissão de 4,3 mil servidores federais e a Lei de Acesso à Informação. Segundo ele, o governo federal avançou muito na transparência, tornando-se exemplo mundial, mas não foi acompanhado no mesmo ritmo por Estados e municípios, o que prejudica o combate e a percepção da corrupção no país.
Mas, segundo ele, o Brasil precisa avançar ainda na melhoria do sistema judiciário e na reforma política. Hage defende que o sistema eleitoral impeça doações de empresas e que o legislativo aprove leis que limitem o direito a recursos nos processos criminais e cíveis.
Segundo ele, com os recursos existentes atualmente, o criminoso de colarinho branco que tenha dinheiro para pagar bons advogados só permite que seu julgamento termine em definitivo em 10, 15 ou 20 anos se usar todos os recursos protelatórios. “Isso ocorre muitas vezes com dinheiro obtido da corrupção”, disse o ministro.
A cerimônia também marcou a premiação de gestores públicos que apresentaram boas práticas de transparência e bom uso do dinheiro público. Entre os premiados estão o Ministério do Turismo e o FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação), ligado ao ministério da Educação.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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