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‘Piratas’ levam marcas de luxo à web

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Antes resistentes, marcas luxuosas aderem à internet e buscam frear réplicas

Os fabricantes de bens de luxo demoraram cerca de uma década para perceber que a internet representa uma oportunidade. Agora, eles finalmente estão descobrindo que ela também é uma ameaça.
À medida que empresas como LVMH Moët Hennessy, Louis Vuitton SE e Kering SA vendem cada vez mais pela internet, as maiores marcas estão redobrando os esforços para combater as vendas de itens falsificados e do mercado paralelo pela internet.
A Kering, dona da Gucci, processou o maior operador de comércio eletrônico da China, acusando-o de facilitar a venda de produtos suspeitos.
A fabricante britânica de bolsas Mulberry Group Plc e outras companhias empregam tecnologia para desativar os links para sites que vendem produtos falsificados.
O esforço se dá no momento em que uma nova geração de consumidores recorre às redes sociais para comprar e ostentar, e em que criminosos visam os mesmos clientes de boa-fé que os próprios fabricantes de bens de luxo.
Em jogo há US$ 82 bilhões em vendas que, segundo previsões da Frontier Economics, serão perdidos por violações da propriedade intelectual neste ano.
“A internet se tornou um lugar onde as pessoas comprarão relógios de 5.000 libras esterlinas (US$ 7.800) e bolsas de 2.000 libras”, disse Charlie Abrahams, vice-presidente sênior de vendas mundiais da fornecedora de tecnologia antifalsificação MarkMonitor.
“O desafio é que na internet é muito difícil para o consumidor saber se o que ele está comprando é original”.
A MarkMonitor pertence à Thomson Reuters, concorrente da Bloomberg LP, a companhia controladora da Bloomberg News, no fornecimento de notícias e informação.

Volume
A Twitter Inc. incorporou um botão de compra em setembro, para que as marcas possam vender diretamente pelo serviço de microblogging.
Nove de cada dez links suspeitos estão em redes sociais, segundo a startup francesa Data Data, que diz poder detectar até 10.000 casos semanais por cliente usando algoritmos para processar big data.
Até recentemente, um dos maiores problemas enfrentados pelos donos das marcas era o enorme volume de violações online, pois preços bons demais para serem verdade tornavam relativamente fácil detectar bolsas e sapatos falsificados.
Contudo, os perpetradores agora estão produzindo cópias de melhor qualidade e cobrando mais, enganando os clientes e apresentando um risco maior para a reputação dos fabricantes originais. A Mulberry, que utiliza o software da MarkMonitor para vasculhar a internet em busca de falsificações, diz que tirou do ar 3.321 sites que vendiam mercadoria falsificada nos 24 meses encerrados em março de 2015.
A MarkMonitor tenta eliminar o problema pela raiz, isolando um punhado de criminosos que estão por trás de vários milhares de sites ilegítimos, segundo Abrahams.
Alibaba
Bolsas com a marca registrada da Gucci estavam sendo vendidas em um site da Alibaba por um vendedor que chegava a cobrar apenas US$ 2 por unidade, em comparação com US$ 795 por uma versão original, segundo a Kering.
Em maio, a Alibaba disse que a acusação da Kering de que a empresa encorajou, ajudou e lucrou deliberadamente com a venda de falsificações não tem fundamento.
A velocidade e a amplitude do software da Data Data despertaram o interesse da LVMH e da Kering.
Elas são algumas das empresas que se reuniram com o fundador da companhia, Zouheir Guedri, desde que ele lançou a plataforma em dezembro, mas nenhuma delas confirmou se está usando o software.
A Data Data está trabalhando com cerca de 30 marcas de luxo, segundo Guedri, que não quis revelar seus clientes devido a acordos de confidencialidade. “Nossa meta é ser mais espertos, rápidos e eficientes do que os piratas”, disse Guedri, cuja tecnologia foi exibida no mês passado junto a exemplos de perfumes Chanel e relógios Tag Heuer falsificados no Museu da Falsificação de Paris. “Se pudermos restringir a venda não autorizada aos endereços obscuros da internet ou a pequenos grupos, podemos nos considerar vencedores”.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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